quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A Escuridão E O Amanhecer Capitulo 15



CAPITULO 15 – Sete Dias – Alice

Ele me beijou não imaginei que fosse gostar, talvez tenha sido toda aquela situação.
Ele entrou pela janela me carregando em seus braços podia sentir seus músculos me apertando, ele deve andar malhando sentir o chão sobre os meus pés, e seus braços ainda em volta de mim, olhei para o espelho da penteadeira mais não vi nossos reflexos.
Alice: - Nós ainda estamos invisíveis – Eu disse.
Ele afastou suas mãos de mim senti uma estranha mistura de alivio e frustração, olhei para o espelho e dessa vez nossos reflexos estavam lá, um clima constrangedor ficou no ar, eu não sabia o que dizer o rosto dele estava com um brilho especial, ele estava feliz, era minha culpa eu não devia tê-lo beijado, por melhor que tenha sido eu não devia.
Gabriel: - Ainda esta surpresa por eu ter super poderes – Ele perguntou ao repara na minha cara de preocupação.
Eu realmente ainda estava surpresa, eu já tinha visto aquele Black Sparrow, mas foi só pela televisão, de repente me veio a lembrança do garoto da explosão, ele também devia ter super-poderes por isso ele desapareceu sem deixar rastro.
Sentei na minha cama e abaixei a minha cabeça envergonhada, ele se agachou na minha frente e segurou as minhas mãos, eu olhei para ele meu cabelo estava encobrindo um pouco meus olhos mesmo assim era fácil perceber o quanto ele parecia com um príncipe encantado, seu cabelo, seus olhos, seu rosto assimetricamente perfeito, a forma gentil com que ele segura as minhas mãos ele é exatamente a pessoa com que eu sempre imaginei me casar, mas eu não paro de sentir a sensação de estar traindo o Miguel, por que eu não consigo parar de pensar nele... É por que eu não quero parar de pensar, por mais que eu sofra de saudades quando eu penso nele ele é tudo que eu quero, é tudo que eu preciso, mas eu devo admitir que olhar para essa Carinha que o Gabriel faz me deixa um pouco balançada, não é possível amar duas pessoas ao mesmo tempo eu sei disso.
Gabriel: - O que houve – Ele perguntou preocupado.
As palavras não vinham a minha boca por mais que elas estivessem em minha mente.

Gabriel: - Eu te amo – Ele disse convicto.
Levantei-me livrando minhas mãos das dele, eu sabia o que tinha que fazer, e isso fazia com que eu sentisse uma pontada no coração como se estivessem enfiando uma enorme agulha no meu peito.
Alice: - Gabriel passar esse tempo com você foi ótimo, você é uma pessoa maravilhosa, mas meu coração pertence a outro – Eu disse.
Ele me olhou sem muita surpresa, acho que ele já esperava que eu dissesse isso, ele se aproximou devagar e tocou meu rosto suavemente ao mesmo tempo eu tive medo que ele me beijasse mais eu devo admitir que eu queria que ele me beijasse como esse sentimento pode ser tão confuso.
Gabriel: - Se meu coração fosse um cofre você seria a única que saberia a combinação – Ele disse – Por que ele pertence a você, sem você nada faz sentindo – Ele concluiu.
Ele me beijou e outra vez eu me senti confusa, eu queria beija-lo também mais ao invés disso eu o afastei.
Gabriel: - Você é tão essencial para mim como o ar que eu respiro – ele disse.
Alice: - Você não entende, eu sinto como se estivesse traindo o Miguel – Eu expliquei.
Gabriel: - Você não trai uma pessoa se ela te simplesmente foi embora– Ela disse.
Aquelas palavras doeram fundo no meu coração, e causou um frio na barriga, aquela sensação que eu tive quando vi o corpo do meu pai ser sepultado.
Alice: - ele não me abandonou, ele vai voltar – Eu defendi o Miguel.
Mais eu não tinha certeza das minhas próprias palavras, não sabia se eu o veria de novo apesar de acreditar fielmente nisso principalmente depois de ter encontrado com o Matias no metrô, o olhar triste que o Gabriel me lançava fazia meu coração ficar em pedaços e fazia com que eu me sentisse a pior pessoa do mundo.
Gabriel: - E se ele não voltar – Ele perguntou.
Alice: - Eu vou esperar – Eu respondi.
Ele respirou fundo como se buscasse as palavras certas.
Gabriel: - Eu vou esperar por você, ate o meu ultimo suspiro eu vou esperar por você – Ele disse convicto.

Ele ficou invisível, as cortinas se agitaram quando ele saiu voando pela janela, estava me sentindo péssima como tudo pode ter mudado em poucos minutos, por que eu tinha que beija-lo, por que eu não deixei o Miguel me acompanhar ate aqui naquele dia, talvez tudo tivesse sido diferente, as lagrimas começaram a deslizar pelo meu rosto as ultimas palavras que eu ouvi de Miguel começaram a vir a minha cabeça assim como as ultimas que Gabriel acabou de me dizer, elas pareciam travar uma batalha dentro da minha cabeça, por que nessa idade as coisas são tão confusas.
Mais tarde eu estava jantando com a minha mãe, na verdade só ela estava, pois tudo que eu estava fazendo era revirar a comida de um lado para o outro, enquanto ela falava, mas eu não estava prestando atenção no que ela estava dizendo.
Maria: - Oi astronauta – Ela chamou minha atenção.
Alice: - Que foi – Eu perguntei distraída.
Maria: - Você por acaso ouviu o que eu disse – Ela perguntou.
Alice: - Não mãe, o que a senhora disse – Eu perguntei.
Maria: - Eu disse que os sinais de transito estão uma loucura – Ela disse – Mais isso não importa o que esta fazendo você viver no mundo da lua – Ela perguntou.
Alice: - Nada – eu respondi.
Maria: - Alice –Ela disse me repreendendo – eu sou sua mãe eu sei muito bem quando tem algo errado com você, sem contar que esses olhos inchados só podem ser duas coisas ou alguém te bateu ou você andou chorando – Ela disse.
Não dava pra esconder nada dela, por mais que às vezes eu tentasse por que ela geralmente faz grandes monólogos, eu sempre preferi conversar com meu pai e ela sempre respeitou isso já que também sempre preferiu conversar com ele, mas agora somos só nós duas.
Alice: - Por que Tudo tem que ser tão complicadas – Eu perguntei.
Maria: - Adolescência - Ela disse - nessa idade tudo parece o fim do mundo, mas isso é bom significa que você esta crescendo e que em alguns anos você vai perceber que encarou determinada situação da forma errada, ao invés de ir pelo caminho da esquerda, bastava dar um passo e pegar o caminho da direita – Ela concluiu.

Alice: - As coisas podiam ser mais fácil – Eu disse.
Maria: - na verdade não é que as coisas sejam mais difíceis, obvio tem mais responsabilidades só que não adianta chorar por que quer alguma coisa, geralmente funciona quando você é criança, mas quando você crescer as coisas mudam.
Alice: - eu queria acordar e perceber que tudo não passou de um sonho ruim – Eu disse.
Maria: - Às vezes Alice tudo que agente precisa é dizer Adeus – Ela disse.
Alice: - E se eu não tiver coragem pra dizer adeus mãe – Eu perguntei.
Maria: - Diga um ate logo – ela disse.
Parece que ela não entende o que eu sinto pelo Miguel, acho que ela gostou tanto do Gabriel que não percebe que não é ele que eu amo.
No dia seguinte fui a um praça perto da minha casa, as crianças brincavam felizes eles não fazem idéia de como as coisas ficam difíceis quando se cresce eu também não fazia, todas as pessoas que eu via pelas ruas parecia com o Miguel, pelo menos pra mim acho que é o que chamam de amor platônico, a cada minuto do dia eu penso nele se o dia tivesse mais do que vinte quatro horas provavelmente eu pensaria nele ainda mais, o garoto cego da escola estava sentado num banco a alguns metros de mim, ele realmente me lembrava o Miguel, mas não sei bem o por que, ele batia sua bengala no chão a todo o momento, tive vontade de ir ate ele e perguntar o por que, mas tive medo de ser intrometida, me levantei do banco e caminhei pela praça, observei os casais felizes sempre achei que isso fosse um clichê dos filmes quando a personagem principal esta triste ela vê os casais felizes, mas eu entendi não é que as pessoas fiquem felizes quando você esta triste, mas quando estamos tristes simplesmente, Reparamos mais na felicidade dos outros.
Tive vontade de ligar para o Gabriel acho que ficar ao lado dele faria eu parar de pensar no Miguel um pouco, mas não era justo isso daria esperanças a ele e eu não quero faze-lo sofrer ele é uma boa pessoa eu realmente queria que ele encontrasse alguém que o fizesse muito feliz, já que eu não posso ser essa pessoa.

A noite chegou, uma bela noite de lua cheia, nem precisava das luzes artificiais para que a rua ficasse iluminada, a luz da lua entrava pelo meu quarto as luzes estavam apagadas, mas eu podia ate mesmo ler um livro somente com a luz da lua, mas de repente pareceu que aquela luz iluminou meus pensamentos e me veio um pensamento, se foi o destino que nós uniu naquele vôo mesmo indo contra todas as possibilidades, mesmo tento todo um planeta pra nos separar, não foi o suficiente, então será o destino que vai me levar ate ele outra vez, ou me afastar dele me levando para o Gabriel, Sete dias se em sete dias eu não encontrar o Miguel outra vez, eu vou tentar esquece-lo nós braços do Gabriel.

Um comentário:

  1. como sempre mais um capitulo maravilhoso....

    "as quando estamos tristes simplesmente, Reparamos mais na felicidade dos outros."

    a mais pura verdade....

    abraços e ótima semana...

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