domingo, 25 de dezembro de 2011

A escuridão E O Amanhecer Capitulo 12



Capitulo 12 – Meninos Não Choram – Gabriel

Sentado no escuro ao lado do leito do Tiago, aquilo nem parecia um hospital não se ouvia as sirenes das ambulâncias ou mesmo passos do lado de fora do corredor era como se todos tivessem ido embora e só ficado nós dois, ver ele naquela cama respirando com a ajuda de aparelhos fazia eu me sentir ainda pior, eu contaria a ele que tudo esta na minha mente, cada pensamento que ela teve, cada vez que ela sorriu, cada vez que ela chorou...E o pior de tudo todo o amor que ela sente por aquele garoto que ela conheceu no avião, e por mais que eu tentasse não conseguia esquecer e fazia com que eu me sentisse pior a ponto de uma lagrima escorrer pelo meu rosto a qual eu sequei rapidamente, a primeira vez que eu me apaixono e ela é apaixonada por outro.
Gabriel: - Se você estivesse acordado provavelmente você diria que não é tão ruim assim que podia ser pior – Eu falei com ele.
Devo admitir que esperei um milagre esperei que ele acordasse ao ouvir minha voz, mas é claro que isso não aconteceu, ele permaneceu no seu sono profundo.
Gabriel: - Alias meu poder é absorver os poderes de pessoas iguais a nós – Eu Disse – Eu posso voar também, e enquanto você não se recuperar eu serei o Black Sparrow.
Abri a janela do quarto e sai voando parei em cima de um prédio onde fiquei esperando que alguém precisasse de mim, não me importava que eu estivesse sem a fantasia de Black Sparrow só queria esquecer os pensamentos da Alice que estavam presos em minha cabeça, ouvi pessoas rezando, reclamando da vida crianças brincando, mas nada que precisasse de mim então eu voei em direção a minha casa, mas entrei pela porta da frente para que minha mãe não estranhasse eu aparecer em casa sem ter cruzado a porta, quando entrei em casa ela estava me esperando.
Carla: - Onde você estava Gabriel – Ela perguntou meio irritada.
Gabriel: - Eu fui ao hospital ver o Tiago, e depois eu fiquei andando por ai – Eu respondi.
Carla: - Você sabe que é perigoso andar por ai à noite, o fato do Tiago esta no hospital é uma prova disso – Ela argumentou.
Queria poder dizer a pra ela não se preocupar que o que aconteceu com o Tiago não aconteceria comigo, mas acho que ela não entenderia e talvez ate ficasse com medo de mim.
Gabriel: - Me desculpa mãe – Eu disse.
Carla: - Tudo bem Gabriel, só quero que você tenha cuidado – Ela disse.
Gabriel: - Eu tenho – Respondi enquanto me afastava em direção ao meu quarto.
Assim que entrei no meu quarto notei a janela aberta eu poderia jurar que eu a tinha fechado, ao fechar a janela eu escutei a respiração de outra pessoa me virei rapidamente para olhar e fui atingido por um dardo no peito, senti uma forte dor percorrer o meu corpo, e ele começar a ficar paralisado, como aquilo era possível era para meu poder de regeneração esta agindo e me curando, uma pessoa se materializou bem diante dos meus olhos, ele estava com uma mascara de porcelana que tinha o desenho de uma coruja.
Mateus: - Não se preocupe – Ele disse com sua voz abafada pela mascara – Com seu poder de se regenerar em menos de cinco minutos você estará de pé pronto para me atacar – Ele disse.
Gabriel: - Pode ter certeza disso – Eu disse.
Mateus: - Levando em conta que eu não quero um confronto com você eu serei breve – Ele disse.
Eu estava me esforçando ao Maximo, mas não conseguia me mexer nem usar nenhum dos meus poderes.
Mateus: - Meu nome é Mateus, e tenho uma proposta para lhe fazer – Ele disse.
Gabriel: - Não estou disposto a ouvir – Eu respondi.
Mateus: - Existe uma organização que caça pessoas como nós...
Gabriel: - Pode parar eu já conheço a historia – Eu o interrompi.
Mateus: - Estou procurando pessoas especiais que estejam dispostos a juntasse a mim para derrota-los de uma vez por todas – Ele disse.
Gabriel: - Eu não vou ajuda-lo, e é melhor que você vá embora – Eu disse isso no mesmo momento em que me levantei.
Mateus: - eu posso salvar o seu amigo, basta você aceitar a oferta – Ele disse amistosamente.

Gabriel: - Eu não acredito em você – Eu disse pronto para coloca-lo pra fora.
Mateus: - Eu sinto ouvir isso, mas caso você mude de idéia, seu amigo ainda pode ser salvo – Ele disse colocando um pedaço de papel sobre a minha cama antes de desaparecer.
No papel estava escrito um numero de telefone celular, mas eu não pude deixar de pensar que talvez ele estivesse falando a verdade, que talvez ele realmente pudesse salvar o Tiago e se isso fosse verdade talvez valesse a pena arriscar, mas por outro lado uma pessoa com boa intenção nunca faria uma proposta dessas, mesmo sem sentir a necessidade eu dormi, eu adormeci.
Na manha seguinte eu acordei e fui para o banheiro assim que me olhei no espelho não vi o meu reflexo, eu estava invisível tentei por quase cinco minutos ate voltar ao normal, devo admitir que já estava ficando preocupado de ficar daquele jeito pra sempre, mas uma pergunta veio a minha mente, de quem foi que eu absorvi os poderes de puxar as memórias das pessoas.
No Colégio as duas primeiras aulas eram de educação física, todos da minha turma estavam lá, ate mesmo o Samuel, mas ele estava na arquibancada, Alice também estava lá, quando eu olhei pra ela toda a vida dela passou como um filme diante dos meus olhos, ela estava vindo na minha direção, mas eu me afastei pra minha sorte o Matias veio falar comigo.
Matias: - O que houve entre você e a garota nova, parecia que ela estava indo falar com você – Ele disse.
Gabriel: - ela gosta de outro.
Matias: - Sei bem como é isso – Ele disse se referindo a Isabel.
Gabriel: - Eu sei.
Matias: - Meu irmão você não pode desistir no primeiro obstáculo, o que aconteceria se Romeu desistisse da Julieta no primeiro obstáculo...
Gabriel: - Ele não teria morrido – eu o interrompi.
Matias: - Tudo bem você está certo sobre isso, mas o que eu digo é não desista – Ele Disse – E talvez você deva se apressar por que depois de hoje será uma semana sem aulas, e muita coisa pode acontecer em uma semana – Ele concluiu.
Gabriel: - Você está certo – Eu disse.

O professor chamou os meninos para uma corrida de duzentos metros todos se apresentaram incluindo o Simon o professor ate brincou dizendo que ele não precisava participar, mas ele insistiu era impossível não notar a sua saliente barriga marcando naquela camisa justa que ele estava usando, era muito engraçado de se ver se fosse um filme provavelmente a platéia estaria rindo de toda a confiança que ele estava exibindo.
Gabriel: - Boa corrida – eu disse ao Simon.
Simon: - Obrigado pra você também – ele disse.
O professor deu a largada, todos corremos, Simon ficou pra trás como já era esperado por todos que estavam ali, mas de repente ele surge ultrapassando todo mundo e se distanciando uns três corpos de mim, corri ainda mais rápido, mas mesmo assim não foi o suficiente para alcança-lo, o Matias chegou em quinto lugar, todos inclusive eu estávamos abismados, surpresos com a vitória dele que parecia não se importar enquanto saltava de felicidade gritando touchdown, aquilo era impossível tudo que eu aprendi me dizia que aquilo era impossível.
No vestiário Simon ainda estava feliz com sua vitória, e estava com uma garrafa de água na mão, eu não sou muito ligado nessa de vencer ou perder, mas aquela derrota, eu não estava aceitando muito bem.
Gabriel: - Como você fez aquilo – eu perguntei quase que o acusando.
Simon: - Com uma dieta de carboidratos – ele disse enquanto dava um tapa na barriga.
Gabriel: - Não seja Ridículo o que você fez é fisicamente impossível, e eu sei bem o que é fisicamente impossível – Eu disse num tom intimidador.
Simon: - Calma cara não precisa ser violento – Ele disse.
Gabriel: - Então fala –Eu disse.
Simon: - eu posso correr muito rápido, igual ao the flash – ele disse.
Gabriel: - Serio? – Eu perguntei
Simon: - Ontem à noite eu fui a são Paulo e voltei em um minuto e quarenta e nove segundos o que você viu hoje não é nada perto do que eu posso fazer – Ele disse.
Nós não tínhamos reparado mais o Matias estava lá ouvindo a conversa, como eu não ouvi ele ou pelo menos sua respiração, acho que ainda não dominei os poderes.
Simon: - Esta ai há muito tempo Matias – Simon perguntou preocupado dele ter ouvido nossa conversa.
Matias: - Tempo suficiente pra ouvir a ironia de que o homem mais rápido do mundo seja gordinho – Matias disse brincando.
Simon: - Cara você não pode contar isso pra ninguém – Ele disse preocupado.
Matias sorriu e se sentou perto de nós tocou a garrafa de água na mão de Simon e a água congelou.
Simon: - Nossa! – Ele disse Surpreso – Você pode congelar as coisas.
Matias: - Sim – Matias respondeu – Mais ainda não consigo controlar muito bem.
Então era dele que eu tinha absorvido os poderes do gelo eu nunca iria imaginar.
Simon: - Ate o Black Sparrow aparecer eu pensei que fosse o único – Ele disse meio aliviado.
Matias: - Imagino que existam muitos mais – Matias disse parecendo bastante certo.
Simon: - E você Gabriel, também tem poderes – Ele perguntou.
Pensei em dizer que sim que eu absorvo os poderes das pessoas e que agora eu também tenho os poderes deles e que sou muito mais forte do que qualquer um dos dois, mas me pareceu algo muito arrogante pra se dizer, sem contar que eles poderiam descobrir que eu sou o Black Sparrow, então eu fiz a garrafa na mão de Simon começar a flutuar.
Matias: - Telecinese – Ele disse – que legal ele concluiu.
Simon: - isso que é uma escola de heróis – Simon disse com um largo sorriso.
Matias: - Nós não somos heróis só temos poderes – Matias disse.
Simon: - Por que não montamos um grupo pra proteger as pessoas, igual a liga da justiça – Simon disse empolgado de uma forma que me fez lembrar do Tiago.
Matias: - Não seja burro Simon, nós não temos roupas à prova de balas, e eu nem sei controlar meus poderes direito – Ele disse.
Ainda bem que o Matias se antecipou e jogou um balde de água fria nós planos de Simon, eu não queria que nenhum deles se machucasse igual ao Tiago a principio Ele pareceu decepcionado.
Simon: - Tem razão no que eu estava pensando – Simon disse meio decepcionado.
Matias: - Numa coisa boa – Matias disse com sua costumeira expressão serena – Em ajudar as pessoas, mas é melhor deixar isso com o Black Sparrow.
Matias olhou pra mim quando disse as palavras Black Sparrow, como se soubesse que eu estava por debaixo daquela fantasia.
Gabriel: - Ele está certo Simon, ao que parece o Black Sparrow é a prova de balas.
Simon: - Será que aqui na escola existe mais alguém com poderes? – Simon perguntou.
Matias: - Eu não sei, é possível.
Eu tinha certeza que não era só nós três, eu ainda tenho dois poderes que eu não descobri de quem eu absorvi a super audição e a capacidade de puxar as lembranças das pessoas, mas não faz mal eu vou descobrir uma hora ou outra.

G.T.: Suas previsões estão erradas me deve 100 R$

Thonye: a Historia tem romance des do inicio.

Aninha: Não foi tão lindo assim.

0/

sábado, 17 de dezembro de 2011

A Escuridão E O Amanhecer capitulo 11






CAPITULO 11 – Velha Infância - Alice

Sai do banheiro ainda secando meus cabelos com minha toalha, mesmo assim gotas caíram criando uma trilha ate o meu quarto, o Gabriel já deve esta chegando daqui a pouco, procuro uma roupa no meu armário e acho um vestido florido na altura dos joelhos que eu devo ter usado somente umas três vezes, o coloquei e me olhei no espelho por um tempo virei de um lado para o outro querendo analisar de todos os ângulos, e cheguei a conclusão que aquele vestido me deixava gorda, troquei por uma saia jeans e uma blusa vermelha com os Dizeres: Palavras podem dizer menos do que um olhar, que eu comprei quando eu tinha quatorze anos e três anos depois ainda me serve.
Sentei-me na penteadeira onde me maquiei e fiz uma franja eu fico bonita de franja, deveria usar mais, mas meu cabelo é tão enrolado que só da pra fazer franja com ele ainda um pouco molhado, de repente eu me dei conta de que eu estava me importando com a minha aparência mais do que devia, é o Gabriel...Não o Miguel.
A campainha tocou alguns segundos depois eu fazia os últimos retoques. Eu sabia que era o Gabriel, mas isso não impediu que minha mente irracionalmente apaixonada imaginasse que quem estava à porta era o Miguel com o buquê de rosas amarelas na mão, e que ele sorriria pra mim assim que me visse e diria que cada dia longe de mim pareceu uma eternidade sem fim, e eu diria que pra mim também, eu tenho que parar de ficar assistindo esses filmes de amores impossíveis.
Minha mãe entrou no quarto com a empolgação de uma colegial que acaba de receber seu primeiro convite pra sair, estou começando a ficar preocupada com ela, aulas de mecânica, aulas de Kung-fu, e o mais preocupante de tudo aulas para ser critico de cinema, quem é que estuda para ser critico de cinema e praticamente a mesma coisa que fazer faculdade pra ser arbitro de futebol.
Maria: - Ele é um pão – Ela disse tão alto que eu fiquei preocupada que ele tivesse escutado.
Alice: - Mãe – Eu a repreendi.
Maria: - Que foi Alice, esta com ciúmes – Ela perguntou.
Alice: - Primeiro ele não é meu namorado, nós só vamos fazer um trabalho de escola, segundo ninguém hoje em dia diz que alguém é um pão – Eu Disse um pouco alterada.
Maria: - Desculpa – Ela disse – Ela é um gato esta melhor assim – Ela perguntou.
Alice: - Por favor, mãe aconteça o que acontecer se mantenha distante da sala. – Eu implorei a ela.
Maria: - Não se preocupe eu não vou roubar seu namorado, mesmo por que ele é muito novo pra mim – Ela disse num tom de brincadeira que eu achei muito sem graça.
Alice: - Estou falando serio Mãe – Eu disse de forma seca.
Maria: - Já entendi, mas me diga qual é o nome dele – ela perguntou.
Alice: - É Gabriel – Eu falei.
Maria: - Igual ao Arcanjo – Ela disse.
Eu lembrei que foi quase isso que eu disse ao Miguel quando ele se apresentou, as lembranças vieram outra vez e senti aquela pontada no peito, senti a dor de esta longe de quem se ama.
Maria: - Que foi Alice –Ela perguntou.
Alice: - Nada mãe só lembrei de uma pessoa –Eu disse tentando desconversar.
Ela me puxou pra junto dela e me abraçou de forma carinhosa, ela não fazia muito isso antes do meu pai morrer, geralmente era ele que demonstrava os sentimentos.
Maria: - Não se preocupe se às vezes você sentir vontade de chorar é normal – Ela disse.
Estava claro que ela estava achando que a pessoa que eu me lembrei fosse o papai, eu não quis dizer pra ela que era um garoto que eu conheci no avião, só esperei que ela me soltasse e fui pra sala me encontrar com o Gabriel, ele se levantou do sofá assim que eu entrei na sala.
Gabriel: - Oi – Ele disse timidamente.
Alice: - Olá – Eu respondi enquanto me sentava.
Ele se sentou e ficou me olhando da mesma forma que ele ficava me olhando na escola.
Alice: - Você já leu o livro eu perguntei.
Gabriel: - Ainda não – Ele disse – Eu comecei a ler mais é meio chato.
Alice: - Chato – Eu disse surpresa – É uma das maiores historia de amor de todos os tempos.
Gabriel: - não creio que tenha realmente acontecido, parece mais um livro do que fatos – Ele disse.

Alice: - Eu acredito que realmente tenha acontecido – Eu disse.
Gabriel: - Eu não, em certas historias o Tristão é colocado na corte do rei Arthur, é como a guerra de tróia ou a Lenda de Beowulf provavelmente nunca aconteceram – Ele disse.
Alice: - Você não acredita que alguém poderia sacrificar tudo por amor – Eu perguntei.
Gabriel: - Se você tivesse me perguntado isso no final do ano passado, eu direi não – Ele Disse – mais eu não sabia o que era gostar de alguém.
O jeito que ele me olhava enquanto disse essas palavras era tão estranho...Tão intenso.
Alice: - Vamos fazer desse jeito, eu faço a metade inicial do livro e você a metade final, assim agente não precisa ficar se encontrando – Eu disse.
Gabriel: - Minha companhia te incomoda tanto assim – Ele perguntou com um olhar triste.
Eu não tinha percebido que da forma que eu disse parecia que eu não queria ficar perto dele.
Alice: - Não é nada disso, eu só me expressei mal, me desculpe.
Eu notei uma mancha de sangue na camisa dele, aquilo me deixou preocupada talvez ele tivesse matado alguém antes de vir pra cá, por que eu sempre acho que as pessoas são assassinas em serie, tenho que parar de assistir CSI.
Alice: - Isso é sangue – Eu perguntei mesmo sabendo a resposta.
Gabriel: - É sim eu tive um pequeno acidente enquanto eu vinha pra cá – ele explicou mais parecia esta mentindo.
Mal pude acreditar quando minha mãe entrou na sala com sanduíches e refrigerante, depois de eu ter pedido tanto.
Maria: - espero não esta interrompendo nada – ela disse do jeito mais natural do mundo.
Por que será que os pais conseguem nos envergonha mesmo quando eles não estão tentando fazer isso, ela ainda ficou encarando o Gabriel como se ele fosse uma pessoa que ela não via há muito tempo.
Maria: - Seu rosto me parece tão familiar Gabriel –Ela disse, parecia realmente confusa, ela deixou o lanche e saiu, não sem antes olhar pra ele mais uma vez.

Alice: - Me desculpa pela minha mãe.
Gabriel: - Tudo bem, eu tenho um rosto comum, vivem me confundido com o Brat Pitt – Ele disse tentando fazer piada, eu sorri fingindo que achei engraçado.
Alice: - Por que você esta sempre olhando pra mim – Eu perguntei sem rodeios – Eu nem sou tão bonita a ruiva que fica te olhando é muito mais bonita do que eu, você não imagina como é difícil pra eu dizer isso.
Ele ficou vermelho de vergonha, a pele dele é tão branquinha que por mais que ele dissesse que não, estava bem claro que a minha pergunta o deixou envergonhado.
Alice: - Me desculpe eu não devia ter perguntado – Eu tentei fazer ele se sentir melhor.
Gabriel: - Você acredita que as pessoas possam se apaixonar mesmo antes de se conhecer.
Eu sabia o que ele estava querendo dizer era como eu me sentia com o Miguel, parecia que estávamos destinados a nos conhecer naquele avião, é uma sensação tão estranha quando se acha alguém que te faz pensar que a vida é perfeita mesmo que você ainda esteja de luto pela morte de seu pai, mas às vezes os destinos são certos, mas os caminhos opostos.
Gabriel: - Eu sonho com você muito antes de te ver pela primeira vez, por mais louco que isso seja – Ele disse.
Alice: - Podia ser qualquer garota parecida comigo – Eu tentei desconversar.
Gabriel: - Era você, seus olhos, seus cabelos eu reconheceria em qualquer lugar – ele disse determinado.
Alice: - É melhor agente fazer esse trabalho outro dia – eu disse enquanto me levantava.
Gabriel: - Espera – Ele disse ao mesmo tempo em que tocava o meu braço vi todo o seu corpo estremecer, a expressão do seu rosto mudou totalmente ele parecia abalado como se tivesse visto alguma coisa.
Alice: - Você esta bem – eu perguntei preocupada.
Gabriel: - Eu preciso ir embora – Ele disse.
Alice: - O que houve Gabriel?
Gabriel: - Nada, eu estou bem – Ele disse com uma voz embargada.
Eu pensei em argumentar para que ele ficasse, mas ele saiu sem me dar chance de dizer nada, o que eu estou pensando eu queria que ele fosse embora e agora eu estou me sentindo mal por ele ter ido embora, o que esta havendo comigo.
Entrei no quarto da minha mãe confusa com a situação, eu surpreendi olhando umas fotos antigas que ela guardou rapidamente, só consegui ver uma das fotos e não reconheci ninguém.
Alice: O que você estava fazendo – Eu perguntei apesar de saber exatamente o que ela estava fazendo.
Maria: - Nada de mais, só olhando as fotos dos meus antigos amigos.
Alice: - Posso ver – Eu perguntei.
Maria: - Não, você não conhece nenhum deles, e também não quero que você veja o quanto eu envelheci – Ela disse – cadê o Gabriel?
Alice: - ele já foi –Eu respondi.
Maria: - Por isso você esta com essa carinha triste – Ela perguntou de forma amistosa.
Sentei-me perto dela procurando uma forma de começar o assunto.
Alice: - Você já se apaixonou por alguém alem do papai – Eu criei coragem e perguntei, ela respirou fundo antes de me responder.
Maria: - Eu tinha um namorado antes de conhecer o seu pai – ela disse – Mais quando eu vi seu pai pela primeira vez foi amor a primeira vista, eu sabia que era com ele que eu queria passar o resto da minha vida.
Alice: - Você nunca duvidou disso –Eu perguntei.
Maria: - O medo sempre faz agente se questionar sobre essas coisas, eu larguei um namoro de três anos pelo seu pai, eu não tinha certeza se ia dar certo, mas eu tinha certeza do que eu queria, é meio contraditório não – Ele perguntou.
Alice: - Muito –Eu respondi.
Maria: - Você esta apaixonada pelo Gabriel: - Ela perguntou.
Alice: - Não mãe – Eu respondi irritada.
Maria: - Não precisa se irritar foi só uma pergunta – ela disse.
Alice: - Mais ele falou umas coisas estranhas sobre destino, e de que tinha sonhado comigo antes mesmo de me conhecer – Eu disse um pouco constrangida.
Maria: - Você acreditou nele – Ela Perguntou gentilmente.
Alice: - Ele pareceu sincero, mas ai ele saiu como se tivesse visto algo assustador.

Maria: - ele parece ser um bom garoto – Ela disse e sorriu.
Alice: - Qual é a graça – Eu perguntei
Maria: - É que agente geralmente flerta com os Perigosos e nos casamos com os bonzinhos.
Alice: - Eu conheci uma pessoa no avião, foi amor a primeira vista, O sorriso dele é a coisa mais bonita que eu já vi.
Maria: - Nossa, por que não me falou dele antes – ela perguntou.
Alice: - Por que eu tenho a sensação de que nunca mais vou vê-lo – Aqueles palavras doeram fundo no meu peito.
Maria: - Algumas pessoas passam por nossas vidas e a chacoalha de tal forma que parece que o chão desapareceu dos nossos pés, mas muitos são só alma gêmeas temporárias, então vão embora – Ela Disse – Mais as vezes agente fica esperando essa alma gêmea retornar e acaba deixando escapa a verdadeira alma gêmea – Ela concluiu.
Eu odeio quando ela banca a filosófica, mas talvez ela esteja certa, talvez o Miguel já tenha cumprido a missão dele na minha vida, eu quero tanto acreditar nisso, assim talvez a dor diminuísse, mas eu sinto que ele de alguma forma ainda faz parte da minha vida, me levantei e sai do quarto de minha mãe, no meu quarto peguei um porta-retrato sobre a mesinha ao lado da minha com a foto do meu pai, e fiquei olhando a foto por alguns minutos, lembrando dele sentindo a falta dele então eu me dei conta que a saudade que eu sentia dele era diferente, era uma certeza, a certeza de que eu nunca mais vou vê-lo, mas quando eu me lembrava do Miguel a saudade era diferente, era como se estivesse em estados diferentes entender aquilo fez meu coração disparar e se encher de esperança de que aquele dia debaixo de chuva, não foi um adeus, mas sim um ate logo.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A Escuridão e O Amanhecer Capitulo 10



Capitulo 10 – O Senhor dos Ventos – Filipe

Estirado no chão, pela primeira vez fui vencido eu não podia acreditar, aquele garoto é a pessoa mais poderosa que eu já enfrentei e olha que já foram muitos, meus olhos se fecharam e uma nuvem de lembranças veio a minha mente, lembranças ruins.
Quando eu e minha irmã tínhamos Cinco anos conhecemos a morte de perto, nossa mãe morreu. Ela tinha só 24 anos nós ficamos ao lado dela ate que os vizinhos percebessem que havia algo errado, foram dois longos dias, alem dela não tínhamos ninguém e fomos mandados para um abrigo de crianças abandonadas ou órfãs, todo dia a Anna Perguntava quando nossa mãe ia vir nos buscar, eu sempre respondia que em breve devo admitir que não sabia o que estava dizendo, só estava repetindo o que minha mãe dizia quando o dono da casa que agente morava ia cobrar o aluguel atrasado, um dia ela simplesmente parou de perguntar, lá não era um bom lugar a comida era ruim e pouca, não havia camas para todos, as mulheres que deveriam tomar conta da gente não se importavam muito, afinal quem se importa realmente com o que uma criança sem pais passa num lugar desse, às vezes elas levavam alguma criança geralmente à noite, no dia seguinte elas voltavam, mas as crianças não, eu sempre rezava para que não levassem minha irmã, mas eu sabia que não ia adiantar, pois um dia um de nós acabaria sendo levado.
Quando eu Tinha Oito anos no meio da noite uma delas entrou no quarto em que eu estava com a minha irmã e outras 5 crianças, eles acordaram minha irmã e mandou que ela levantasse rápido pois ela ia embora.
Anna: - Filipe Socorro – ela gritou
Eu corri e segurei o braço dela, mas levei um tapa na cara que doeu por uns dois dias, aquela mulher arrastou a Anna para fora do quarto, ela gritava e lutava não queria ir, não queria se separar de mim, foi quando eu senti todo o meu corpo estremecer, e uma rajada de vento estraçalhou a janela do quarto, ela largou minha irmã enquanto olhava atônita para mim, Anna correu ate mim, podia sentir o vento me rodeando, fiz um movimento com a mão e ela foi atingida por uma rajada de vento que fez com que ela batesse contra a parede.
Anna: - Como você fez isso – Ana Perguntou abismada.
Filipe: - Eu não sei – Eu disse com todo o resto de inocência que me restara.
Eu queria matar aquela mulher todas as que nos maltrataram, mas eu sei que isso é errado Deus não gostaria, eu a Anna e outras oito crianças fugiram naquele dia, eu nunca mais os vi, Eu e a Anna passamos inúmeras noites com frio e com fome e usei meus poderes algumas vezes pra roubar pessoas, aquilo me deixava muito mal eu não sou um ladrão Deus me deu esses poderes para que eu pudesse ajudar as pessoas não roubá-las, um dia quando a Anna completou Dez anos seus poderes também apareceram e nós começamos a fazer truques na rua, agente conseguia dinheiro suficiente pra comer só precisávamos arrumar um lugar pra morar, a rua é um lugar muito perigoso ate mesmo pra gente mais ou menos uns 5 meses depois que a Anna descobriu os poderes nós terminamos de nos apresentar, as pessoas deixaram o dinheiro e foram embora exceto um homem com um terno elegante, gel no cabelo e um sorriso gentil, mais enigmático, e se tem uma coisa que eu aprendi foi que as pessoas com aparência gentil geralmente são os mais perigosos.
Filipe: - O show acabou – Eu disse tentando espantá-lo.
Richard: - Eu notei – Ele disse com o mesmo sorriso.
Ele sacou uma pistola e disparou um dardo na Anna antes que eu pudesse atacá-lo ele também disparou em mim a ultima coisa que eu vi foi um garoto talvez da minha idade com o poder de ficar invisível ficar visível bem ao lado do homem, eu e a Anna não somos os únicos eu descobri isso naquela noite.
Acordei em uma sala com um bracelete que parecia uma algema prendendo minhas mãos, Anna estava desacordada ao meu lado eu tentei usar meus poderes para nos tirar dali, mas eles não funcionavam, O homem entrou acompanhado por dois garotos.
Richard: - Olá Filipe, Meu nome e Richard Fox, esses são meus filhos, André que pode controlar o fogo e Mateus que pode ficar invisível – Ele se apresentou.
Filipe: - O que você fez com a minha irmã – Eu gritei.
Richard: - Ela esta bem não se preocupe – Ele disse – Desculpa ter atirado em vocês, mas eu não poderia arriscar uma reação de vocês o poder de ambos pode causar grandes contratempos – Ele concluiu.
Filipe: - O que você quer da gente – perguntei tentando conter o choro.
Richard: - vocês são gêmeos? – Ele perguntou quase como uma afirmação.
Filipe: - Sim. – Eu disse
André: - Ninguém vai machucar vocês não precisa ter medo – O garoto que controla o fogo disse.
Richard: - Eles também são gêmeos, gêmeos como vocês os dois desenvolvem os poderes, já gêmeos univitelinos somente um desenvolve os poderes – Ele explicou.
Eu não fazia idéia do que ele estava falando, isso estava evidente em meu rosto ele percebeu.
Richard: - Não se preocupe um dia você vai entender. - Ele disse.
Mateus: - Gêmeos univitelinos são gêmeos idênticos – O outro garoto falou.
Richard: Você sabe de onde vem seu poder? – ele perguntou.
Filipe: - Eu pedi a Deus que ajudasse eu e minha irmã e ele nos deu esses poderes – Eu falei.
O garoto que controla o fogo não conseguiu controlar o riso mais Richard o olhou com um olhar repreensivo e ele parou.
Richard: - Não foi assim que seus poderes surgiram, há alguns anos aconteceu uma catástrofe – Ele Disse – Desse incidente varias mulheres grávidas foram afetadas por uma espécie de vírus que criou uma mutação nos fetos – Ele fez uma pausa e me olhou percebeu que eu não estava entendo muita coisa – Criou uma mutação nos bebês que fez com que eles nascessem com poderes igual a você ou sua irmã.
Eu não queria acreditar nele, eu nem o conhecia mais ele parecia tão certo do que estava dizendo.
Richard: - OS poderes variavam, mas com o tempo percebemos que quanto mais a mãe foi exposta, mas forte era o bebê – Ele disse – Ate hoje existe casos de crianças especiais nascendo, é bem menos freqüente, na verdade o ultimo foi há dois anos. – ele concluiu.
Mateus: - E eles são cada vez mais fracos, nem se comparam aos da primeira geração, nós no caso.
Richard: - Eu acho fascinante o fato de vocês tão jovens já conseguirem controlar seus poderes – Ele disse com um brilho no olhar.
Filipe: - Obrigado – Eu disse.
Ele falou muita coisa, me explicou muita coisa mais ainda não havia dito o que ele queria comigo e com a Anna.
Richard: - Eu quero que você e sua irmã se unam a mim e minha equipe – Ele disse com um sorriso gentil.
Filipe: - E se eu disse não – Eu perguntei.
Richard: - Esperarei sua irmã acordar, e libertarei vocês – Ele disse – Mais eu quero que você pense se você ficar, você terá estudos, uma casa, e terá um objetivo na vida – Ele fez uma pausa – Proteger as pessoas - ele concluiu.
André: - É isso que agente faz aqui cara – O garoto do fogo falou.
Richard: - Pense na sua irmã, as ruas são um lugar perigoso, principalmente para uma menina tão bonita, seus poderes não foram o suficiente pra evitar que eu a trouxesse pra cá, por mais que minhas intenções sejam boas, têm outros que não tem – Ele disse.
Eu estava confuso eu passei tempo de mais na rua me acostumei a ela, mas eu sabia bem que as ruas não são lugar para minha irmã eu sempre procurei protegê-la, talvez aqui ela fique protegida, e havia alguma coisa que me fazia acreditar naquele homem.
Filipe: - Tudo bem, eu aceito – As palavras saíram quase que automaticamente.
Richard: - Seja bem vindo à família Nabucodonosor Filipe – Ele disse com os braços abertos como se fosse me dar um abraço.
Mateus veio ate mim e retirou as argolas da minha mão, e das mãos da minha irmã.
Richard: - Mateus mostre a ele as instalações, vou levar a menina para o refeitório.
Saímos da sala onde estávamos e caminhamos por um grande corredor com varias portas dentro havia pessoas com jalecos brancos, frascos de pesquisa e papeis sobre a mesa.
Filipe: - O que eles fazem aqui – eu perguntei cheio de curiosidade.
Mateus: - É confidencial se eu te contar teria que te matar.
Filipe: - Você esta mentindo – Eu Falei.
Mateus: - Quer arriscar – Ele perguntou com um ar enigmático.
Filipe: - Não – Achei melhor não arriscar aquele garoto tinha uma expressão meio louca no rosto.
Chegamos num lugar que parecia com uma cadeia, eu parei em frente a uma porta onde um garoto esmurrava a porta querendo sair, ele gritava e batia implorando pra sair, aquilo me deixou assustado e preocupado que eles me jogassem e minha irmã numa daquelas celas.
Mateus: - Não se preocupe com ele – Ele Disse.
Filipe: - Ele ta preso? – Eu perguntei.
Mateus: - Nossa missão é proteger as pessoas – Ele disse.
Filipe: - Prendendo crianças – Eu o interrompi.
Mateus: - Agente protege as pessoas normais, de pessoas com poderes – Ele disse mais eu o interrompi outra vez.
Filipe: - Nós temos poderes – Eu falei alto.
Mateus: - Mais nós não somos maus, esse garoto é um dos perigosos ele tem super força e se regenera. – Ele disse calmamente.
Filipe: - Como você pode ter certeza que ele é perigoso ele deve ter a nossa idade – Eu argumentei.
Mateus: - Existe uma igual a nós que sonha com as coisas e pode projetar os sonhos dela em aparelhos de TV ou computador.
Filipe: - Foi assim que vocês nos acharam? – Eu perguntei.
Mateus: - Vocês não podem fazer truques sobre humanos sem que a nossa família fique sabendo – Ele disse – Só não achamos você antes por que ela chegou aqui há alguns meses e tínhamos outros assuntos para resolver – Ele concluiu.
Ele continuou a me mostrar às instalações, passamos por guardas armados que o cumprimentaram depois de andarmos por quase 40 minutos ele me levou para o refeitório onde não havia muitas mesas e cadeiras, minha irmã estava comendo acompanhada pelo André.
Filipe: - Anna Você ta bem – Eu perguntei preocupado.
Anna: - Estou – Ela disse comendo mais um pouco de comida.
Filipe: - Agente vai morar por aqui, pelo menos por um tempo – Eu disse esperando que ela se recusasse.
Anna: - Tudo bem, a comida daqui é boa – Ela disse, ela parecia feliz aquilo me fez ter certeza que tomei a decisão certa.
André: - Coma alguma coisa Filipe – Ele disse.
Mateus: - depois levo vocês para seus respectivos quartos – Ele disse e se afastou para outra mesa.
Filipe!Filipe! Eu ouvi a voz da minha irmã chamar, meus olhos se abriram lentamente e ela estava me olhando apreensiva, eu estava de volta ao telhado onde aquele garoto me derrubou.
André: - Você ta bem cara – Ouvi a voz do André.
Olhei um pouco mais para o lado e ele estava me olhando, ao seu lado estava Davi um garoto de trejeitos afetados maquiagem nos olhos, apesar de que o cabelo só permite que um dos olhos dele fique a mostra e um sarcasmo que irrita qualquer pessoa.
Davi: - Parece que alguém foi nocauteado – Ele disse com um ar debochado.
Anna: - Quem fez isso, foi o Mateus ou algum outro dos que fugiram – ela perguntou.
Eu não a respondi eu mal conseguia olhar para ela, André tentou me ajudar a levantar mais eu dispensei sua ajuda e subi no helicóptero sozinho os outros subiram logo depois e o helicóptero decolou.
Anna: - Vamos ter que dar alguns pontos nesse corte – Ela disse, mas eu a ignorei e continuei a olhar pela janela do Helicóptero.
Davi: - Não se preocupe Anna ele só esta com o ego ferido, coisa de homem – Ele disse com seu jeito debochado.
Usei meus poderes para que o helicóptero fosse atingido por uma rajada de vento que fez com que ele balançasse.
Davi: - Quer derrubar o Helicóptero e matar todo mundo –Ele disse irritado.
Filipe: - Eu e a Anna sairíamos vivos, e o André é imune ao fogo só você e o piloto morreriam –Eu disse.
Chegamos à base e eu fui imediatamente para enfermaria, à enfermeira cuidou dos meus ferimentos Anna ficou o tempo todo por perto, assim que a enfermeira saiu da sala, Anna veio na minha direção e me abraçou bem forte.
Anna: - O que você estava pensando sair sozinho, nós somos uma equipe Filipe – Ela disse com lagrimas nos olhos.
Richard Entrou ele continua o mesmo só envelheceu alguns anos.
Richard: - Você esta bem? – Ele perguntou.
Filipe: - Sim senhor – Eu respondi.
Richard: - Foi o 040 que fez isso – Ele perguntou.

Filipe: - A não ser que ele tenha aprendido a voar e a ter telecinese alem do poder de gelo acho que não – Eu disse.
Richard: - Se ele matou pessoas que tinham esses poderes ele os teria agora – Ele falou como se eu não soubesse disso.
Filipe: - Não era ele senhor, eu tenho certeza – Eu disse.
Richard: - Seja lá quem for ele deve ser encontrado e capturado, Como a 045 não viu isso – Ele disse.
Filipe: - Ele não é perigoso senhor, ele podia ter me matado – Aquelas palavras doeram ao sair da minha boca.
Richard: - Veremos – ele disse saindo da enfermaria.
Anna: - O que ta havendo Filipe – Ela perguntou.
Filipe: - Só estava pensando Anna – Eu disse.
Anna: - Em que? – Ela perguntou.
Filipe: - Que talvez o Mateus estivesse certo – Ela me interrompeu.
Anna: - Você está louco? – Ela perguntou.
Filipe: - Não! Mais se ele estiver certo, e se na verdade nós formos os vilões quem garante que essas pessoas presas aqui são realmente perigosas.
Anna: - Você só pode esta brincando lembra que o 035 pode criar buracos negros, ela matou toda família.
Filipe: - Ele disse que foi acidente, que não sabia que possuía esses poderes – Eu falei.
Anna: - Você sofreu uma pancada na cabeça, está confuso só precisa descansar, por favor, não faça a mesma besteira que o Mateus.
Filipe: - Eu não vou abandonar a família Anna, pelo menos não ainda. – Eu disse.
Ela me abraçou nós não abandonamos nossa família no primeiro contratempo, eu nunca a deixaria, ela é a minha família não esse lugar, não essas pessoas eu sei que teria me virado na rua sou grato pelos estudos e pela casa, mas já fazia algum tempo que essa vida já estava me cansando.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A Escuridão e O Amanhecer Capitulo 9





Capitulo 9 – Conheça Seus Inimigos - Gabriel

Desde que cheguei em casa não conseguia tirar da cabeça o que a Suzana havia dito, sobre as pessoas que caçam gente igual a mim e ao Tiago, A fantasia De Black Sparrow estava ao meu lado na cama eu olhava para ela com a certeza de que eu deveria vesti-la e ir lutar, mas algo me impedia não era pra eu ter medo eu sobrevivi a uma explosão da qual ninguém sobreviveria, eu posso combater o crime, eu posso mudar o mundo, parecia ate algo que eu Tiago diria, mas eram meus pensamentos sabia o que tinha que fazer, eu sabia como fazer chega de fugir do destino, chega de achar que o mundo não merece ser salvo, a Alice faz parte desse mundo e nunca me perdoaria se acontecesse com ela o mesmo que aconteceu com o Tiago, me levantei e vesti a parte de baixo da fantasia foi quando minha mãe bateu na porta, me joguei na cama e me cobri ate a cintura.
Carla: - Oi Gabriel – Ela disse enquanto entrava.
Gabriel: - Oi mãe.
Carla: - Você quer conversar? – Ela perguntou se sentando na cama.
Gabriel: - Não mãe – eu respondi querendo que ela saísse logo.
Carla: - Você não precisa se preocupar – Ela Disse – a policia vai pegar quem fez isso com o Tiago.
Gabriel: - Eu acredito nisso mãe – Eu disse.
Ela colocou a mão sobre a minha e a acariciou, se levantou respirou fundo e falou antes de sair.
Carla: - Se quiser conversar Gabriel, pode vir falar comigo.
Gabriel: - Obrigado mãe – Eu disse.
Assim que ela saiu, me levantei e coloquei o resto da fantasia caminhei ate a janela e saltei toquei o chão e nem ao menos senti o impacto, a Suzana estava certa sobre os meus poderes ela funciona como uma espécie de esponja absorvendo os poderes de quem estiver por perto, eu fico imaginando quantos poderes eu já tenho e nem ao menos ainda descobri, o poder do Tiago vai ser bastante útil para voar por ai, era uma sensação ótima esta voando sentir o vento na cara, estava com o radio da policia na mão só esperando por alguma ocorrência, então ouvi uma era perto de onde eu estava fui pra lá imediatamente, a chamada foi de um garotinho que estava escondido por que seu pai chegou bêbado e estava agredindo a mãe, quando cheguei ao local arrombei a porta com um chute e rezei pra que não tivesse sido um trote, ao entrar eu me deparei com a mulher no chão muito machucada e chorando o marido estava segurando um revolver.
Gabriel: - Solte essa arma – Eu disse num tom firme.
Mais ele num ato de desespero atirou três vezes em mim, senti o impacto acho que ate um pouco de dor, mas me recuperei rapidamente, ele estava preparado para atirar outra vez mais usei o poder que absorvi da Suzana e fiz a arma dele voar longe, ele me olhou espantado pude ouvir seu coração bater disparado, ele ameaçou correr pra pegar a arma, mas fui mais rápido e desferi um soco que fez com que ele voasse contra a parede e desmaiasse imediatamente.
A criança correu em minha direção e me abraçou forte e disse que sabia que eu viria ajudar, nesse momento eu me dei conta que o Tiago estava certo as pessoas agora acreditam no Black Sparrow, ajudei a mulher a se levantar ela me olhou com os olhos cheios de lagrimas e me disse MUITO OBRIGADO, acho que nunca havia me sentido tão bem comigo mesmo como naquele momento, duas palavras bastaram, Ouvi o barulho das sirenes se aproximar e fui embora voei ate o alto de um prédio onde observei o ir e vir das pessoas.
Não demorei a ouvir outra chamada no radio da policia, alguns policias estavam encurralados no meio de um tiroteio contra bandidos voei pra lá o mais rápido que pude no caminho passei por cinco viaturas em alta velocidade o barulho das sirenes eram quase ensurdecedor acho que havia absorvido o poder da super audição de alguém, lá do alto eu pude ver os policias escondidos atrás de uma viatura que era alvejada por disparos de armas de grosso calibre, as sirenes se aproximavam assim que os bandidos os ouviram entraram no seu carro e tentaram ir embora, mas desci rapidamente e segurei o carro eles tentaram mais tudo que conseguiram foi fritar pneu na pista arremessei o carro deles contra um poste, meu coração disparou não fazia idéia da minha própria força uma mistura de euforia e medo percorreu o meu corpo, será que eu estava me tornando uma pessoa perigosa, os policias aproveitaram que os bandidos ficaram atordoados com o impacto e efetuaram a prisão, eles acenaram pra mim como Agradecimento, eu retribui e voei para casa, na verdade eu poderia ficar combatendo o crime por horas o cansaço ainda não tinha me atingido, mas eu tinha aula ao amanhecer e fui pra casa, a janela do meu quarto estava entre aberta, eu passei a deixar ela desse jeito desde que o Tiago me disse que podia voar, Tirei a fantasia de Black Sparrow mais não conseguia parar de pensar que em algum lugar alguém poderia esta precisando de mim, me deitei e fiquei esperando o sono vir, não sei ao certo que hora eu apaguei mais lembro bem qual foi meu ultimo pensamento ALICE.
Cheguei ao colégio mais cedo que o de costume, sempre chegava em cima da hora por que ficava esperando o Tiago, o Matias veio em minha direção quando me viu chegar eu não conseguia entender, ele gostava da Isabel e ela de mim, ele sabe disso e mesmo assim ele é sempre tão simpático.
Matias: - Alguma novidade? – Ele perguntou, eu sabia exatamente que ele queria saber do Tiago.
Gabriel: - Não!
Matias: - E você esta tudo bem? – Ele perguntou gentilmente.
Acho que isso é o que as pessoas mais têm me perguntado se eu estou bem, eu estou de pé é o Tiago que esta num leito de hospital, não eu não estou bem, meu melhor amigo, meu irmão esta entre a vida e a morte por minha culpa é isso que eu tenho vontade de dizer, mas eles não entenderiam o motivo, então eu sempre respondo a mesma coisa.
Gabriel: - Sim estou bem – eu disse.
Matias: - Se você precisar de um amigo enquanto o Tiago estiver no hospital pode contar comigo – Ele disse com um leve sorriso no rosto.
O mundo seria um lugar melhor se de cada dez pessoas uma fosse igual ao Matias, devo admitir que sempre tive uma curiosidade de saber um pouco mais sobre ele, parece que nada abala a boa vontade dele, talvez haja um vilão por debaixo desse sorriso, ou talvez eu só queira que exista um por achar ele perfeito de mais e eu imperfeito demais.
Gabriel: - Obrigado Matias, depois do Tiago você é o mais próximo que tenho de um amigo – Eu disse.

Ele ficou surpreso, acho que ele não fazia idéia de que eu o considerasse um amigo e fui para a sala de aula, ainda não havia ninguém quando eu entrei, pendurei minha mochila nas costa da cadeira e recostei esperando pelo professor, Alice entrou acompanhei com o olhar cada passo dela ate que ela se sentasse e ainda continuei olhando com um olhar de um bobo apaixonado, só estavam nós dois na sala pensei em me levantar e falar com ela estava criando coragem dentro de mim afinal eu sou o Black Sparrow, coloquei minhas mãos sobre a mesa, pronto para me levantar, mas ela olhou na minha direção e toda a coragem desapareceu desviei o olhar e fingi que estava lendo alguma coisa escrita na minha carteira, os alunos começaram a entrar, assim como o professor que fez a chamada e mais uma vez o Tadeu não apareceu, eu olhei pra carteira na qual ele sentava pude sentir um frio percorrer a minha espinha, ao lembrar do olhar dele no dia que ele apanhou.
No final da aula o professor de Literatura passou um trabalho sobre o livro Tristão e Isolda e dividiu em duplas, eu cruzei os meus dedos rezando para que ele me colocasse junto com Alice, rezei tanto que minhas preces foram ouvidas ele falou meu nome fez uma pausa olhou para todas as meninas que ainda não tinham um par e apontou para Alice e disse.
- Você menina nova, você vai fazer dupla com Gabriel – Ele disse – Tudo bem pra você Gabriel?
- Sim professor – Eu respondi
Eu disse como se não estivesse dando muita importância na realidade a minha vontade era de pular da minha mesa e começar a sapatear pela sala de aula ate chegar a ele e dizer muito obrigado.
Notei que ela estava olhando para mim talvez ela me achasse louco por esta sempre olhando pra ela, ou talvez ela também estivesse feliz por fazer o trabalho comigo, o professor disse que o trabalho deveria ser entregue no Maximo ate depois do carnaval não que eu estivesse prestando muita atenção no que ele estava dizendo, a maioria dos alunos estão eufóricos com uma semana sem aula, mas no meu caso é por que eu vou ter a chance de ficar perto dela, senti uma mão pousar sobre meu ombro era o Samuel.
Samuel: - Parabéns – Ele disse sorrindo.
Gabriel: - Obrigado!
Alice estava no pátio caminhando para a saída, corri ate ela que se assustou com a forma com que me aproximei.
Gabriel: - Desculpa – eu disse.
Alice: - Tudo bem – Ela disse com um sorriso tímido.
As palavras não saia eu queria dizer, mas tudo que eu conseguia era abrir a boca e não saia nada.
Alice: - Agente tem que marcar pra fazer o trabalho – ela disse.
Gabriel: - Claro! Temos era isso que eu estava tentando dizer – Eu falei e me senti um idiota.
Alice: - Não estava sendo muito bem sucedido – Ela brincou o que me deixou envergonhado.
Gabriel: - É me desculpa – Eu disse e me preparei para ir embora, como eu podia levar três tiros e nem me machucar e não conseguir manter uma conversa com uma garota.
Alice: - Pode ser na minha casa? – Ela perguntou.
Gabriel: - Claro, Até lá então – eu disse e me virei pra ir embora, sem nem ter me dado conta que eu não sabia onde ela morava, mas infelizmente ela me lembrou.
Alice: - Você sabe aonde eu moro? – ela perguntou.
Tive vontade de enfiar minha cara no chão de tanta vergonha, caminhei de volta ate ela que estava com um sorriso gentil enquanto escrevia seu endereço numa folha do seu caderno, ela rasgou um pedaço e me entregou o endereço.
Alice: - Daqui a dois dias as duas da tarde tudo bem?
Gabriel: - Claro, vou esta lá – Eu disse e me afastei.
Andei pela rua pensando no quanto aquele momento seria perfeito se o Tiago estivesse aqui pra que eu pudesse compartilhar com ele, obvio que eu omitiria alguns pontos como os meus vacílos.
A noite lá estava eu no alto de um prédio com o radio na freqüência do radio da policia esperando por algum chamado, esperando que alguém precisasse do Black Sparrow, sem que eu esperasse fui atingido por uma violenta rajada de vento que me fez cair no chão, eu estava sem entender como aquilo tinha acontecido, me levantei e me deparei com um jovem mais ou menos da minha idade parado a poucos metros de mim.
Filipe: - Black Sparrow Não é – Eu pensei que fosse uma pergunta, mas era mais uma afirmação.

Gabriel: - Quem é você e o que você quer? – Eu perguntei num tom intimidador, mas ele não pareceu ter ficado intimidado.
Filipe: - Não importa quem eu seja, mas você vem comigo – Ele disse como se dissesse a coisa mais normal do mundo.
Gabriel: - Não vou a lugar nenhum com você – Eu respondi e me coloquei em posição de ataque.
Filipe: - Por que vocês sempre preferem do jeito mais difícil – Ele disse confiante.
Ele fez alguns movimentos com a mão, parecia aqueles movimentos de Tai Chi, eu fui atingido por outra rajada de vento antes que eu pudesse me levantar ele criou o que parecia ser três pequenos tornados.
Gabriel: - Belo truque! – Eu disse realmente estava surpreso.
Ele atirou um dos tornados contra mim, que me jogou para o alto e me fez cair com violência no chão, eu tentei voar mais não consegui, ele atirou outro e eu voei outra vez.
Filipe: - Interessante – Ele Disse – A maioria cai com o primeiro.
Gabriel: - Fui abençoado com o poder da regeneração – eu disse.
O Chão onde cai se partiu criando algumas pedras eu fiz com que essas pedras começassem a levitar Ele olhou surpreso.
Filipe: - Telecinese, Interessante – ele Disse me olhando atentamente.
Juntei mais pedras algumas bem pequenas, estava torcendo para que ele não tivesse percebido que antes de fazer as pedras levitarem eu criei uma bola de gelo que esta bem na minha mão, atirei as pedras em direção a ele que como eu previa usou seu poder pra desvia-la, mas ele não esperava pela pedra de gelo que o atinge bem na cabeça fazendo ele ir ao chão atordoado.
Gabriel: - Gostou! – eu disse empolgado.
Me aproximei dele algo que não seria possível antes e o segurei pela camisa, e o tirei do chão como se fosse uma folha de papel.
Filipe: - Super-força, ate hoje eu só havia visto uma pessoa com o poder de se regenerar e com super força, você por acaso o matou? – ele perguntou.
Gabriel: - não sou assassino – eu disse.
Filipe: - Que pena, teria feito um bem enorme a humanidade – ele disse de forma irônica.
Gabriel: - O que você quer comigo? – eu perguntei.
Filipe: - Não vou te falar nada, pode me matar se quiser – ele disse.
Gabriel: - Já disse que não sou assassino – Eu disse antes de arremessa-lo no chão.
Filipe: - Isso ainda não acabou – ele disse tentando se levantar.
Gabriel: - Acabou sim! Eu sei de onde você é, avise ao seu chefe pra ficar longe de mim o do meu amigo. – Eu disse antes de sair voando.
Percebi que ela estava certa eles tentam capturar pessoas como eu, com poderes quantos será que eles já capturaram, o que será que fazem com eles, talvez eu devesse voltar lá e obrigar ele a falar, mas eu sei que eles viram atrás de mim outra vez, eu vou esperar talvez não seja uma boa idéia entrar nessa luta agora.

sábado, 27 de agosto de 2011

A Escuridão E O Amanhecer Parte 8



Capitulo 8 : Um Olhar No Passado - Suzana

Essa é a primeira vez que meus pais me deixam viajar sozinha, eles sempre disseram que eu era muito nova para tal aventura, mas esse ano eu consegui convence-los a autorizar, eu queria ir esquiar nos Alpes suíços, mas ao invés disso, eles disseram que tudo que iriam pagar era oito dias em Bariloche, não é bem o que eu queria mais tem neve e eu podia ir sozinha, minha mãe chorou enquanto eu me dirigia para o embarque, meu pai estava mesmo era preocupado com os rapazes argentinos, meu coração pulava de empolgação, mas ao mesmo tempo eu sentia um frio na barriga, mas eu estava pronta já sei cuidar de mim mesma.
Cheguei ao hotel morrendo de frio, deveria ter deixado minha mãe arrumar minhas malas, nem ao menos sei se me lembrei de colocar um casaco de verdade, ainda bem que nos quartos tem aquecedor, abri a janela a vista era belíssima uma floresta de pinheiros cobertos pela neve, nem mesmo o vento frio que percorreu o quarto foi capaz de fazer com que eu desviasse meu olhar daquela floresta, tomei um chocolate quente no restaurante do hotel antes de retornar ao meu quarto ligar o aquecedor e me joguei na cama onde adormeci.
Na manha seguinte me agasalhei o Maximo possível, deveria ter trazido mais do que dois casacos agora vou ter que repetir roupas, desci ao restaurante onde tomei meu café da manha, ter a xícara de café em minhas mãos fez pelo menos por alguns minutos o frio passar.
Peguei o teleférico para uma vista panorâmica, lá de cima tudo era ainda mais bonito e o frio era ainda maior, cheguei a loja onde se aluga equipamentos para esquiar, aluguei todo o equipamento necessário, afinal meus pais não quiseram liberar dinheiro para que eu comprasse meus próprios, o atendente da loja perguntou se eu precisava de um instrutor, eu sabia que precisava de um, mas fiquei envergonhada de dizer isso a ele e fiz a coisa mais imprudente possível disse que tinha uma vasta experiência esquiando nos Alpes suíços, ele ficou impressionado e fez uma sugestão que eu esquiasse El Dedo De Dios, eu sabia que com esse nome deve ser a montanha mais perigosa da região eu concordei e ele me mostrou o caminho eu caminhei olhando para trás pronta para sair correndo.
Boa sorte – Ele gritou.
Eu peguei o teleférico ate o alto do morro, ao olhar para baixo senti uma leve tontura, eu não sei no que eu estava pensando, não havia a menor chance daquilo dar certo, os esquis nos meus pés pareciam mais pesados do que deveriam ser, posicionei os bastões na neve e lancei meu corpo para frente, comecei a deslizar suavemente pela neve, meus medos pareceram infundados, eu estava muito bem ainda mais se levar em conta que essa é minha primeira vez esquiando, mas de repente com um leve tropeção eu não conseguia mais controlar o meu corpo, no meio do caminho eu perdi um dos meus esquis e comecei a deslizar pela neve indo para o lado errado, o lado onde havia uma espécie de barranco eu rolava pela neve e tudo que passava pela minha cabeça era que eu não sobreviveria àquela queda, mas se sobrevivesse com certeza ficaria com muitos ossos quebrados, fechei meus olhos esperando o pior, foi quando eu me senti presa na neva, abri meus olhos e ele estava parado imponente com sua roupa de esqui e uma mascara que cobria todo o seu rosto, ele prendeu meu casado na neve usando um de seus Bastões de esqui, eu estava a beira do barranco, ele me puxou.
Você esta bem – Ele perguntou preocupado.
Eu estava em choque, meus ouvidos estavam com um zumbido ensurdecedor.
O que você estava fazendo aqui – Ele perguntou – Iniciantes não devem esquiar por aqui é fácil ir para o lado errado.
Eu não respondi, eu sabia que devia ele acabou de salvar a minha vida, mas as palavras simplesmente não saiam, ele me pegou no colo e me carregou ate a enfermaria foram alguns quilômetros e ele o fez sem reclamar.
A enfermeira cuidou das varias escoriações que eu tive, e do meu dedo quebrado, ela disse que eu tive sorte, eu sabia que tinha tido sorte, tive vontade de perguntar sobre o rapaz que havia me salvado, mas fiquei com vergonha, ela saiu e disse que já voltaria, antes de sair ela disse de um jeito maternal que eu ia ficar bem.
Alguns segundos depois um rapaz entrou, eu sabia quem era, ele estava sem a mascara e a roupa de esqui, mas era ele o rapaz que havia me salvado, ele era bonito foi a primeira coisa que eu pensei, seu cabelo castanho meio arrepiado, sua pele branca como se ele não tomasse sol há muito tempo, seus olhos eram um castanho meio amendoado totalmente diferente dos meus olhos que eram meio esverdeados apesar de minha mãe sempre dizer que quando eu nasci meus olhos eram castanhos bem claros e não verde.
Ele sorriu e se apresentou, me disse que seu nome é Samuel, eu estava constrangida, nem tive coragem de encara-lo, mas ele se sentou ao meu lado.
Samuel: - Me lembro da primeira vez que eu esquiei – Ele disse olhando para mim – eu cai muito feio quebrei três costelas, quase desisti – Ela concluiu.
Suzana: - Obrigada por ter me salvado - Eu disse envergonhada.
Samuel: - Não precisa agradecer –Ele disse
Suzana:- Eu me sinto uma idiota.
Samuel: - Todo mundo cai na primeira vez – Ele Disse gentilmente – A questão é ter coragem pra se levantar e tentar de novo.
Suzana: - Às vezes é difícil – Eu disse fazendo uma careta.
Samuel: - Mais não impossível – Ele disse.
Ele me ajudou a levantar e me levou ate meu quarto ele era muito gentil, praticamente um lorde fiquei imaginando quantas garotas não deviam ser apaixonada por ele.
Samuel: - Você gostaria de jantar comigo mais tarde – Ele perguntou.
Senti-me tentada a aceitar o convite, mas eu estava toda dolorida, da queda e eu nem o conhecia apesar do fato dele ter salvado a minha vida.
Suzana: - Não acho que eu vá esta em condições físicas e psicológicas de jantar – Eu expliquei esperando que ele não ficasse chateado.
Samuel: - Mais é claro – Ele disse – Você acabou de passar por um grande trauma, por favor, me desculpe.
Suzana: - Não se desculpe, eu com certeza aceitaria, mas eu preciso descansar – Eu expliquei.
Samuel: - Eu estou no quarto 23 – Ele disse – Caso você precise de alguma coisa.
Eu assenti com a cabeça, ele me desejou melhoras e saiu, me deitei na cama e minha experiência de quase morte veio a minha mente, junto com um arrepio que percorreu toda a minha coluna, mas não era por causa do frio, parecia mais uma sensação ruim.
No dia seguinte depois de ter tomado um banho quente e escovado meus dentes, eu desci para tomar café da manha, sabe aquela sensação que todo mundo esta olhando pra você e comentando, a maioria das vezes é só coisa da sua cabeça, mas dessa vez era exatamente o que estava acontecendo todos estavam comentando sobre meu incidente na tarde anterior, quando eu ia me levantar da mesa para ir embora Samuel chegou com um grande sorriso e perguntou se o lugar estava ocupado.
Suzana: - Não – Eu respondi
Ele se sentou e notou minha expressão triste.
Samuel: - O que houve? – Ele perguntou.
Suzana: - acho que todos estão comentando o meu acidente de ontem – Eu respondi.
Samuel: - Não liga pra isso – ele disse – Com certeza todos eles já caíram algum dia.
Suzana: - Mais eu não estava aqui pra ver ou comentar.
Samuel: - Que tal passearmos de teleférico depois do café? – Ele perguntou cordialmente.
Suzana: - Eu quero distancia da neve – Eu respondi de forma rude.
Ele sorriu como se não tivesse se importado, eu balancei a cabeça pronta pra pedir desculpas a ele.
Samuel: - Você não precisa ter medo – ele disse – Eu estarei lá com você.
Aquelas palavras fizeram meu coração pular de alegria, por mais que minha expressão não tenha demonstrado, eu estava incondicionalmente feliz, por alguma razão eu senti que podia confiar a ele minha vida, por que essas coisas geralmente ocorrem de forma tão repentina, ontem eu só estava agradecida por ele ter salvado minha vida, agora meu coração palpita só em olhar pra ele.
Samuel: - Então? – Ele perguntou olhando diretamente em meus olhos.
Eu balancei a cabeça de forma positiva, um leve sorriso se fez em meu rosto.
Nós caminhamos ate o teleférico, eu disse a ele que não estava pronta pra esquiar de novo, ele entendeu prontamente e nem ao menos me questionou, acho que só eu esta no teleférico já era uma vitória pra ele.
Samuel: - Que cidade você mora? – Ele perguntou.
Suzana: - Rio De Janeiro – Eu disse – Na verdade eu queria ir pra suíça, mas meus pais não pagaram.
Samuel: - Quem sabe da próxima vez que eu for você possa me acompanhar – Ele disse.
Saímos para caminhar, apesar de esta com os equipamentos certos sentia enorme dificuldade em andar pela neve, conversamos por vários minutos, descobri que nós moramos na mesma cidade, compartilhamos de mesmo gosto musical e hoje em dia é tão difícil encontrar alguém que goste de Bob Dylan, Donovan, e tantos outros das antigas, ele também me contou que é um jovem emancipado, apesar de ter só 17 anos um ano mais velho do que eu, ele parecia tão maduro para pouca idade.
Enquanto andávamos de teleférico ele me contou que seus pais morreram há alguns anos e essa era a razão de sua emancipação senti pena dele, tão jovem e tão sozinho tive vontade de abraçar e confortar ele, mas achei que seria maternal de mais, então aconteceu nossos rostos se aproximaram, minha respiração ficou ofegante nossos lábios se tocaram eu já havia beijado uns dois ou três meninos, mas dessa vez foi especial, foi mágico como se aquele momento pudesse durar para sempre, pelo menos era o que eu queria... Ter os lábios dele junto aos meus pra sempre, mas eu pensava que tudo podia só ser empolgação exagerada de adolescente, mas eu rezava em silencio para que não fosse.
Samuel: - Acho que ouvi sinos tocarem – Ele disse sorrindo quando parou de me beijar.
Suzana: - Acho que eu também – Eu respondi envergonhada.
Nós beijamos outra e outra vez era tão intenso e verdadeiro que em dois dias depois do nosso primeiro beijo já não conseguia me ver longe dele, era tão estranho sentir isso, sempre achei que coisas assim só aconteciam em filmes, mas estava errada é real, e é incrível.
Na noite do quarto dia depois do nosso primeiro beijo, aconteceu nossa primeira vez e a minha tinha medo de esta apressando as coisas, eu sabia que estava apressando as coisas, mas foi maravilhosos tudo que eu esperava e ainda mais ele foi tão carinhoso e sensível mais sabia exatamente o que estava fazendo ficou claro que ele já havia feito aquilo antes, tentei não pensar nisso e me entregar ao momento, antes de dormimos ele disse com sua voz meio rouca, por causa do frio.
Samuel: - Eu te amo! – Nunca havia dormido tão bem quanto naquela noite.
Na manha seguinte quando abri meus olhos, ele não estava ao meu lado olhei para o relógio pensei que talvez já fosse muito tarde, mas ainda eram só sete e meia da manha, fiquei com um nó na garganta, pensando que ele tinha conseguido o que queria e agora tinha ido embora, que eu fui só mais uma garota bobinha que caiu naquelas promessas de amor, estava me sentindo uma completa idiota tive vontade de bater minha cabeça na parede ate que o tempo voltasse, uma lagrima deslizou pelo meu rosto enquanto eu lutava para não me desmanchar em lagrimas.
Ele entrou carregando uma bandeja de café da manha com uma rosa sobre a bandeja, eu nem podia acreditar no quanto eu estava sendo trágica, ele notou minhas lagrimas colocou a bandeja ao meu lado na cama e se ajoelhou aos meus pés tomando minhas mãos entre as dele.
Samuel: - O que foi? – Ele perguntou preocupado.
Suzana: - Não é nada. – Eu respondi tentando parar de chorar.
Samuel: - Foi alguma coisa que eu disse? – Ele perguntou.
Eu tirei minhas mãos de entre as mãos dele e as levei ate seu rosto e o beijei.
Suzana: - Me desculpe – Eu repeti essas duas palavras algumas vezes antes dele me abraçar bem forte me fazendo sentir tão protegida.
Samuel: - Por que você esta se desculpando – Ele perguntou.
Suzana: - Eu pensei que você tivesse ido embora – Eu disse envergonhada.
Ele sorriu como se dissesse: Sua Boba, e me beijou.
Samuel: - Eu não tenho planos de deixar você Suzana – ele disse – Ontem a noite significou muito pra mim Eu te amo.
A cada palavra dele eu me sentia mais e mais envergonhada por ter duvidado das palavras dele.
Samuel: - Toma seu café hoje temos um dia cheio – Ele disse.
Suzana: - Cheio de quê? – Eu perguntei.
Samuel: - Vamos esquiar – Ele disse confiante.
Suzana: - Não mesmo! – Eu respondi.
Samuel: - Não tem o que temer, eu vou esta lá – Ele disse.

Eu senti que ele daria a vida por mim se isso fosse necessário, eu assenti com a cabeça e comecei a tomar meu café da manha teria usado meus poderes e faria a comida vir ate a minha boca como eu geralmente faço quando não te ninguém por perto, mas não queria que ele me achasse uma aberração, pela primeira vez desde que descobri esse poder eu tive vontade de contar a alguém eu tinha quase certeza que ele entenderia, mas uma parte de mim dizia que ele se afastaria de mim.
Tomei um banho rápido, usei meus poderes para que a toalha me secasse sem que eu precisasse mexer um músculo, era divertido eu ate fiz um vídeo e postei no Youtube no qual eu movia os objetos como se fosse um truque de mágica, o vídeo recebeu dezenas de comentários perguntando qual programa eu utilizei para criar os efeitos, eles nem desconfiavam da verdade.
Ele me levou ate uma descida para iniciantes.
Samuel: - Não se preocupe – Ele disse.
Suzana: - Não estou preocupada – Eu disse – Não mais.
Samuel: - Se não fosse pela mascara eu lhe beijaria agora – Ele disse com uma voz feliz.
Suzana: - Me beija quando agente chegar lá em baixo – Eu disse.
Samuel me explicou exatamente como eu deveria fazer e disse que era mais fácil do que andar de bicicleta, agente começou a descer sentia o vento frio percorrer o meu corpo, mesmo estando com meu corpo completamente coberto por duas camadas de roupas de inverno, ele esta um pouco mais a minha frente, mas olhava constantemente para trás acho que era pra ver se eu estava bem, quase no final ele me segurou e agente caiu na neve fofa, agente ria tanto fazia tempo que eu não me divertia tanto, acho que desde quando eu era uma criança que achava graça quando meu pai fingia que eu era mais forte do que ele, coisa de criança.
Suzana: - Meu coração estava disparado – Eu disse.
Samuel: - É eu sei – Ele respondeu.
Suzana: - Como você sabe – Eu perguntei intrigada.
Samuel: - Eu quis dizer que imagino que ele estivesse disparado – ele respondeu, mas não pareceu esta dizendo a verdade, mas não dei importância.
Suzana: - Acho que você me deve um beijo – Eu cobrei.
Samuel: - Pagarei com juros – Ele disse tirando a mascara de esqui.
Quando ele estava pronto para vir me beijar ele levou uma bolada de neve na cara, ele ficou sem compreender como eu podia ser tão rápida, eu usei meus poderes para forma uma bola de gelo e atingi-lo, eu me abaixei e joguei outra bola nele, mas dessa vez ele revidou me atirando também, nós ficamos correndo um jogando bolas de neve no outro, ate que caímos lado a lado na neve ele abriu os braços e as pernas repetidas vezes fazendo um anjo na neve.
Suzana: - Fazia tempo que eu não me divertia tanto – Eu disse mal conseguindo conter a minha euforia.
Samuel: - Esta ao seu lado faz de mim a pessoa mais feliz do mundo.
Suzana: - Você esta mentindo – Eu disse de forma seria, enquanto ele me olhava sem entender – Eu sou a pessoa mais feliz do mundo – Eu conclui.
Ele colocou seu corpo sobre o meu e me beijou, o frio que eu estava sentindo desapareceu e deu lugar a um calor intenso, mas de repente ele parou e olhou em direção ao nada, seu olhar era tenso como se estivesse vendo algo que eu não estava.
Suzana: - O que foi? – perguntei preocupada.
Samuel: - Vem vindo alguém – ele disse se levantando.
Suzana: - Eu não estou vendo ninguém Samuel – Eu disse me levantando também.
Samuel: - Isso não muda o fato de que eles estão vindo – Ele disse.
De repente na direção que ele estava olhando surgiu à silhueta de duas pessoas, um garoto e uma garota. Pensei que talvez fossem um casal, mas quando eles se aproximaram eu notei a semelhança física entre eles, provavelmente eram gêmeos ambos tinha olhos verdes bem claros parecidos com os meus, mas a garota era magra seu cabelo louro voava com o pouco vento que batia, já o garoto tinha o cabelo curto e um pouco mais escuro que a menina, ao contrario dela que exibia uma fisionomia alegre e ao mesmo tempo debochada ele parecia serio de mais, mas era obvio que eles eram irmãos.
Anna: - Olá Suzana – Ela disse com um sorriso debochado.
Eu não sabia quem eles eram, mas eles sabiam o meu nome, Samuel se colocou a minha frente de forma protetora.
Filipe: - Vai embora rapaz – O garoto disse – Essa luta não é sua.
Samuel: - Agora é! – Samuel disse
O vento começou a soprar mais forte, o tempo não mudou de forma repentina foi o garoto depois eu viria, a saber, que o nome dele e Filipe e o dela é Anna, eles eram igual a mim também tinha um poder eu não queria que o Samuel se machucasse, mas eu sabia que ele não ia embora usei meus poderes de telecinese para atirar os Bastões de esqui em direção a eles o garoto usou seu poder de controlar os ventos e os atirou longe, Samuel me olhou abismado eu não conseguia olhar para ele.
Anna: - Já chega de brincadeira – Ela disse com um sorriso debochado – Você garota vai vir com agente e você garoto, vai esquecer que um dia nos viu.
Uma bola de energia branca começou a surgir na mão dela, Samuel segurou os bastões dele como se fossem espadas.
Suzana: - Vai embora Samuel – Eu disse com os olhos cheios de lagrimas.
Samuel: - Não! – Foi tudo que ele disse.
Ela lançou a bola de energia que veio rápido em nossa direção, Samuel bateu os bastões um no outro o que causou uma espécie de onda transparente que foi de encontro à esfera ouve um enorme clarão e um som ensurdecedor, pude ouvir o som do gelo se rompendo, a ultima coisa que eu vi foi nada alem de uma forte e intensa luz branca como se eu estivesse com as retinas a milímetros de uma lâmpada, eu apaguei.
Fiquei em coma por três dias, quando eu acordei e abri meus olhos só havia escuridão, como se eu estivesse dentro de um quarto sem luz, nem janelas, eu pedi que alguém acendesse a luz, pois eu não estava vendo nada foi quando eu ouvi minha mãe dizer com uma voz chorosa que estava de dia e o quarto estava tão claro quanto deveria esta, pude sentir alguém me abraçar a principio eu pensei que fosse o Samuel, mas era o meu pai ele disse que lamentava muito, pude sentir as lagrimas deslizarem pelo meu rosto enquanto eu me dava conta que aquela luz havia me cegado.
Minha mãe tentou me acalmar dizendo que ainda existia a esperança de um transplante, finalmente eu tomei coragem e perguntei pelo Samuel, preferia não ter perguntado, minha mãe respondeu que ele tinha ido embora hoje assim que eles chegaram, no começo eu pensei que ele ia voltar, mas nós dois dias seguintes ele não apareceu.
- Calma filha, tudo vai ficar bem – Meu pai disse.
OS Dias passaram pra mim pareceram uma eternidade presa naquela escuridão que se tornou a minha vida, todos os dias eu pensava no Samuel, lembrava de todas as juras de amor que ele me fez, e da ultima expressão no rosto dele quando eu mandei que ele fosse embora, ele também tinha poderes e aqueles dois também, mas quem eram eles de onde eles vieram o que queriam de mim, eram coisas de mais passando pela minha cabeça.
Eu ainda tropeçava ao andar pela casa, meu pai começou a acolchoar as pontas dos moveis para que eu não me machucasse, mas cada vez que eu esbarrava em um móvel eu me sentia um estorvo para eles, minha mãe sempre estava pronta para limpar os cacos de vidro do chão, tive vontade de me matar, ate cheguei a encher uma banheira, mas no ultimo momento eu desisti, me senti uma covarde por não conseguir acabar com meu sofrimento, mas então outro sentimento tomou conta de mim, eu não sabia o certo o que significava mais algo me dizia que eu não podia morrer ainda, por que ainda tinha algo a fazer.
Na terceira semana desde que eu fiquei cega minha mãe me deu uma ótima noticia, ela disse que haviam achado um doador compatível e que eu receberia suas córneas, eu fiquei extasiada eu voltaria a enxergar, senti o abraço forte de meu pai.
- Eu disse que tudo ficaria Bem – Ele disse.
Passei por todos os procedimentos médicos antes da cirurgia, fui levada para sala de operação meu coração estava numa mistura de euforia e raiva, assim que eu recuperasse minha visão eu ia procurar por aqueles dois, descobrir de onde eles saíram e por que queria que eu fosse com eles, assim que eu os encontrar acabarei com eles, e se por acaso encontrar o Samuel no caminho, ele também vai provar um pouco da minha vingança, a anestesia começou a fazer efeito a ultima coisa que eu ouvi foi o medico dizer que ia começar a operação.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Os Três Poderes Capitulo um: Nas Ruas de londres



Passava das onze horas da noite, uma brisa suave circulava por entre as vielas de Londres, onde uma figura solitária andava envolta em escuridão. Usava um capuz branco que se estendia até o chão. Nas costas, havia um símbolo pintado em vermelho que se assemelhava com uma cruz. Seu rosto era pálido, tinha traços de uma pessoa velha, amarga. Ele passava silenciosamente por entre as casas simples.
Parado numa calçada, o sujeito olha para os dois lados cautelosamente, antes de atravessar a rua. O homem simplesmente interrompe a sua caminhada em plena pista, fica de pé no meio de um cruzamento.
Latidos são ouvidos ao longe, além de um som melancólico, oriundo de uma igreja na esquina. O sujeito tira o capuz e arrasta a mão para dentro de suas vestes. Tira de lá um isqueiro e um cigarro, ao qual acende cuidadosamente tapando o vento com a mão esquerda.
A fumaça se espalha no meio da noite, até desaparecer por completo. O barulho na esquina vai diminuindo, está ficando tarde. O homem olha para a sua esquerda, e então para a direita: Nada. Sente um flash e se vira por susto, encontra dois homens vindo em sua direção.


-Caro Gregório, quanto tempo! – Diz o primeiro. Ele veste uma espécie de túnica, estampada com uma cruz vermelha ao centro. –Que cara é essa? Não vai me dar más notícias, hein... – O homem, alto e negro, aperta a mão de seu velho amigo. O outro indivíduo vai passando direto, vestindo um sobretudo e um chapéu discreto. Dá para notar sua franja ruiva tombando a testa. Ele se vira para Miguel e Gregório.
-Vamos, Miguel. Sabe que não há tempo para isso. As coisas estão se tornando mais complicadas a cada segundo! –


Assim os homens adentram um bar deserto na esquina, e esperam por uma outra pessoa.
-Três das melhores cervejas que tiver! –Fala Miguel, gesticulando para o homem baixo e gordo com aparencia de barman. O homem anota o pedido e assim desaparece por trás da portinhola dos fundos.


Os três amigos se dirigem para uma mesa próxima a janela. Onde existe um grande adesivo com a foto do barman. “Bar do Joe: beba para esquecer, mas não se esqueça de beber”. Eles penduram os casacos nas cadeiras e se sentam.


-Vai chover, parece. – Diz Gregório, num tom de preocupação.
-Você tem andado tempo demais com os humanos, amigo. - Precipita-se Miguel. –Isso não é problema para nós. –


Um clarão colorido no meio do salão atrai a atenção de todos. Um homem albino de cabelos grandes brancos entra vestido luxuosamente.


-Desculpem a demora, camaradas. – Diz em um tom animado. –Estava fazendo a varinha do meu garoto... Já está com treze anos, sabiam? Mas enfim, do que se vale a honra de meu convite? –


A conversa é interrompida por Joe, que entra novamente na sala trazendo três grandes e espumantes canecas de cerveja numa bandeja. Mancamente, caminha até a mesa dos quatro homens e serve a todos, com exceção do albino.


-Desejam mais alguma coisa senhores? – Diz o rapaz, fazendo uma espécie de reverencia.
-Não, obrigado... – Começa Miguel- Ah... Perdoe minha falta de educação, Lúcian, deseja algo?- Dirige a palavra ao recém chegado companheiro.


-Não bebo. Mas de qualquer forma, obrigado. – Sorri, enquanto o barman os deixa a sós outra vez.


-Ele é sempre falante, é? Esse Miguel?- Pergunta Rufus, o mais rabugento do grupo. Era o homem que aparecera com Miguel na rua. Tinha uma franja ruiva e expressão gasta, cansada. -Desde que fiquei encarregado de trazê-lo aqui ele ainda não calou a boca. –


-Com certeza. – Respondem em coro.


-Sem mais delongas, vou apresentar o motivo de estar reunido com vocês, hoje. – Disse Gregório, tirando de seu casaco um envelope escuro. –A situação... Companheiros... – Ele abre o envelope e mostra seu conteúdo: Vários papéis com gráficos e estatísticas coloridas. – É crítica. –


Por um momento todos se olham, sem saber o que fazer ou falar. Gregório não faz nenhuma pausa em seu discurso.
-... Como sabem, Ricardo vem mostrando toda sua antipatia pelos humanos nos últimos meses, então a inteligência foi colocada atrás dele. Não demorou muito até que descobrissem: Ele está formando um exército. –


Uma expressão de surpresa e pânico se alastrou pelo rosto de todos, exceto Rufus, que apenas franziu a testa.
-E já sabem para que ele formou esse exército? Pode ser apenas por precaução... –
-Não seja ingênuo, Rufus... – Um sorriso maldoso se espalhou pelo rosto de Gregório. –Você sabe que ele não é dessas coisas... –


De repente, uma fumaça preta que se originou do nada foi se alastrando pela sala, cegando a todos. Eles se calaram na mesma hora. A situação continuou tensa, até que por fim a fumaça rodou contra si mesma, até desaparecer. Agora havia outro homem entre eles. Este era jovem, pálido. Tinha um curto cabelo preto, se vestia socialmente.


-É feio falar dos outros pelas costas, sabiam? –


Gregório catou todos os papeis o mais rápido que pode, jogando-os para dentro das vestes desajeitadamente. Miguel levantou-se furiosamente:
-O que você faz aqui, Ricardo?! – Antes de poder se controlar, seus olhos íam ficando rubros...


Rufus adiantou-se a segurá-lo, o mais rapido que pôde. –Não vale à pena... Não vale à pena... –


Ricardo agora olhava debochadamente para eles. –Ora... Ora... O que temos aqui? – Disse com sua voz suave, enquanto se aproximava da mesa. Com sua mão direita, pegou um papel que havia caído ao chão. –Espionagem, não é? –


Seu aspecto calmo mudou de repente, estalou os dedos. De repente surgiram mais cinco homens no espaço apertado do bar.Os seus subordinados pegaram a todos os que se reuniam na mesa, imobilizando-os. Enquanto Ricardo apenas sorria, seus empregados carregavam a todos para fora.
-Isso não é uma revolta. Isso é uma revolução... – Falou em voz alta.
-Você é maluco! – Gritava Lucian, tentando se livrar da mão deles.
-... É o começo de uma nova era! – E então tudo desapareceu.


[...]
Guilherme acordava assustado. O cabelo ruivo estava encharcado de suor e sua coberta colada ao corpo. Aquilo só podia ser um pesadelo. Mas sonhar assim, com pessoas que ele jamais viu... E amanhã era seu primeiro dia de aula. Com certeza devia ser um presságio: seria um dia assustador.
Sentiu sua garganta seca. O copo d’agua que sempre deixava na cabiceira estava vazio. Foi uma noite quente. Ele olhou em volta, observou todo o seu quarto: Paredes brancas, um pôster de Michael Jackson ao lado da porta. O armário encostado na parede do outro lado, a televisão em cima da cômoda e sua cabiceira, com livros de matemática e ciências, todo o material para amanhã cedo – Além de um copo vazio -.
Levantou-se, deu um bocejo e se espreguiçou bem. Ajeitou a blusa e pegou rumo ao corredor, estalando a língua. Abriu a porta vagarosamente e olhou para o corredor escuro. Por força do hábito, ele aperta o interruptor. Num susto, Guilherme é praticamente cegado pela luz e se apressa a tapar os olhos com o antebraço. Parado, ele espera que a visão se acostume para continuar.
Passando pela sala, -ainda com as pálpebras meio fechadas- Consegue identificar o video game Xbox no canto, em cima da estante. É... Agora só nos finais de semana. Pensou. O menino passara praticamente as férias todas grudado na televisão. Era um garoto de 14 anos que nunca gostou de esportes. Não fazia sentido para ele jogar qualquer coisa com uma bola: Era estranho... Era chato. Sua atividade preferida era jogar os jogos de tiro que ele tanto gostava: os FPS.
Na cozinha, ele vai até a geladeira e pega uma nova jarra de água. Leva-a inteira até o quarto e enche seu copo. Só depois percebe que está com muita preguiça para devolver a jarra. Guilherme se joga na cama -não antes de beber dois copos cheios - e cai no sono rapidamente.

HISTORIA DE MATHEUS CARDOSO

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A Escuridão E O Amanhecer Capitulo 7



Capitulo 7: Quando O Destino Chama – Gabriel

Sentado em minha cama com a janela do meu quarto fechada, eu podia ouvir as formigas andando no jardim, aquilo era tão absurdo era como se eu estivesse ganhando novos poderes, nem precisei abrir a janela pra ouvir a discussão do casal de vizinho, ele estava desconfiado que era estava tendo um caso extraconjugal, a discussão estava ficando mais acalorada foi quando eu ouvi o telefone da sala tocar, não sabia que minha mãe ainda estava acordada então desci para atender foi como se minha super audição tivesse desligado, não consegui ouvir nada enquanto caminhava ate lá, quando cheguei minha mãe estava colocando o telefone de volta no gancho a expressão no rosto dela fez eu me sentir como se tivesse descendo numa montanha russa, ela me olhou seus olhos estavam cheios de lagrimas, seu lábios tremiam tentando falar, mas as palavras não saiam, meu coração estava tão disparado que parecia que ia pular para fora do meu peito.
Gabriel: - Foi o Tiago – Eu perguntei.
Carla: - Acho que ele foi vitima de um assalto, ele acabou baleado, e esta em estado gravíssimo – Ela disse.
Eu sabia que não tinha acontecido nenhum assalto, ele provavelmente foi atingido enquanto tentava ajudar alguém.
Gabriel: - Em que hospital ele Esta - Eu perguntei.
Ela me disse em qual hospital ele estava e eu fui pra lá o mais rápido que eu pude, no caminho tudo que passava pela minha cabeça era que a culpa era minha se eu estivesse com ele isso nunca teria acontecido, se ele morrer eu nunca vou me perdoar.
Quando eu cheguei ao hospital busquei informações sobre o Tiago, eles quiseram saber se eu ela da família, eu disse que não então eles falaram que não poderiam me dar nenhuma informação, eu quis saber da mãe dele, e recebi como resposta que eles não conseguiram falar com ela, somente com uma amiga da família que deve ter passado a informação, eu sabia que minha mãe não teria ligado, então parti para a mansão da mãe do Tiago, ao chegar lá fui atendido pela empregada, que me informou que a mãe dele esta dormindo e que não deveria acorda-la, mas bastou eu dizer que era com o Tiago que ela me deixou subir.
Bati na porta e não obtive resposta, entrei e ela estava dormindo somente de camisola, me senti constrangido de esta ali com ela estando usando tão pouca roupa, eu a sacudi gentilmente para que ela acordasse ela se mexeu e resmungou um pouco, a sacudi um pouco mais forte e ela despertou assustada.
Sabrina: - Gabriel! – Ela disse surpresa assim que me viu.
Gabriel: - desculpa ter assuntado você – Eu me desculpei, ela se deu conta que estava somente de camisola.
Sabrina: - Agente por acaso dormiu juntos – Ela perguntou.
Eu fiquei surpreso e constrangido com a pergunta, mas ela perguntou de forma tão natural que estava claro que não era a primeira vez que ela fazia aquela pergunta para alguém parado ao lado de sua cama.
Gabriel: - Não senhora – Eu respondi.
Sabrina: - Ainda bem – Ela disse – não que você não seja bonito, é que sua mãe ia querer me matar, e o Tiago ia querer te matar – Ela concluiu.
Gabriel: - O Tiago sofreu um acidente – Eu disse, ela pareceu despertar de vez e me olhou espantada.
Sabrina: - Que tipo de acidente – Ela perguntou.
Gabriel: - Ele foi assaltado e levou um tiro – Eu disse.
Sabrina: - Ele esta bem? – Ela perguntou aflita.
Gabriel: - Eles não quiseram me dar informações.
Sabrina: - ME de alguns minutos eu vou me arrumar – Ela disse enquanto se levantava.
Desci para esperar por ela, que não demorou muito para descer entramos no carro dela e fomos para o hospital, ela estava dirigindo de forma meio perigosa eu coloquei o cinto caso ela batesse, foi então que me lembrei que independente do que acontecesse eu me recuperaria.
Chegamos ao hospital e fomos buscar informações, em pouco tempo um Medico veio nos atender.
Sabrina: - Como esta o meu filho – Ela perguntou.
Medico: - Seu filho levou um tiro na cabeça, a bala atravessou o estado dele é grave, e por mais que ele sobreviva a provável que ele fique com seqüelas graves – Ele disse.
Sabrina se sentou em prantos é incrível como a maioria dos médicos não sabe dar uma noticia.
Gabriel: - Acharam alguma coisa diferente com ele – Eu perguntei.
Medico: - Tipo o quê? – Ele rebateu minha pergunta.
Gabriel: - Uma roupa diferente – Eu perguntei.
Medico: - Sim ele estava usando uma cueca do Homem-Aranha – Ele disse – Ele só usava isso, talvez tenham roubado a roupas dele – Ele concluiu.
Eu já havia percebido que ele não tinha mencionado a fantasia, provavelmente ele deve ter conseguido tirar a fantasia antes de perder os sentidos, ele nunca deixaria sua identidade ser revelada, ele leva essa historia de super-herói muito a serio.
O medico se afastou eu me sentei ao lado dela, seus cabelos ondulas na altura dos ombros caiam sobre seu rosto, eu não sabia o que fazer, mas quando ela recostou sua cabeça no meu peito e eu a abracei quase que instintivamente.
Sabrina: - Se eu tivesse dado mais atenção a ele – Ela disse – Mas não eu só me preocupava com a minha própria dor e me esqueci completamente dele – Ela disse quase não conseguindo conter o choro.
Gabriel: - A culpa Não é Da senhora – Eu disse.
Sabrina: - Gabriel Você é como um Anjo tímido –Ela disse – Mais eu sei como esse mundo é perigoso, e que ele esta numa idade que toma decisões equivocadas, eu já tive 17 anos – Ela concluiu.
Gabriel: - Eu tenho certeza que ele estava tentando ajudar alguém – Eu disse.
Sabrina: - Viu os vídeos daquele super herói que anda por ai – Ela disse – Um herói não é o suficiente pra essa cidade.
Queria ter dito a ela que aquele herói era o filho dela, que se ele morresse foi pra salvar alguém, mas tenho certeza que ele não gostaria disso.
Gabriel: - Acho que ele se aposentou – Eu disse.
Sabrina: - Por que você acha isso? – Ela perguntou.
Gabriel: - Por que ele não estava lá pra salvar o Tiago – Eu disse.
Sabrina: - Eu estou com medo – Ela disse.
Gabriel: - Ele vai se recuperar Eu prometo – Eu disse sem muita convicção.
Sabrina: - Não prometa algo que você não possa cumprir Gabriel – Ela disse enquanto adormecia recostada em meu tórax.
Fechei meus olhos e acabei dormindo, já fazia alguns dias que eu não sentia necessidade de dormir, já eram quase quatro horas da manha quando minha mãe chegou ao hospital, acordei quando ela chamou suavemente pelo meu nome, Sabrina também acordou.
Gabriel: - O que faz aqui mãe – Eu perguntei.
Carla: - Você precisa ir pra casa Gabriel, Você não pode ajuda-lo – Ela disse.
Gabriel: - Não sei se eu vou pra escola – Eu disse.
Carla: - Você não precisa ir pra escola, só vá pra casa descansar – Ela disse preocupada.
Gabriel: - Acho que sou mais útil aqui – Eu disse Olhando para Sabrina.
Sabrina: - Não precisa se preocupar comigo Gabriel – Ela disse.
Carla: - Eu fico fazendo companhia a ela não se preocupe – Minha mãe disse com um sorriso forçado no rosto.
Sabrina: - vai ser bom colocar os assuntos em dia – Ela disse.
Carla: - Pena que seja nessas circunstancias – Minha mãe disse.
Eu demorei a perceber que entre aquele dialogo amistoso havia uma disputa de olhares como se elas estivessem a ponto de entrarem em luta corporal, eu sempre achei estranho como eu e o Tiago podíamos ser tão amigos se fazia tanto tempo que eu não as via trocar uma palavra.
Carla: - Vai Gabriel – Minha mãe disse quase que como uma ordem.
Sabrina: - Qualquer novidade eu te ligo pra avisar – Carla disse com uma cordialidade que não condizia com a situação.
Gabriel: - Tudo bem – Eu disse me afastando.
Eu ainda vi minha mãe se sentar ao lado de Sabrina que olhou para minha mãe com um sorriso no canto da boca, havia algo de muito suspeito nas ações das duas e o pior é que eu não tinha como perguntar a ninguém, minha mãe diria que não era nada e inventaria uma desculpa mirabolante, já a Sabrina se estivesse sóbria colocaria a culpa na bebida, só sei que elas estavam escondendo algo, peguei um ônibus ate a minha casa, as palavras que o Tiago me disse ficavam vindo a minha mente, Eu tenho um poder então eu tenho que assumir uma responsabilidade.
Sentei-me em minha cama sentia todo um peso invisível em cima dos meus ombros, talvez seja minha culpa se eu estivesse com ele nada disso teria acontecido, mas ele sabia dos riscos sabia que algo assim podia acontecer e tenho certeza que ele não me culparia, mas no fundo eu sei que esses pensamentos só vêm a minha cabeça para que eu me sinta melhor, menos culpado, as lagrimas começaram a deslizar pelo meu rosto fazia tempo que eu não me sentia tão humano, por mais que eu tentasse não conseguia parar de chorar.
Passei o resto da noite acordado assim que os primeiros raios de sol atravessaram a janela do meu quarto eu já estava me aprontando para ir a escola, não estava com cabeça para isso, mas quem sabe isso não me distraísse pelo menos por algumas horas, mas na sala de aula eu não conseguia me manter prestando a atenção no que a professora estava dizendo, eu não ouvia nada ela estava mexendo a boca mais eu não entendia nada, ela chamou minha atenção me repreendendo pela falta de atenção só me restou pedir desculpas.
Na hora do intervalo eu fiquei no meu canto como de costume só que dessa vez sem o Tiago, nem ao menos reparei em Alice que estava sozinha no canto dela, Matias veio ate mim com seu habitual jeito gentil, mas ele estava acompanhado pelo Simon.
Matias: - Ola Gabriel – Ele disse.
Simon: - Tudo bem – Ele perguntou sorrindo o que deixava seu rosto redondo ainda mais redondo.
Gabriel: - Não muito – Eu respondi.
Matias: - O que houve – Ele disse – Claro se Você quiser falar sobre isso – Ele concluiu.
Gabriel: - O Tiago esta no hospital – Eu disse.
Simon: - O que houve – Ele perguntou curioso.
Gabriel: - Tentaram assalta-lo ele reagiu e foi baleado, pelo menos é isso que a policia acha – Eu disse.
Matias: - E o que você acha – Matias perguntou.
Gabriel: - Ele provavelmente tentou ajudar alguém e foi baleado – Eu disse.
Matias: - Isso combina mais com ele – Matias disse.
Simon: - Agente esta falando da mesma pessoa – Simon perguntou sem perceber que Matias estava tentando fazer com que eu me sentisse melhor.
Matias: Sim seu lesado, nós estamos – Matias disse repreendendo Simon.
Simon: - Desculpa – Ele disse
Pela primeira vez no dia meu olhar se cruzou com o De Alice, ela desviou o olhar quando notou que eu estava olhando para ela.
Matias: - Diga a mãe do Tiago que eu estimo melhoras a ele – Ele disse parecendo realmente triste.
Gabriel: - Eu direi – Eu disse.
Na hora da saída Isabel veio ate mim, seu cabelo Ruivo balançava enquanto ela corria em minha direção, eu parei para ouvi-la, ela parou para recuperar o fôlego.
Isabel: - Oi – Ela disse.
Gabriel: - Olá Isabel – Eu respondi sem muito interesse em continuar aquela conversa.
Isabel: - Eu só queria pedir desculpas por aquele dia – Ela Disse – Você não faz idéia de como eu me senti constrangida – Ela concluiu.
Gabriel: - Essa é a menor das minhas preocupações – Eu disse.
Isabel: - O que houve – Ela perguntou.
Eu expliquei pra ela o que houve com o Tiago, ela ficou chocada com o que eu disse, e mencionou que não a mais segurança nesse mundo e foi mais uma a mencionar que Black Sparrow vai ter muito trabalho pela frente, deu uma vontade imensa de gritar que Black Sparrow não vai ajudar mais ninguém por que ele esta morrendo num leito de hospital.
Gabriel: - É ele vai – Eu disse Me afastando.
Isabel: - Estimo melhoras – Ela disse.
Fui direto para o hospital Sabrina estava na sala de espera as olheiras embaixo dos seus olhos mostravam que ela não dormiu nada, ela me colocou a par da situação me disse que não ouve alteração no quadro de Tiago, no fundo eu tinha a esperança de que as noticias fossem melhores, pedi licença a Sabrina e fui ate o banheiro.
No corredor eu notei que uma garota carregando uma bolsa estava andando atrás de mim, olhei para ela só por um instante mais foi o suficiente para reparar sua beleza, seus longos cabelos negros quase chegava a cintura, seus olhos meios puxados fazia ela parecer alguma descendente de orientais, sua expressão fechada me fez perceber que seja lá o que ela estivesse fazendo ali, havia deixado ela muito irritada, entrei no banheiro, ela entrou logo depois o que me assustou.
Gabriel: - Esse é o banheiro masculino – Eu Disse assustado.
Ela fez um movimento com seu dedo indicador e antes que eu pudesse entender o que aquele movimento significava, eu estava grudado na parede com os braços abertos como se tivesse sido crucificado, podia sentir meus músculos se contraindo, mas não conseguia mover um músculo.
Suzana: - Você é amigo do passarinho – Ela disse num tom serio.
Eu não entendi o que ela queria saber, e mesmo se eu tivesse não conseguiria falar.
Suzana: - Você é amigo do garoto que levou um tiro na cabeça – Ela perguntou decidida.
Gabriel: - Sim - eu respondi.
Ela jogou a bolsa que ela trazia aos meus pés, ela moveu o dedo outra vez e o zíper da bolsa se abriu, não consegui ver o que tinha dentro.
Suzana: - A fantasia dele está ai – Ela disse.
Gabriel: - Você atirou nele – Eu perguntei irritado.
Suzana: - eu o salvei – Ela disse irritada e prosseguiu – Se não fosse por mim ele estaria morto e todos saberiam a identidade secreta dele – Ela concluiu.
Gabriel: - Quer que eu acredite nisso – Eu perguntei.
Suzana: - se eu não tivesse parado a queda dele ele teria morrido – ela disse.
Gabriel: - Obrigado – Eu disse.
Suzana: - Preste bastante atenção - ela disse se aproximando – Vocês tem que parar de brincar de super-herói, a gente perigosa que caçam pessoas com dons especiais como seu amigo – Ela disse.
Gabriel: - Foram eles que atiraram no Tiago – Eu perguntei.
Suzana: - Não, ate onde eu sei, eles não matam, só aprisionam.
Gabriel: - Quem são eles – Eu perguntei.
Suzana: - Uma empresa chamada Nabucodonosor - ela disse.
Gabriel: - A empresa de computador – Eu perguntei surpreso.
Suzana: - Isso é só fachada – ela disse – A verdadeira função deles é manter os humanos livres de seres como eu e seu amigo.
Gabriel: - Inacreditável – Eu disse.

Eu finalmente consegui me mexer e acabei caindo sentado no chão.
Gabriel: - Obrigado por ter me soltado – Eu disse não tinha reparado na sua cara de surpresa.
Suzana: - eu não soltei – ela disse surpresa.
Gabriel: - Deve ser o meu poder de se regenerar – Eu disse.
Suzana: - Por que não disse que você também tem um poder – Ela perguntou irritada.
Gabriel: - Eu mal conseguia me mexer – Eu disse.
Eu queria lavar meu rosto, eu estranhamente estava a ser atingido por uma grande dor de cabeça que durava cerca de cinco segundos parava e alguns segundos depois voltava, eu pensei em abrir uma torneira e jogar um pouco de água no rosto, mas todas as torneiras se abriram ao mesmo tempo Suzana ficou espantada.
Gabriel: - Foi você - eu perguntei sem entender o que estava acontecendo.
Suzana: - Acho que foi você – Ela disse com seus grandes olhos castanhos claros estatelados olhando para mim.
Gabriel: - Eu não tenho esse poder – Eu Disse.
Suzana: - Acho que agora você tem – Ela disse.
Me sentei no chão do banheiro, ela fez um movimento com o dedo e todas as torneiras se fecharam ela estava tão surpresa quanto eu, mas tinha mais informações.
Suzana: - Acho que sei qual é seu verdadeiro poder – Ela disse fazendo uma pausa e sorriu – Acho que você é como uma esponja.
Gabriel: - Esponja – Eu perguntei com um tom questionador.
Suzana: - Você se regenera por que você absorveu esse poder – Ela disse – Igual você acabou de absorver o meu.
Gabriel: - Eu não queria absorver o seu poder, ele me da dor de cabeça – Eu reclamei.
Suzana: - Não se preocupa, isso passa – Ela tentou me tranqüilizar – Talvez seja por você que eles estejam procurando – Ela disse de forma enigmática.
Gabriel: - Procurando pra quê – Eu perguntei.
Suzana: - Cuidado, eles geralmente acham pessoas especiais através de noticias de jornal, como um garoto fantasiado que sai voando de um prédio em chamas depois de salvar uma criança – Ela disse.
Gabriel: - Você não pode simplesmente ir embora, precisa me explicar melhor – Eu pedi.
Suzana: - OS últimos meses da minha vida eu tenho procurado saber tudo sobre eles, como destruí-los, mas eles são muito fortes e a pessoas especiais do lado deles agora eu vejo uma luz no fim do túnel – Ela disse.
Ela saiu sem me dar chance de fazer nenhuma outra pergunta, mas uma coisa ficou clara pra mim, seja lá qual fosse o plano dela eu fazia parte, eu tirei a fantasia do Tiago de dentro da bolsa ela ainda estava suja de sangue o sangue do meu amigo, meu coração disparou numa mistura de fúria e culpa, eu sabia que não ia adiantar fugir, não se pode fugir do destino e meu destino parecia esta me chamando, e quando o destino chama, não importa o quanto você lute contra ele e negue você acaba aceitando eu sabia o que tinha que fazer, e eu estava pronto pra faze-lo, agora eu sou Black Sparrow.

Obrigado pelos comentarios Aninha, alem de vc esse blog só tem uns 7 ou 8 leitores.