sábado, 17 de dezembro de 2011

A Escuridão E O Amanhecer capitulo 11






CAPITULO 11 – Velha Infância - Alice

Sai do banheiro ainda secando meus cabelos com minha toalha, mesmo assim gotas caíram criando uma trilha ate o meu quarto, o Gabriel já deve esta chegando daqui a pouco, procuro uma roupa no meu armário e acho um vestido florido na altura dos joelhos que eu devo ter usado somente umas três vezes, o coloquei e me olhei no espelho por um tempo virei de um lado para o outro querendo analisar de todos os ângulos, e cheguei a conclusão que aquele vestido me deixava gorda, troquei por uma saia jeans e uma blusa vermelha com os Dizeres: Palavras podem dizer menos do que um olhar, que eu comprei quando eu tinha quatorze anos e três anos depois ainda me serve.
Sentei-me na penteadeira onde me maquiei e fiz uma franja eu fico bonita de franja, deveria usar mais, mas meu cabelo é tão enrolado que só da pra fazer franja com ele ainda um pouco molhado, de repente eu me dei conta de que eu estava me importando com a minha aparência mais do que devia, é o Gabriel...Não o Miguel.
A campainha tocou alguns segundos depois eu fazia os últimos retoques. Eu sabia que era o Gabriel, mas isso não impediu que minha mente irracionalmente apaixonada imaginasse que quem estava à porta era o Miguel com o buquê de rosas amarelas na mão, e que ele sorriria pra mim assim que me visse e diria que cada dia longe de mim pareceu uma eternidade sem fim, e eu diria que pra mim também, eu tenho que parar de ficar assistindo esses filmes de amores impossíveis.
Minha mãe entrou no quarto com a empolgação de uma colegial que acaba de receber seu primeiro convite pra sair, estou começando a ficar preocupada com ela, aulas de mecânica, aulas de Kung-fu, e o mais preocupante de tudo aulas para ser critico de cinema, quem é que estuda para ser critico de cinema e praticamente a mesma coisa que fazer faculdade pra ser arbitro de futebol.
Maria: - Ele é um pão – Ela disse tão alto que eu fiquei preocupada que ele tivesse escutado.
Alice: - Mãe – Eu a repreendi.
Maria: - Que foi Alice, esta com ciúmes – Ela perguntou.
Alice: - Primeiro ele não é meu namorado, nós só vamos fazer um trabalho de escola, segundo ninguém hoje em dia diz que alguém é um pão – Eu Disse um pouco alterada.
Maria: - Desculpa – Ela disse – Ela é um gato esta melhor assim – Ela perguntou.
Alice: - Por favor, mãe aconteça o que acontecer se mantenha distante da sala. – Eu implorei a ela.
Maria: - Não se preocupe eu não vou roubar seu namorado, mesmo por que ele é muito novo pra mim – Ela disse num tom de brincadeira que eu achei muito sem graça.
Alice: - Estou falando serio Mãe – Eu disse de forma seca.
Maria: - Já entendi, mas me diga qual é o nome dele – ela perguntou.
Alice: - É Gabriel – Eu falei.
Maria: - Igual ao Arcanjo – Ela disse.
Eu lembrei que foi quase isso que eu disse ao Miguel quando ele se apresentou, as lembranças vieram outra vez e senti aquela pontada no peito, senti a dor de esta longe de quem se ama.
Maria: - Que foi Alice –Ela perguntou.
Alice: - Nada mãe só lembrei de uma pessoa –Eu disse tentando desconversar.
Ela me puxou pra junto dela e me abraçou de forma carinhosa, ela não fazia muito isso antes do meu pai morrer, geralmente era ele que demonstrava os sentimentos.
Maria: - Não se preocupe se às vezes você sentir vontade de chorar é normal – Ela disse.
Estava claro que ela estava achando que a pessoa que eu me lembrei fosse o papai, eu não quis dizer pra ela que era um garoto que eu conheci no avião, só esperei que ela me soltasse e fui pra sala me encontrar com o Gabriel, ele se levantou do sofá assim que eu entrei na sala.
Gabriel: - Oi – Ele disse timidamente.
Alice: - Olá – Eu respondi enquanto me sentava.
Ele se sentou e ficou me olhando da mesma forma que ele ficava me olhando na escola.
Alice: - Você já leu o livro eu perguntei.
Gabriel: - Ainda não – Ele disse – Eu comecei a ler mais é meio chato.
Alice: - Chato – Eu disse surpresa – É uma das maiores historia de amor de todos os tempos.
Gabriel: - não creio que tenha realmente acontecido, parece mais um livro do que fatos – Ele disse.

Alice: - Eu acredito que realmente tenha acontecido – Eu disse.
Gabriel: - Eu não, em certas historias o Tristão é colocado na corte do rei Arthur, é como a guerra de tróia ou a Lenda de Beowulf provavelmente nunca aconteceram – Ele disse.
Alice: - Você não acredita que alguém poderia sacrificar tudo por amor – Eu perguntei.
Gabriel: - Se você tivesse me perguntado isso no final do ano passado, eu direi não – Ele Disse – mais eu não sabia o que era gostar de alguém.
O jeito que ele me olhava enquanto disse essas palavras era tão estranho...Tão intenso.
Alice: - Vamos fazer desse jeito, eu faço a metade inicial do livro e você a metade final, assim agente não precisa ficar se encontrando – Eu disse.
Gabriel: - Minha companhia te incomoda tanto assim – Ele perguntou com um olhar triste.
Eu não tinha percebido que da forma que eu disse parecia que eu não queria ficar perto dele.
Alice: - Não é nada disso, eu só me expressei mal, me desculpe.
Eu notei uma mancha de sangue na camisa dele, aquilo me deixou preocupada talvez ele tivesse matado alguém antes de vir pra cá, por que eu sempre acho que as pessoas são assassinas em serie, tenho que parar de assistir CSI.
Alice: - Isso é sangue – Eu perguntei mesmo sabendo a resposta.
Gabriel: - É sim eu tive um pequeno acidente enquanto eu vinha pra cá – ele explicou mais parecia esta mentindo.
Mal pude acreditar quando minha mãe entrou na sala com sanduíches e refrigerante, depois de eu ter pedido tanto.
Maria: - espero não esta interrompendo nada – ela disse do jeito mais natural do mundo.
Por que será que os pais conseguem nos envergonha mesmo quando eles não estão tentando fazer isso, ela ainda ficou encarando o Gabriel como se ele fosse uma pessoa que ela não via há muito tempo.
Maria: - Seu rosto me parece tão familiar Gabriel –Ela disse, parecia realmente confusa, ela deixou o lanche e saiu, não sem antes olhar pra ele mais uma vez.

Alice: - Me desculpa pela minha mãe.
Gabriel: - Tudo bem, eu tenho um rosto comum, vivem me confundido com o Brat Pitt – Ele disse tentando fazer piada, eu sorri fingindo que achei engraçado.
Alice: - Por que você esta sempre olhando pra mim – Eu perguntei sem rodeios – Eu nem sou tão bonita a ruiva que fica te olhando é muito mais bonita do que eu, você não imagina como é difícil pra eu dizer isso.
Ele ficou vermelho de vergonha, a pele dele é tão branquinha que por mais que ele dissesse que não, estava bem claro que a minha pergunta o deixou envergonhado.
Alice: - Me desculpe eu não devia ter perguntado – Eu tentei fazer ele se sentir melhor.
Gabriel: - Você acredita que as pessoas possam se apaixonar mesmo antes de se conhecer.
Eu sabia o que ele estava querendo dizer era como eu me sentia com o Miguel, parecia que estávamos destinados a nos conhecer naquele avião, é uma sensação tão estranha quando se acha alguém que te faz pensar que a vida é perfeita mesmo que você ainda esteja de luto pela morte de seu pai, mas às vezes os destinos são certos, mas os caminhos opostos.
Gabriel: - Eu sonho com você muito antes de te ver pela primeira vez, por mais louco que isso seja – Ele disse.
Alice: - Podia ser qualquer garota parecida comigo – Eu tentei desconversar.
Gabriel: - Era você, seus olhos, seus cabelos eu reconheceria em qualquer lugar – ele disse determinado.
Alice: - É melhor agente fazer esse trabalho outro dia – eu disse enquanto me levantava.
Gabriel: - Espera – Ele disse ao mesmo tempo em que tocava o meu braço vi todo o seu corpo estremecer, a expressão do seu rosto mudou totalmente ele parecia abalado como se tivesse visto alguma coisa.
Alice: - Você esta bem – eu perguntei preocupada.
Gabriel: - Eu preciso ir embora – Ele disse.
Alice: - O que houve Gabriel?
Gabriel: - Nada, eu estou bem – Ele disse com uma voz embargada.
Eu pensei em argumentar para que ele ficasse, mas ele saiu sem me dar chance de dizer nada, o que eu estou pensando eu queria que ele fosse embora e agora eu estou me sentindo mal por ele ter ido embora, o que esta havendo comigo.
Entrei no quarto da minha mãe confusa com a situação, eu surpreendi olhando umas fotos antigas que ela guardou rapidamente, só consegui ver uma das fotos e não reconheci ninguém.
Alice: O que você estava fazendo – Eu perguntei apesar de saber exatamente o que ela estava fazendo.
Maria: - Nada de mais, só olhando as fotos dos meus antigos amigos.
Alice: - Posso ver – Eu perguntei.
Maria: - Não, você não conhece nenhum deles, e também não quero que você veja o quanto eu envelheci – Ela disse – cadê o Gabriel?
Alice: - ele já foi –Eu respondi.
Maria: - Por isso você esta com essa carinha triste – Ela perguntou de forma amistosa.
Sentei-me perto dela procurando uma forma de começar o assunto.
Alice: - Você já se apaixonou por alguém alem do papai – Eu criei coragem e perguntei, ela respirou fundo antes de me responder.
Maria: - Eu tinha um namorado antes de conhecer o seu pai – ela disse – Mais quando eu vi seu pai pela primeira vez foi amor a primeira vista, eu sabia que era com ele que eu queria passar o resto da minha vida.
Alice: - Você nunca duvidou disso –Eu perguntei.
Maria: - O medo sempre faz agente se questionar sobre essas coisas, eu larguei um namoro de três anos pelo seu pai, eu não tinha certeza se ia dar certo, mas eu tinha certeza do que eu queria, é meio contraditório não – Ele perguntou.
Alice: - Muito –Eu respondi.
Maria: - Você esta apaixonada pelo Gabriel: - Ela perguntou.
Alice: - Não mãe – Eu respondi irritada.
Maria: - Não precisa se irritar foi só uma pergunta – ela disse.
Alice: - Mais ele falou umas coisas estranhas sobre destino, e de que tinha sonhado comigo antes mesmo de me conhecer – Eu disse um pouco constrangida.
Maria: - Você acreditou nele – Ela Perguntou gentilmente.
Alice: - Ele pareceu sincero, mas ai ele saiu como se tivesse visto algo assustador.

Maria: - ele parece ser um bom garoto – Ela disse e sorriu.
Alice: - Qual é a graça – Eu perguntei
Maria: - É que agente geralmente flerta com os Perigosos e nos casamos com os bonzinhos.
Alice: - Eu conheci uma pessoa no avião, foi amor a primeira vista, O sorriso dele é a coisa mais bonita que eu já vi.
Maria: - Nossa, por que não me falou dele antes – ela perguntou.
Alice: - Por que eu tenho a sensação de que nunca mais vou vê-lo – Aqueles palavras doeram fundo no meu peito.
Maria: - Algumas pessoas passam por nossas vidas e a chacoalha de tal forma que parece que o chão desapareceu dos nossos pés, mas muitos são só alma gêmeas temporárias, então vão embora – Ela Disse – Mais as vezes agente fica esperando essa alma gêmea retornar e acaba deixando escapa a verdadeira alma gêmea – Ela concluiu.
Eu odeio quando ela banca a filosófica, mas talvez ela esteja certa, talvez o Miguel já tenha cumprido a missão dele na minha vida, eu quero tanto acreditar nisso, assim talvez a dor diminuísse, mas eu sinto que ele de alguma forma ainda faz parte da minha vida, me levantei e sai do quarto de minha mãe, no meu quarto peguei um porta-retrato sobre a mesinha ao lado da minha com a foto do meu pai, e fiquei olhando a foto por alguns minutos, lembrando dele sentindo a falta dele então eu me dei conta que a saudade que eu sentia dele era diferente, era uma certeza, a certeza de que eu nunca mais vou vê-lo, mas quando eu me lembrava do Miguel a saudade era diferente, era como se estivesse em estados diferentes entender aquilo fez meu coração disparar e se encher de esperança de que aquele dia debaixo de chuva, não foi um adeus, mas sim um ate logo.

3 comentários:

  1. ADOREI!!!

    to sem palavras, muito lindo, muito mesmo!!!

    aguardando ansiosa pela proxima parte!!!

    abracos e otima semana

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  2. tah ficando romantico a coisa... Mais eh bom...

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  3. Irei prever o futuro, Gabriel pego um novo poder proveniente da Alice, Miguel irá lutar contra Gabriel, Gabriel irá curar o Tiago com esse poder pego da alice, felipe vai trair a organização, Miguel irá tentar matar Alice...
    Seu eu acertar um desses vcs me devem 100R$ :D
    Dante ve se n demora mt pra posta essa história :x

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