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sábado, 27 de agosto de 2011
A Escuridão E O Amanhecer Parte 8
Capitulo 8 : Um Olhar No Passado - Suzana
Essa é a primeira vez que meus pais me deixam viajar sozinha, eles sempre disseram que eu era muito nova para tal aventura, mas esse ano eu consegui convence-los a autorizar, eu queria ir esquiar nos Alpes suíços, mas ao invés disso, eles disseram que tudo que iriam pagar era oito dias em Bariloche, não é bem o que eu queria mais tem neve e eu podia ir sozinha, minha mãe chorou enquanto eu me dirigia para o embarque, meu pai estava mesmo era preocupado com os rapazes argentinos, meu coração pulava de empolgação, mas ao mesmo tempo eu sentia um frio na barriga, mas eu estava pronta já sei cuidar de mim mesma.
Cheguei ao hotel morrendo de frio, deveria ter deixado minha mãe arrumar minhas malas, nem ao menos sei se me lembrei de colocar um casaco de verdade, ainda bem que nos quartos tem aquecedor, abri a janela a vista era belíssima uma floresta de pinheiros cobertos pela neve, nem mesmo o vento frio que percorreu o quarto foi capaz de fazer com que eu desviasse meu olhar daquela floresta, tomei um chocolate quente no restaurante do hotel antes de retornar ao meu quarto ligar o aquecedor e me joguei na cama onde adormeci.
Na manha seguinte me agasalhei o Maximo possível, deveria ter trazido mais do que dois casacos agora vou ter que repetir roupas, desci ao restaurante onde tomei meu café da manha, ter a xícara de café em minhas mãos fez pelo menos por alguns minutos o frio passar.
Peguei o teleférico para uma vista panorâmica, lá de cima tudo era ainda mais bonito e o frio era ainda maior, cheguei a loja onde se aluga equipamentos para esquiar, aluguei todo o equipamento necessário, afinal meus pais não quiseram liberar dinheiro para que eu comprasse meus próprios, o atendente da loja perguntou se eu precisava de um instrutor, eu sabia que precisava de um, mas fiquei envergonhada de dizer isso a ele e fiz a coisa mais imprudente possível disse que tinha uma vasta experiência esquiando nos Alpes suíços, ele ficou impressionado e fez uma sugestão que eu esquiasse El Dedo De Dios, eu sabia que com esse nome deve ser a montanha mais perigosa da região eu concordei e ele me mostrou o caminho eu caminhei olhando para trás pronta para sair correndo.
Boa sorte – Ele gritou.
Eu peguei o teleférico ate o alto do morro, ao olhar para baixo senti uma leve tontura, eu não sei no que eu estava pensando, não havia a menor chance daquilo dar certo, os esquis nos meus pés pareciam mais pesados do que deveriam ser, posicionei os bastões na neve e lancei meu corpo para frente, comecei a deslizar suavemente pela neve, meus medos pareceram infundados, eu estava muito bem ainda mais se levar em conta que essa é minha primeira vez esquiando, mas de repente com um leve tropeção eu não conseguia mais controlar o meu corpo, no meio do caminho eu perdi um dos meus esquis e comecei a deslizar pela neve indo para o lado errado, o lado onde havia uma espécie de barranco eu rolava pela neve e tudo que passava pela minha cabeça era que eu não sobreviveria àquela queda, mas se sobrevivesse com certeza ficaria com muitos ossos quebrados, fechei meus olhos esperando o pior, foi quando eu me senti presa na neva, abri meus olhos e ele estava parado imponente com sua roupa de esqui e uma mascara que cobria todo o seu rosto, ele prendeu meu casado na neve usando um de seus Bastões de esqui, eu estava a beira do barranco, ele me puxou.
Você esta bem – Ele perguntou preocupado.
Eu estava em choque, meus ouvidos estavam com um zumbido ensurdecedor.
O que você estava fazendo aqui – Ele perguntou – Iniciantes não devem esquiar por aqui é fácil ir para o lado errado.
Eu não respondi, eu sabia que devia ele acabou de salvar a minha vida, mas as palavras simplesmente não saiam, ele me pegou no colo e me carregou ate a enfermaria foram alguns quilômetros e ele o fez sem reclamar.
A enfermeira cuidou das varias escoriações que eu tive, e do meu dedo quebrado, ela disse que eu tive sorte, eu sabia que tinha tido sorte, tive vontade de perguntar sobre o rapaz que havia me salvado, mas fiquei com vergonha, ela saiu e disse que já voltaria, antes de sair ela disse de um jeito maternal que eu ia ficar bem.
Alguns segundos depois um rapaz entrou, eu sabia quem era, ele estava sem a mascara e a roupa de esqui, mas era ele o rapaz que havia me salvado, ele era bonito foi a primeira coisa que eu pensei, seu cabelo castanho meio arrepiado, sua pele branca como se ele não tomasse sol há muito tempo, seus olhos eram um castanho meio amendoado totalmente diferente dos meus olhos que eram meio esverdeados apesar de minha mãe sempre dizer que quando eu nasci meus olhos eram castanhos bem claros e não verde.
Ele sorriu e se apresentou, me disse que seu nome é Samuel, eu estava constrangida, nem tive coragem de encara-lo, mas ele se sentou ao meu lado.
Samuel: - Me lembro da primeira vez que eu esquiei – Ele disse olhando para mim – eu cai muito feio quebrei três costelas, quase desisti – Ela concluiu.
Suzana: - Obrigada por ter me salvado - Eu disse envergonhada.
Samuel: - Não precisa agradecer –Ele disse
Suzana:- Eu me sinto uma idiota.
Samuel: - Todo mundo cai na primeira vez – Ele Disse gentilmente – A questão é ter coragem pra se levantar e tentar de novo.
Suzana: - Às vezes é difícil – Eu disse fazendo uma careta.
Samuel: - Mais não impossível – Ele disse.
Ele me ajudou a levantar e me levou ate meu quarto ele era muito gentil, praticamente um lorde fiquei imaginando quantas garotas não deviam ser apaixonada por ele.
Samuel: - Você gostaria de jantar comigo mais tarde – Ele perguntou.
Senti-me tentada a aceitar o convite, mas eu estava toda dolorida, da queda e eu nem o conhecia apesar do fato dele ter salvado a minha vida.
Suzana: - Não acho que eu vá esta em condições físicas e psicológicas de jantar – Eu expliquei esperando que ele não ficasse chateado.
Samuel: - Mais é claro – Ele disse – Você acabou de passar por um grande trauma, por favor, me desculpe.
Suzana: - Não se desculpe, eu com certeza aceitaria, mas eu preciso descansar – Eu expliquei.
Samuel: - Eu estou no quarto 23 – Ele disse – Caso você precise de alguma coisa.
Eu assenti com a cabeça, ele me desejou melhoras e saiu, me deitei na cama e minha experiência de quase morte veio a minha mente, junto com um arrepio que percorreu toda a minha coluna, mas não era por causa do frio, parecia mais uma sensação ruim.
No dia seguinte depois de ter tomado um banho quente e escovado meus dentes, eu desci para tomar café da manha, sabe aquela sensação que todo mundo esta olhando pra você e comentando, a maioria das vezes é só coisa da sua cabeça, mas dessa vez era exatamente o que estava acontecendo todos estavam comentando sobre meu incidente na tarde anterior, quando eu ia me levantar da mesa para ir embora Samuel chegou com um grande sorriso e perguntou se o lugar estava ocupado.
Suzana: - Não – Eu respondi
Ele se sentou e notou minha expressão triste.
Samuel: - O que houve? – Ele perguntou.
Suzana: - acho que todos estão comentando o meu acidente de ontem – Eu respondi.
Samuel: - Não liga pra isso – ele disse – Com certeza todos eles já caíram algum dia.
Suzana: - Mais eu não estava aqui pra ver ou comentar.
Samuel: - Que tal passearmos de teleférico depois do café? – Ele perguntou cordialmente.
Suzana: - Eu quero distancia da neve – Eu respondi de forma rude.
Ele sorriu como se não tivesse se importado, eu balancei a cabeça pronta pra pedir desculpas a ele.
Samuel: - Você não precisa ter medo – ele disse – Eu estarei lá com você.
Aquelas palavras fizeram meu coração pular de alegria, por mais que minha expressão não tenha demonstrado, eu estava incondicionalmente feliz, por alguma razão eu senti que podia confiar a ele minha vida, por que essas coisas geralmente ocorrem de forma tão repentina, ontem eu só estava agradecida por ele ter salvado minha vida, agora meu coração palpita só em olhar pra ele.
Samuel: - Então? – Ele perguntou olhando diretamente em meus olhos.
Eu balancei a cabeça de forma positiva, um leve sorriso se fez em meu rosto.
Nós caminhamos ate o teleférico, eu disse a ele que não estava pronta pra esquiar de novo, ele entendeu prontamente e nem ao menos me questionou, acho que só eu esta no teleférico já era uma vitória pra ele.
Samuel: - Que cidade você mora? – Ele perguntou.
Suzana: - Rio De Janeiro – Eu disse – Na verdade eu queria ir pra suíça, mas meus pais não pagaram.
Samuel: - Quem sabe da próxima vez que eu for você possa me acompanhar – Ele disse.
Saímos para caminhar, apesar de esta com os equipamentos certos sentia enorme dificuldade em andar pela neve, conversamos por vários minutos, descobri que nós moramos na mesma cidade, compartilhamos de mesmo gosto musical e hoje em dia é tão difícil encontrar alguém que goste de Bob Dylan, Donovan, e tantos outros das antigas, ele também me contou que é um jovem emancipado, apesar de ter só 17 anos um ano mais velho do que eu, ele parecia tão maduro para pouca idade.
Enquanto andávamos de teleférico ele me contou que seus pais morreram há alguns anos e essa era a razão de sua emancipação senti pena dele, tão jovem e tão sozinho tive vontade de abraçar e confortar ele, mas achei que seria maternal de mais, então aconteceu nossos rostos se aproximaram, minha respiração ficou ofegante nossos lábios se tocaram eu já havia beijado uns dois ou três meninos, mas dessa vez foi especial, foi mágico como se aquele momento pudesse durar para sempre, pelo menos era o que eu queria... Ter os lábios dele junto aos meus pra sempre, mas eu pensava que tudo podia só ser empolgação exagerada de adolescente, mas eu rezava em silencio para que não fosse.
Samuel: - Acho que ouvi sinos tocarem – Ele disse sorrindo quando parou de me beijar.
Suzana: - Acho que eu também – Eu respondi envergonhada.
Nós beijamos outra e outra vez era tão intenso e verdadeiro que em dois dias depois do nosso primeiro beijo já não conseguia me ver longe dele, era tão estranho sentir isso, sempre achei que coisas assim só aconteciam em filmes, mas estava errada é real, e é incrível.
Na noite do quarto dia depois do nosso primeiro beijo, aconteceu nossa primeira vez e a minha tinha medo de esta apressando as coisas, eu sabia que estava apressando as coisas, mas foi maravilhosos tudo que eu esperava e ainda mais ele foi tão carinhoso e sensível mais sabia exatamente o que estava fazendo ficou claro que ele já havia feito aquilo antes, tentei não pensar nisso e me entregar ao momento, antes de dormimos ele disse com sua voz meio rouca, por causa do frio.
Samuel: - Eu te amo! – Nunca havia dormido tão bem quanto naquela noite.
Na manha seguinte quando abri meus olhos, ele não estava ao meu lado olhei para o relógio pensei que talvez já fosse muito tarde, mas ainda eram só sete e meia da manha, fiquei com um nó na garganta, pensando que ele tinha conseguido o que queria e agora tinha ido embora, que eu fui só mais uma garota bobinha que caiu naquelas promessas de amor, estava me sentindo uma completa idiota tive vontade de bater minha cabeça na parede ate que o tempo voltasse, uma lagrima deslizou pelo meu rosto enquanto eu lutava para não me desmanchar em lagrimas.
Ele entrou carregando uma bandeja de café da manha com uma rosa sobre a bandeja, eu nem podia acreditar no quanto eu estava sendo trágica, ele notou minhas lagrimas colocou a bandeja ao meu lado na cama e se ajoelhou aos meus pés tomando minhas mãos entre as dele.
Samuel: - O que foi? – Ele perguntou preocupado.
Suzana: - Não é nada. – Eu respondi tentando parar de chorar.
Samuel: - Foi alguma coisa que eu disse? – Ele perguntou.
Eu tirei minhas mãos de entre as mãos dele e as levei ate seu rosto e o beijei.
Suzana: - Me desculpe – Eu repeti essas duas palavras algumas vezes antes dele me abraçar bem forte me fazendo sentir tão protegida.
Samuel: - Por que você esta se desculpando – Ele perguntou.
Suzana: - Eu pensei que você tivesse ido embora – Eu disse envergonhada.
Ele sorriu como se dissesse: Sua Boba, e me beijou.
Samuel: - Eu não tenho planos de deixar você Suzana – ele disse – Ontem a noite significou muito pra mim Eu te amo.
A cada palavra dele eu me sentia mais e mais envergonhada por ter duvidado das palavras dele.
Samuel: - Toma seu café hoje temos um dia cheio – Ele disse.
Suzana: - Cheio de quê? – Eu perguntei.
Samuel: - Vamos esquiar – Ele disse confiante.
Suzana: - Não mesmo! – Eu respondi.
Samuel: - Não tem o que temer, eu vou esta lá – Ele disse.
Eu senti que ele daria a vida por mim se isso fosse necessário, eu assenti com a cabeça e comecei a tomar meu café da manha teria usado meus poderes e faria a comida vir ate a minha boca como eu geralmente faço quando não te ninguém por perto, mas não queria que ele me achasse uma aberração, pela primeira vez desde que descobri esse poder eu tive vontade de contar a alguém eu tinha quase certeza que ele entenderia, mas uma parte de mim dizia que ele se afastaria de mim.
Tomei um banho rápido, usei meus poderes para que a toalha me secasse sem que eu precisasse mexer um músculo, era divertido eu ate fiz um vídeo e postei no Youtube no qual eu movia os objetos como se fosse um truque de mágica, o vídeo recebeu dezenas de comentários perguntando qual programa eu utilizei para criar os efeitos, eles nem desconfiavam da verdade.
Ele me levou ate uma descida para iniciantes.
Samuel: - Não se preocupe – Ele disse.
Suzana: - Não estou preocupada – Eu disse – Não mais.
Samuel: - Se não fosse pela mascara eu lhe beijaria agora – Ele disse com uma voz feliz.
Suzana: - Me beija quando agente chegar lá em baixo – Eu disse.
Samuel me explicou exatamente como eu deveria fazer e disse que era mais fácil do que andar de bicicleta, agente começou a descer sentia o vento frio percorrer o meu corpo, mesmo estando com meu corpo completamente coberto por duas camadas de roupas de inverno, ele esta um pouco mais a minha frente, mas olhava constantemente para trás acho que era pra ver se eu estava bem, quase no final ele me segurou e agente caiu na neve fofa, agente ria tanto fazia tempo que eu não me divertia tanto, acho que desde quando eu era uma criança que achava graça quando meu pai fingia que eu era mais forte do que ele, coisa de criança.
Suzana: - Meu coração estava disparado – Eu disse.
Samuel: - É eu sei – Ele respondeu.
Suzana: - Como você sabe – Eu perguntei intrigada.
Samuel: - Eu quis dizer que imagino que ele estivesse disparado – ele respondeu, mas não pareceu esta dizendo a verdade, mas não dei importância.
Suzana: - Acho que você me deve um beijo – Eu cobrei.
Samuel: - Pagarei com juros – Ele disse tirando a mascara de esqui.
Quando ele estava pronto para vir me beijar ele levou uma bolada de neve na cara, ele ficou sem compreender como eu podia ser tão rápida, eu usei meus poderes para forma uma bola de gelo e atingi-lo, eu me abaixei e joguei outra bola nele, mas dessa vez ele revidou me atirando também, nós ficamos correndo um jogando bolas de neve no outro, ate que caímos lado a lado na neve ele abriu os braços e as pernas repetidas vezes fazendo um anjo na neve.
Suzana: - Fazia tempo que eu não me divertia tanto – Eu disse mal conseguindo conter a minha euforia.
Samuel: - Esta ao seu lado faz de mim a pessoa mais feliz do mundo.
Suzana: - Você esta mentindo – Eu disse de forma seria, enquanto ele me olhava sem entender – Eu sou a pessoa mais feliz do mundo – Eu conclui.
Ele colocou seu corpo sobre o meu e me beijou, o frio que eu estava sentindo desapareceu e deu lugar a um calor intenso, mas de repente ele parou e olhou em direção ao nada, seu olhar era tenso como se estivesse vendo algo que eu não estava.
Suzana: - O que foi? – perguntei preocupada.
Samuel: - Vem vindo alguém – ele disse se levantando.
Suzana: - Eu não estou vendo ninguém Samuel – Eu disse me levantando também.
Samuel: - Isso não muda o fato de que eles estão vindo – Ele disse.
De repente na direção que ele estava olhando surgiu à silhueta de duas pessoas, um garoto e uma garota. Pensei que talvez fossem um casal, mas quando eles se aproximaram eu notei a semelhança física entre eles, provavelmente eram gêmeos ambos tinha olhos verdes bem claros parecidos com os meus, mas a garota era magra seu cabelo louro voava com o pouco vento que batia, já o garoto tinha o cabelo curto e um pouco mais escuro que a menina, ao contrario dela que exibia uma fisionomia alegre e ao mesmo tempo debochada ele parecia serio de mais, mas era obvio que eles eram irmãos.
Anna: - Olá Suzana – Ela disse com um sorriso debochado.
Eu não sabia quem eles eram, mas eles sabiam o meu nome, Samuel se colocou a minha frente de forma protetora.
Filipe: - Vai embora rapaz – O garoto disse – Essa luta não é sua.
Samuel: - Agora é! – Samuel disse
O vento começou a soprar mais forte, o tempo não mudou de forma repentina foi o garoto depois eu viria, a saber, que o nome dele e Filipe e o dela é Anna, eles eram igual a mim também tinha um poder eu não queria que o Samuel se machucasse, mas eu sabia que ele não ia embora usei meus poderes de telecinese para atirar os Bastões de esqui em direção a eles o garoto usou seu poder de controlar os ventos e os atirou longe, Samuel me olhou abismado eu não conseguia olhar para ele.
Anna: - Já chega de brincadeira – Ela disse com um sorriso debochado – Você garota vai vir com agente e você garoto, vai esquecer que um dia nos viu.
Uma bola de energia branca começou a surgir na mão dela, Samuel segurou os bastões dele como se fossem espadas.
Suzana: - Vai embora Samuel – Eu disse com os olhos cheios de lagrimas.
Samuel: - Não! – Foi tudo que ele disse.
Ela lançou a bola de energia que veio rápido em nossa direção, Samuel bateu os bastões um no outro o que causou uma espécie de onda transparente que foi de encontro à esfera ouve um enorme clarão e um som ensurdecedor, pude ouvir o som do gelo se rompendo, a ultima coisa que eu vi foi nada alem de uma forte e intensa luz branca como se eu estivesse com as retinas a milímetros de uma lâmpada, eu apaguei.
Fiquei em coma por três dias, quando eu acordei e abri meus olhos só havia escuridão, como se eu estivesse dentro de um quarto sem luz, nem janelas, eu pedi que alguém acendesse a luz, pois eu não estava vendo nada foi quando eu ouvi minha mãe dizer com uma voz chorosa que estava de dia e o quarto estava tão claro quanto deveria esta, pude sentir alguém me abraçar a principio eu pensei que fosse o Samuel, mas era o meu pai ele disse que lamentava muito, pude sentir as lagrimas deslizarem pelo meu rosto enquanto eu me dava conta que aquela luz havia me cegado.
Minha mãe tentou me acalmar dizendo que ainda existia a esperança de um transplante, finalmente eu tomei coragem e perguntei pelo Samuel, preferia não ter perguntado, minha mãe respondeu que ele tinha ido embora hoje assim que eles chegaram, no começo eu pensei que ele ia voltar, mas nós dois dias seguintes ele não apareceu.
- Calma filha, tudo vai ficar bem – Meu pai disse.
OS Dias passaram pra mim pareceram uma eternidade presa naquela escuridão que se tornou a minha vida, todos os dias eu pensava no Samuel, lembrava de todas as juras de amor que ele me fez, e da ultima expressão no rosto dele quando eu mandei que ele fosse embora, ele também tinha poderes e aqueles dois também, mas quem eram eles de onde eles vieram o que queriam de mim, eram coisas de mais passando pela minha cabeça.
Eu ainda tropeçava ao andar pela casa, meu pai começou a acolchoar as pontas dos moveis para que eu não me machucasse, mas cada vez que eu esbarrava em um móvel eu me sentia um estorvo para eles, minha mãe sempre estava pronta para limpar os cacos de vidro do chão, tive vontade de me matar, ate cheguei a encher uma banheira, mas no ultimo momento eu desisti, me senti uma covarde por não conseguir acabar com meu sofrimento, mas então outro sentimento tomou conta de mim, eu não sabia o certo o que significava mais algo me dizia que eu não podia morrer ainda, por que ainda tinha algo a fazer.
Na terceira semana desde que eu fiquei cega minha mãe me deu uma ótima noticia, ela disse que haviam achado um doador compatível e que eu receberia suas córneas, eu fiquei extasiada eu voltaria a enxergar, senti o abraço forte de meu pai.
- Eu disse que tudo ficaria Bem – Ele disse.
Passei por todos os procedimentos médicos antes da cirurgia, fui levada para sala de operação meu coração estava numa mistura de euforia e raiva, assim que eu recuperasse minha visão eu ia procurar por aqueles dois, descobrir de onde eles saíram e por que queria que eu fosse com eles, assim que eu os encontrar acabarei com eles, e se por acaso encontrar o Samuel no caminho, ele também vai provar um pouco da minha vingança, a anestesia começou a fazer efeito a ultima coisa que eu ouvi foi o medico dizer que ia começar a operação.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Os Três Poderes Capitulo um: Nas Ruas de londres
Passava das onze horas da noite, uma brisa suave circulava por entre as vielas de Londres, onde uma figura solitária andava envolta em escuridão. Usava um capuz branco que se estendia até o chão. Nas costas, havia um símbolo pintado em vermelho que se assemelhava com uma cruz. Seu rosto era pálido, tinha traços de uma pessoa velha, amarga. Ele passava silenciosamente por entre as casas simples.
Parado numa calçada, o sujeito olha para os dois lados cautelosamente, antes de atravessar a rua. O homem simplesmente interrompe a sua caminhada em plena pista, fica de pé no meio de um cruzamento.
Latidos são ouvidos ao longe, além de um som melancólico, oriundo de uma igreja na esquina. O sujeito tira o capuz e arrasta a mão para dentro de suas vestes. Tira de lá um isqueiro e um cigarro, ao qual acende cuidadosamente tapando o vento com a mão esquerda.
A fumaça se espalha no meio da noite, até desaparecer por completo. O barulho na esquina vai diminuindo, está ficando tarde. O homem olha para a sua esquerda, e então para a direita: Nada. Sente um flash e se vira por susto, encontra dois homens vindo em sua direção.
-Caro Gregório, quanto tempo! – Diz o primeiro. Ele veste uma espécie de túnica, estampada com uma cruz vermelha ao centro. –Que cara é essa? Não vai me dar más notícias, hein... – O homem, alto e negro, aperta a mão de seu velho amigo. O outro indivíduo vai passando direto, vestindo um sobretudo e um chapéu discreto. Dá para notar sua franja ruiva tombando a testa. Ele se vira para Miguel e Gregório.
-Vamos, Miguel. Sabe que não há tempo para isso. As coisas estão se tornando mais complicadas a cada segundo! –
Assim os homens adentram um bar deserto na esquina, e esperam por uma outra pessoa.
-Três das melhores cervejas que tiver! –Fala Miguel, gesticulando para o homem baixo e gordo com aparencia de barman. O homem anota o pedido e assim desaparece por trás da portinhola dos fundos.
Os três amigos se dirigem para uma mesa próxima a janela. Onde existe um grande adesivo com a foto do barman. “Bar do Joe: beba para esquecer, mas não se esqueça de beber”. Eles penduram os casacos nas cadeiras e se sentam.
-Vai chover, parece. – Diz Gregório, num tom de preocupação.
-Você tem andado tempo demais com os humanos, amigo. - Precipita-se Miguel. –Isso não é problema para nós. –
Um clarão colorido no meio do salão atrai a atenção de todos. Um homem albino de cabelos grandes brancos entra vestido luxuosamente.
-Desculpem a demora, camaradas. – Diz em um tom animado. –Estava fazendo a varinha do meu garoto... Já está com treze anos, sabiam? Mas enfim, do que se vale a honra de meu convite? –
A conversa é interrompida por Joe, que entra novamente na sala trazendo três grandes e espumantes canecas de cerveja numa bandeja. Mancamente, caminha até a mesa dos quatro homens e serve a todos, com exceção do albino.
-Desejam mais alguma coisa senhores? – Diz o rapaz, fazendo uma espécie de reverencia.
-Não, obrigado... – Começa Miguel- Ah... Perdoe minha falta de educação, Lúcian, deseja algo?- Dirige a palavra ao recém chegado companheiro.
-Não bebo. Mas de qualquer forma, obrigado. – Sorri, enquanto o barman os deixa a sós outra vez.
-Ele é sempre falante, é? Esse Miguel?- Pergunta Rufus, o mais rabugento do grupo. Era o homem que aparecera com Miguel na rua. Tinha uma franja ruiva e expressão gasta, cansada. -Desde que fiquei encarregado de trazê-lo aqui ele ainda não calou a boca. –
-Com certeza. – Respondem em coro.
-Sem mais delongas, vou apresentar o motivo de estar reunido com vocês, hoje. – Disse Gregório, tirando de seu casaco um envelope escuro. –A situação... Companheiros... – Ele abre o envelope e mostra seu conteúdo: Vários papéis com gráficos e estatísticas coloridas. – É crítica. –
Por um momento todos se olham, sem saber o que fazer ou falar. Gregório não faz nenhuma pausa em seu discurso.
-... Como sabem, Ricardo vem mostrando toda sua antipatia pelos humanos nos últimos meses, então a inteligência foi colocada atrás dele. Não demorou muito até que descobrissem: Ele está formando um exército. –
Uma expressão de surpresa e pânico se alastrou pelo rosto de todos, exceto Rufus, que apenas franziu a testa.
-E já sabem para que ele formou esse exército? Pode ser apenas por precaução... –
-Não seja ingênuo, Rufus... – Um sorriso maldoso se espalhou pelo rosto de Gregório. –Você sabe que ele não é dessas coisas... –
De repente, uma fumaça preta que se originou do nada foi se alastrando pela sala, cegando a todos. Eles se calaram na mesma hora. A situação continuou tensa, até que por fim a fumaça rodou contra si mesma, até desaparecer. Agora havia outro homem entre eles. Este era jovem, pálido. Tinha um curto cabelo preto, se vestia socialmente.
-É feio falar dos outros pelas costas, sabiam? –
Gregório catou todos os papeis o mais rápido que pode, jogando-os para dentro das vestes desajeitadamente. Miguel levantou-se furiosamente:
-O que você faz aqui, Ricardo?! – Antes de poder se controlar, seus olhos íam ficando rubros...
Rufus adiantou-se a segurá-lo, o mais rapido que pôde. –Não vale à pena... Não vale à pena... –
Ricardo agora olhava debochadamente para eles. –Ora... Ora... O que temos aqui? – Disse com sua voz suave, enquanto se aproximava da mesa. Com sua mão direita, pegou um papel que havia caído ao chão. –Espionagem, não é? –
Seu aspecto calmo mudou de repente, estalou os dedos. De repente surgiram mais cinco homens no espaço apertado do bar.Os seus subordinados pegaram a todos os que se reuniam na mesa, imobilizando-os. Enquanto Ricardo apenas sorria, seus empregados carregavam a todos para fora.
-Isso não é uma revolta. Isso é uma revolução... – Falou em voz alta.
-Você é maluco! – Gritava Lucian, tentando se livrar da mão deles.
-... É o começo de uma nova era! – E então tudo desapareceu.
[...]
Guilherme acordava assustado. O cabelo ruivo estava encharcado de suor e sua coberta colada ao corpo. Aquilo só podia ser um pesadelo. Mas sonhar assim, com pessoas que ele jamais viu... E amanhã era seu primeiro dia de aula. Com certeza devia ser um presságio: seria um dia assustador.
Sentiu sua garganta seca. O copo d’agua que sempre deixava na cabiceira estava vazio. Foi uma noite quente. Ele olhou em volta, observou todo o seu quarto: Paredes brancas, um pôster de Michael Jackson ao lado da porta. O armário encostado na parede do outro lado, a televisão em cima da cômoda e sua cabiceira, com livros de matemática e ciências, todo o material para amanhã cedo – Além de um copo vazio -.
Levantou-se, deu um bocejo e se espreguiçou bem. Ajeitou a blusa e pegou rumo ao corredor, estalando a língua. Abriu a porta vagarosamente e olhou para o corredor escuro. Por força do hábito, ele aperta o interruptor. Num susto, Guilherme é praticamente cegado pela luz e se apressa a tapar os olhos com o antebraço. Parado, ele espera que a visão se acostume para continuar.
Passando pela sala, -ainda com as pálpebras meio fechadas- Consegue identificar o video game Xbox no canto, em cima da estante. É... Agora só nos finais de semana. Pensou. O menino passara praticamente as férias todas grudado na televisão. Era um garoto de 14 anos que nunca gostou de esportes. Não fazia sentido para ele jogar qualquer coisa com uma bola: Era estranho... Era chato. Sua atividade preferida era jogar os jogos de tiro que ele tanto gostava: os FPS.
Na cozinha, ele vai até a geladeira e pega uma nova jarra de água. Leva-a inteira até o quarto e enche seu copo. Só depois percebe que está com muita preguiça para devolver a jarra. Guilherme se joga na cama -não antes de beber dois copos cheios - e cai no sono rapidamente.
HISTORIA DE MATHEUS CARDOSO
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
A Escuridão E O Amanhecer Capitulo 7
Capitulo 7: Quando O Destino Chama – Gabriel
Sentado em minha cama com a janela do meu quarto fechada, eu podia ouvir as formigas andando no jardim, aquilo era tão absurdo era como se eu estivesse ganhando novos poderes, nem precisei abrir a janela pra ouvir a discussão do casal de vizinho, ele estava desconfiado que era estava tendo um caso extraconjugal, a discussão estava ficando mais acalorada foi quando eu ouvi o telefone da sala tocar, não sabia que minha mãe ainda estava acordada então desci para atender foi como se minha super audição tivesse desligado, não consegui ouvir nada enquanto caminhava ate lá, quando cheguei minha mãe estava colocando o telefone de volta no gancho a expressão no rosto dela fez eu me sentir como se tivesse descendo numa montanha russa, ela me olhou seus olhos estavam cheios de lagrimas, seu lábios tremiam tentando falar, mas as palavras não saiam, meu coração estava tão disparado que parecia que ia pular para fora do meu peito.
Gabriel: - Foi o Tiago – Eu perguntei.
Carla: - Acho que ele foi vitima de um assalto, ele acabou baleado, e esta em estado gravíssimo – Ela disse.
Eu sabia que não tinha acontecido nenhum assalto, ele provavelmente foi atingido enquanto tentava ajudar alguém.
Gabriel: - Em que hospital ele Esta - Eu perguntei.
Ela me disse em qual hospital ele estava e eu fui pra lá o mais rápido que eu pude, no caminho tudo que passava pela minha cabeça era que a culpa era minha se eu estivesse com ele isso nunca teria acontecido, se ele morrer eu nunca vou me perdoar.
Quando eu cheguei ao hospital busquei informações sobre o Tiago, eles quiseram saber se eu ela da família, eu disse que não então eles falaram que não poderiam me dar nenhuma informação, eu quis saber da mãe dele, e recebi como resposta que eles não conseguiram falar com ela, somente com uma amiga da família que deve ter passado a informação, eu sabia que minha mãe não teria ligado, então parti para a mansão da mãe do Tiago, ao chegar lá fui atendido pela empregada, que me informou que a mãe dele esta dormindo e que não deveria acorda-la, mas bastou eu dizer que era com o Tiago que ela me deixou subir.
Bati na porta e não obtive resposta, entrei e ela estava dormindo somente de camisola, me senti constrangido de esta ali com ela estando usando tão pouca roupa, eu a sacudi gentilmente para que ela acordasse ela se mexeu e resmungou um pouco, a sacudi um pouco mais forte e ela despertou assustada.
Sabrina: - Gabriel! – Ela disse surpresa assim que me viu.
Gabriel: - desculpa ter assuntado você – Eu me desculpei, ela se deu conta que estava somente de camisola.
Sabrina: - Agente por acaso dormiu juntos – Ela perguntou.
Eu fiquei surpreso e constrangido com a pergunta, mas ela perguntou de forma tão natural que estava claro que não era a primeira vez que ela fazia aquela pergunta para alguém parado ao lado de sua cama.
Gabriel: - Não senhora – Eu respondi.
Sabrina: - Ainda bem – Ela disse – não que você não seja bonito, é que sua mãe ia querer me matar, e o Tiago ia querer te matar – Ela concluiu.
Gabriel: - O Tiago sofreu um acidente – Eu disse, ela pareceu despertar de vez e me olhou espantada.
Sabrina: - Que tipo de acidente – Ela perguntou.
Gabriel: - Ele foi assaltado e levou um tiro – Eu disse.
Sabrina: - Ele esta bem? – Ela perguntou aflita.
Gabriel: - Eles não quiseram me dar informações.
Sabrina: - ME de alguns minutos eu vou me arrumar – Ela disse enquanto se levantava.
Desci para esperar por ela, que não demorou muito para descer entramos no carro dela e fomos para o hospital, ela estava dirigindo de forma meio perigosa eu coloquei o cinto caso ela batesse, foi então que me lembrei que independente do que acontecesse eu me recuperaria.
Chegamos ao hospital e fomos buscar informações, em pouco tempo um Medico veio nos atender.
Sabrina: - Como esta o meu filho – Ela perguntou.
Medico: - Seu filho levou um tiro na cabeça, a bala atravessou o estado dele é grave, e por mais que ele sobreviva a provável que ele fique com seqüelas graves – Ele disse.
Sabrina se sentou em prantos é incrível como a maioria dos médicos não sabe dar uma noticia.
Gabriel: - Acharam alguma coisa diferente com ele – Eu perguntei.
Medico: - Tipo o quê? – Ele rebateu minha pergunta.
Gabriel: - Uma roupa diferente – Eu perguntei.
Medico: - Sim ele estava usando uma cueca do Homem-Aranha – Ele disse – Ele só usava isso, talvez tenham roubado a roupas dele – Ele concluiu.
Eu já havia percebido que ele não tinha mencionado a fantasia, provavelmente ele deve ter conseguido tirar a fantasia antes de perder os sentidos, ele nunca deixaria sua identidade ser revelada, ele leva essa historia de super-herói muito a serio.
O medico se afastou eu me sentei ao lado dela, seus cabelos ondulas na altura dos ombros caiam sobre seu rosto, eu não sabia o que fazer, mas quando ela recostou sua cabeça no meu peito e eu a abracei quase que instintivamente.
Sabrina: - Se eu tivesse dado mais atenção a ele – Ela disse – Mas não eu só me preocupava com a minha própria dor e me esqueci completamente dele – Ela disse quase não conseguindo conter o choro.
Gabriel: - A culpa Não é Da senhora – Eu disse.
Sabrina: - Gabriel Você é como um Anjo tímido –Ela disse – Mais eu sei como esse mundo é perigoso, e que ele esta numa idade que toma decisões equivocadas, eu já tive 17 anos – Ela concluiu.
Gabriel: - Eu tenho certeza que ele estava tentando ajudar alguém – Eu disse.
Sabrina: - Viu os vídeos daquele super herói que anda por ai – Ela disse – Um herói não é o suficiente pra essa cidade.
Queria ter dito a ela que aquele herói era o filho dela, que se ele morresse foi pra salvar alguém, mas tenho certeza que ele não gostaria disso.
Gabriel: - Acho que ele se aposentou – Eu disse.
Sabrina: - Por que você acha isso? – Ela perguntou.
Gabriel: - Por que ele não estava lá pra salvar o Tiago – Eu disse.
Sabrina: - Eu estou com medo – Ela disse.
Gabriel: - Ele vai se recuperar Eu prometo – Eu disse sem muita convicção.
Sabrina: - Não prometa algo que você não possa cumprir Gabriel – Ela disse enquanto adormecia recostada em meu tórax.
Fechei meus olhos e acabei dormindo, já fazia alguns dias que eu não sentia necessidade de dormir, já eram quase quatro horas da manha quando minha mãe chegou ao hospital, acordei quando ela chamou suavemente pelo meu nome, Sabrina também acordou.
Gabriel: - O que faz aqui mãe – Eu perguntei.
Carla: - Você precisa ir pra casa Gabriel, Você não pode ajuda-lo – Ela disse.
Gabriel: - Não sei se eu vou pra escola – Eu disse.
Carla: - Você não precisa ir pra escola, só vá pra casa descansar – Ela disse preocupada.
Gabriel: - Acho que sou mais útil aqui – Eu disse Olhando para Sabrina.
Sabrina: - Não precisa se preocupar comigo Gabriel – Ela disse.
Carla: - Eu fico fazendo companhia a ela não se preocupe – Minha mãe disse com um sorriso forçado no rosto.
Sabrina: - vai ser bom colocar os assuntos em dia – Ela disse.
Carla: - Pena que seja nessas circunstancias – Minha mãe disse.
Eu demorei a perceber que entre aquele dialogo amistoso havia uma disputa de olhares como se elas estivessem a ponto de entrarem em luta corporal, eu sempre achei estranho como eu e o Tiago podíamos ser tão amigos se fazia tanto tempo que eu não as via trocar uma palavra.
Carla: - Vai Gabriel – Minha mãe disse quase que como uma ordem.
Sabrina: - Qualquer novidade eu te ligo pra avisar – Carla disse com uma cordialidade que não condizia com a situação.
Gabriel: - Tudo bem – Eu disse me afastando.
Eu ainda vi minha mãe se sentar ao lado de Sabrina que olhou para minha mãe com um sorriso no canto da boca, havia algo de muito suspeito nas ações das duas e o pior é que eu não tinha como perguntar a ninguém, minha mãe diria que não era nada e inventaria uma desculpa mirabolante, já a Sabrina se estivesse sóbria colocaria a culpa na bebida, só sei que elas estavam escondendo algo, peguei um ônibus ate a minha casa, as palavras que o Tiago me disse ficavam vindo a minha mente, Eu tenho um poder então eu tenho que assumir uma responsabilidade.
Sentei-me em minha cama sentia todo um peso invisível em cima dos meus ombros, talvez seja minha culpa se eu estivesse com ele nada disso teria acontecido, mas ele sabia dos riscos sabia que algo assim podia acontecer e tenho certeza que ele não me culparia, mas no fundo eu sei que esses pensamentos só vêm a minha cabeça para que eu me sinta melhor, menos culpado, as lagrimas começaram a deslizar pelo meu rosto fazia tempo que eu não me sentia tão humano, por mais que eu tentasse não conseguia parar de chorar.
Passei o resto da noite acordado assim que os primeiros raios de sol atravessaram a janela do meu quarto eu já estava me aprontando para ir a escola, não estava com cabeça para isso, mas quem sabe isso não me distraísse pelo menos por algumas horas, mas na sala de aula eu não conseguia me manter prestando a atenção no que a professora estava dizendo, eu não ouvia nada ela estava mexendo a boca mais eu não entendia nada, ela chamou minha atenção me repreendendo pela falta de atenção só me restou pedir desculpas.
Na hora do intervalo eu fiquei no meu canto como de costume só que dessa vez sem o Tiago, nem ao menos reparei em Alice que estava sozinha no canto dela, Matias veio ate mim com seu habitual jeito gentil, mas ele estava acompanhado pelo Simon.
Matias: - Ola Gabriel – Ele disse.
Simon: - Tudo bem – Ele perguntou sorrindo o que deixava seu rosto redondo ainda mais redondo.
Gabriel: - Não muito – Eu respondi.
Matias: - O que houve – Ele disse – Claro se Você quiser falar sobre isso – Ele concluiu.
Gabriel: - O Tiago esta no hospital – Eu disse.
Simon: - O que houve – Ele perguntou curioso.
Gabriel: - Tentaram assalta-lo ele reagiu e foi baleado, pelo menos é isso que a policia acha – Eu disse.
Matias: - E o que você acha – Matias perguntou.
Gabriel: - Ele provavelmente tentou ajudar alguém e foi baleado – Eu disse.
Matias: - Isso combina mais com ele – Matias disse.
Simon: - Agente esta falando da mesma pessoa – Simon perguntou sem perceber que Matias estava tentando fazer com que eu me sentisse melhor.
Matias: Sim seu lesado, nós estamos – Matias disse repreendendo Simon.
Simon: - Desculpa – Ele disse
Pela primeira vez no dia meu olhar se cruzou com o De Alice, ela desviou o olhar quando notou que eu estava olhando para ela.
Matias: - Diga a mãe do Tiago que eu estimo melhoras a ele – Ele disse parecendo realmente triste.
Gabriel: - Eu direi – Eu disse.
Na hora da saída Isabel veio ate mim, seu cabelo Ruivo balançava enquanto ela corria em minha direção, eu parei para ouvi-la, ela parou para recuperar o fôlego.
Isabel: - Oi – Ela disse.
Gabriel: - Olá Isabel – Eu respondi sem muito interesse em continuar aquela conversa.
Isabel: - Eu só queria pedir desculpas por aquele dia – Ela Disse – Você não faz idéia de como eu me senti constrangida – Ela concluiu.
Gabriel: - Essa é a menor das minhas preocupações – Eu disse.
Isabel: - O que houve – Ela perguntou.
Eu expliquei pra ela o que houve com o Tiago, ela ficou chocada com o que eu disse, e mencionou que não a mais segurança nesse mundo e foi mais uma a mencionar que Black Sparrow vai ter muito trabalho pela frente, deu uma vontade imensa de gritar que Black Sparrow não vai ajudar mais ninguém por que ele esta morrendo num leito de hospital.
Gabriel: - É ele vai – Eu disse Me afastando.
Isabel: - Estimo melhoras – Ela disse.
Fui direto para o hospital Sabrina estava na sala de espera as olheiras embaixo dos seus olhos mostravam que ela não dormiu nada, ela me colocou a par da situação me disse que não ouve alteração no quadro de Tiago, no fundo eu tinha a esperança de que as noticias fossem melhores, pedi licença a Sabrina e fui ate o banheiro.
No corredor eu notei que uma garota carregando uma bolsa estava andando atrás de mim, olhei para ela só por um instante mais foi o suficiente para reparar sua beleza, seus longos cabelos negros quase chegava a cintura, seus olhos meios puxados fazia ela parecer alguma descendente de orientais, sua expressão fechada me fez perceber que seja lá o que ela estivesse fazendo ali, havia deixado ela muito irritada, entrei no banheiro, ela entrou logo depois o que me assustou.
Gabriel: - Esse é o banheiro masculino – Eu Disse assustado.
Ela fez um movimento com seu dedo indicador e antes que eu pudesse entender o que aquele movimento significava, eu estava grudado na parede com os braços abertos como se tivesse sido crucificado, podia sentir meus músculos se contraindo, mas não conseguia mover um músculo.
Suzana: - Você é amigo do passarinho – Ela disse num tom serio.
Eu não entendi o que ela queria saber, e mesmo se eu tivesse não conseguiria falar.
Suzana: - Você é amigo do garoto que levou um tiro na cabeça – Ela perguntou decidida.
Gabriel: - Sim - eu respondi.
Ela jogou a bolsa que ela trazia aos meus pés, ela moveu o dedo outra vez e o zíper da bolsa se abriu, não consegui ver o que tinha dentro.
Suzana: - A fantasia dele está ai – Ela disse.
Gabriel: - Você atirou nele – Eu perguntei irritado.
Suzana: - eu o salvei – Ela disse irritada e prosseguiu – Se não fosse por mim ele estaria morto e todos saberiam a identidade secreta dele – Ela concluiu.
Gabriel: - Quer que eu acredite nisso – Eu perguntei.
Suzana: - se eu não tivesse parado a queda dele ele teria morrido – ela disse.
Gabriel: - Obrigado – Eu disse.
Suzana: - Preste bastante atenção - ela disse se aproximando – Vocês tem que parar de brincar de super-herói, a gente perigosa que caçam pessoas com dons especiais como seu amigo – Ela disse.
Gabriel: - Foram eles que atiraram no Tiago – Eu perguntei.
Suzana: - Não, ate onde eu sei, eles não matam, só aprisionam.
Gabriel: - Quem são eles – Eu perguntei.
Suzana: - Uma empresa chamada Nabucodonosor - ela disse.
Gabriel: - A empresa de computador – Eu perguntei surpreso.
Suzana: - Isso é só fachada – ela disse – A verdadeira função deles é manter os humanos livres de seres como eu e seu amigo.
Gabriel: - Inacreditável – Eu disse.
Eu finalmente consegui me mexer e acabei caindo sentado no chão.
Gabriel: - Obrigado por ter me soltado – Eu disse não tinha reparado na sua cara de surpresa.
Suzana: - eu não soltei – ela disse surpresa.
Gabriel: - Deve ser o meu poder de se regenerar – Eu disse.
Suzana: - Por que não disse que você também tem um poder – Ela perguntou irritada.
Gabriel: - Eu mal conseguia me mexer – Eu disse.
Eu queria lavar meu rosto, eu estranhamente estava a ser atingido por uma grande dor de cabeça que durava cerca de cinco segundos parava e alguns segundos depois voltava, eu pensei em abrir uma torneira e jogar um pouco de água no rosto, mas todas as torneiras se abriram ao mesmo tempo Suzana ficou espantada.
Gabriel: - Foi você - eu perguntei sem entender o que estava acontecendo.
Suzana: - Acho que foi você – Ela disse com seus grandes olhos castanhos claros estatelados olhando para mim.
Gabriel: - Eu não tenho esse poder – Eu Disse.
Suzana: - Acho que agora você tem – Ela disse.
Me sentei no chão do banheiro, ela fez um movimento com o dedo e todas as torneiras se fecharam ela estava tão surpresa quanto eu, mas tinha mais informações.
Suzana: - Acho que sei qual é seu verdadeiro poder – Ela disse fazendo uma pausa e sorriu – Acho que você é como uma esponja.
Gabriel: - Esponja – Eu perguntei com um tom questionador.
Suzana: - Você se regenera por que você absorveu esse poder – Ela disse – Igual você acabou de absorver o meu.
Gabriel: - Eu não queria absorver o seu poder, ele me da dor de cabeça – Eu reclamei.
Suzana: - Não se preocupa, isso passa – Ela tentou me tranqüilizar – Talvez seja por você que eles estejam procurando – Ela disse de forma enigmática.
Gabriel: - Procurando pra quê – Eu perguntei.
Suzana: - Cuidado, eles geralmente acham pessoas especiais através de noticias de jornal, como um garoto fantasiado que sai voando de um prédio em chamas depois de salvar uma criança – Ela disse.
Gabriel: - Você não pode simplesmente ir embora, precisa me explicar melhor – Eu pedi.
Suzana: - OS últimos meses da minha vida eu tenho procurado saber tudo sobre eles, como destruí-los, mas eles são muito fortes e a pessoas especiais do lado deles agora eu vejo uma luz no fim do túnel – Ela disse.
Ela saiu sem me dar chance de fazer nenhuma outra pergunta, mas uma coisa ficou clara pra mim, seja lá qual fosse o plano dela eu fazia parte, eu tirei a fantasia do Tiago de dentro da bolsa ela ainda estava suja de sangue o sangue do meu amigo, meu coração disparou numa mistura de fúria e culpa, eu sabia que não ia adiantar fugir, não se pode fugir do destino e meu destino parecia esta me chamando, e quando o destino chama, não importa o quanto você lute contra ele e negue você acaba aceitando eu sabia o que tinha que fazer, e eu estava pronto pra faze-lo, agora eu sou Black Sparrow.
Obrigado pelos comentarios Aninha, alem de vc esse blog só tem uns 7 ou 8 leitores.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
A Escuridão e O Amanhecer Capitulo 6
CAPITULO 6: QUANTO MAIS ALTO MAIOR A QUEDA – TIAGO
Parecia que esta no alto daquele prédio de treze andares tornava o frio ainda mais fácil de sentir, a todo o momento eu era tomado por aquela sensação de frio percorrendo minha espinha, o café não estava ajudando já havia tomado metade da garrafa e ainda estava morrendo de frio e sono, o radio ao meu lado estava sintonizado na freqüência da policia pensei que teria dificuldade pra conseguir, mas foi ate bem fácil apesar de só funcionar num raio de 20 kilomêtros se a viatura da policia estivesse mais distante do que isso eu não saberia se estava ou não ocorrendo algum crime, o que é bem provável se levar em conta às estáticas, por mais que eu lutasse o sono estava vencendo, acho que não fará mal se eu descansar só alguns minutos, é só uma da manha acho que dormirei ate as duas e recuperarei minhas forças, me deitei ali mesmo o chão duro me fez pensar que da próxima vez um colchonete cairia muito bem, mesmo assim eu apaguei em menos de 10 minutos, nos quadrinhos as coisas parecem tão mais agitadas, que seja quem sabe amanha não seja melhor.
Despertei quando os primeiros raios de sol bateram em meu rosto, eram quase seis horas dormi quatro horas a mais do que planejado, me sentei me sentindo um pouco decepcionado comigo mesmo, que droga de herói sou eu e se alguém tivesse precisado de mim enquanto eu estava dormindo, talvez o Gabriel estivesse certo e isso tudo fosse uma grande besteira me levantei e me debrucei no parapeito podia ver claramente o ir e vir das pessoas dês de que descobri esses poderes minha visão melhorou muito imaginei se alguma daquelas pessoas era igual a mim ou se alguma delas fazia idéia que existiam pessoas como eu e o Gabriel tirei minha fantasia e levantei vôo em direção a minha casa fiquei acima das nuvens para que ninguém me visse, entrei pela janela do meu quarto, minha cama estava arrumada o que provavelmente não aconteceria se eu não estivesse em casa uma vez quando minha mãe ainda se importava com as coisas ela dizia que se um furacão passasse pelo meu quarto faria menos bagunça do que a que. Eu fazia curiosamente quando ela parou de reclamar eu passei a arrumar meu quarto, sempre na esperança de que ela notasse, mas nunca notou ou se notou nunca comentou.
Deitei-me ainda precisava descansar um pouco, mas não adormeci fiquei ali, olhando o ventilador de teto girar lentamente, e acabei adormecendo acordei já era mais de meio-dia, mas um dia de aula perdida, agora sei por que o Peter Parker passou a ter tantos problemas depois de ter vestido a roupa de homem-aranha.
Meu estomago roncava me avisando que eu precisava imediatamente de comida, desci para o andar de baixo e encontrei minha mãe na sala ela parecia sóbria algo raro nos últimos tempos.
Sabrina: - matou aula de novo – Ela disse sem parecer realmente se importar.
Tiago: - Todo mundo sabe que as coisas só começam mesmo depois do carnaval. – Eu Disse.
Sabrina: - Eu sempre dizia isso quando era mais nova – Ela disse.
Tiago: - Foi à senhora que me disse isso – Eu disse.
Sabrina: - Manda um abraço pra mãe do Gabriel.
Tiago: - Eu não vou lá hoje – Eu disse num tom normal.
Sabrina: - Diz pra ela aparecer – Ela disse provando que não estava prestando atenção no que eu tinha dito – Pode deixar mãe – Eu disse enquanto caminhava pra cozinha.
Sentei-me à mesa e comi a comida que a nossa empregada havia feito, queria que ela estivesse aqui nesse momento só assim teria alguém pra conversar.
Comecei a praticar golpes no jardim da minha casa, eu não tinha muitas habilidades e sabia bem disso se tivesse que entrar numa luta corporal precisaria de muita sorte, fiquei treinado ate o final da tarde ao contrario do que eu disse pra minha mãe eu passei na casa do Gabriel e agente se entendeu, ele é meu melhor amigo sempre foi e sempre será, não havia sentido agente continuar nesse clima ruim, não me orgulho mais agente se abraçou e eu quase chorei, quase, sai voando pela janela dele e fui procurar um ponto estratégico pra esperar que algo aconteça, percebi o quanto esse pensamento era egoísta esperar que algo ruim acontecesse só pra que eu me torne um herói, meu devaneio foi interrompido quando eu avistei uma garota que ia ser atropelada mergulhei como uma águia, acho que eu devia esta a uns 100 km por hora e a tirei da frente do carro um pouco antes de ser tarde de mais, ninguém viu de onde eu sai, mas todos estavam espantados.
Garota: - Obrigada – Ela disse com a voz tremula.
Tiago: - Não precisa agradecer – Eu disse me sentindo o Maximo.
Ela agarrou meu rosto e me deu um beijo parecia ate que ela ia quebrar meu nariz quando ela parou de beijar eu estava sem fôlego.
Tiago: - Moça se houver uma próxima vez, um obrigado basta – Eu disse educadamente.
Ela me deu um tapa na cara e me chamou de bichinha eu sai voando para surpresa de todos, alguns tentaram tirar fotos, sobrevoei a cidade não toda mais boa parte da zona sul, quando cheguei em Copacabana vi uma mulher apanhando de dois jovens cheios de músculos pousei para ajuda-la.
Tiago: - Parem já com isso! - eu disse num tom autoritário.
Eles olharam na minha direção e começaram a rir da minha fantasia dizendo que eu estava alguns dias adiantado para o carnaval, a mulher aproveitou e correu na minha direção ela teve um pouco de dificuldade em chegar pois estava só com um salto.
Tiago: - Não tema senhora – Eu disse tentando acalma-la.
Quando ela chegou perto eu notei que não era uma mulher e sim um travesti, ele me abraçou agradecendo eu me livrei educadamente.
- Agora você vai apanhar no lugar dele – disse um dos rapazes,
Não sei qual, pois logo depois eu levei um soco que me fez ir ao chão estava totalmente zonzo, quando me dei conta estava levando um chute na barriga e outro, acertei dois socos em um deles era a primeira vez que eu batia em alguém e nunca pensei que doesse tanto continuei a desferir golpes assim como eles, os meus golpes raramente os atingiam, já os deles me levavam ao chão constantemente, voei de encontro a eles e finalmente causei algum dano a eles, tanto que eles saíram correndo.
Me sentei sentindo meu corpo totalmente dolorido, o sangue escorria pelo meu rosto tenho quase certeza que só estava enxergando de um olho, mas foi a minha primeira luta e eu venci não posso mais ser considerado um Nerd agora eu realmente sou um herói, só gostaria de ter o poder de me recuperar dos ferimentos igual ao Gabriel.
Tirei a fantasia sentia a falta de ar tomar conta dos meus pulmões enquanto me preparava para voar, fui ate o hospital mais perto e fingi desmaiar na entrada pra que eles me atendesse mais rápido, tudo bem eu admito eu desmaie de verdade, só sei que quando acordei estava com minhas costelas enfaixada, nariz quebrado, vários curativos no rosto mais com a alto estima lá em cima, a enfermeira entrou ela sorria.
Enfermeira: - acordou bela adormecida – Ela disse sorrindo.
Tiago: - Há quanto tempo eu estou aqui?
Enfermeira: - Ah umas três horas – Ela disse – Você lembra o que aconteceu com você – Ela perguntou educadamente.
Tiago: - Uns pitboys me agrediram – Eu disse.
Enfermeira: - Você não é o primeiro, tem uma gang de pitboys agredindo homossexuais aqui e nos bairros vizinhos – Ela disse foi quando eu me dei conta que ela estava achando que eu era gay.
Tiago: - Eu não sou gay – eu disse tentando explicar.
Enfermeira: - Você não precisa ter vergonha, se quiser eu aviso a policia – Ela disse muito solicita.
Tiago: - Olha moça eu vi eles batendo numa mulher, que na verdade não era uma mulher era um travesti, mas eu não sabia que era um travesti, ai eu fui ajudar e eles me bateram enquanto ele ou ela seja lá como você chame fugia – Eu disse.
Enfermeira: - Se você tivesse visto que era travestir você não teria ajudado – Ela perguntou surpresa.
Ela tinha razão acho que eu não teria ajudado, que raio de herói eu sou.
Tiago: - Mais é claro que eu teria ajudado – Eu menti.
Enfermeira: - É que do jeito que você falou.
Tiago: - Me expressei mal me desculpa, agora se me der licença eu vou embora – Eu disse me levantando.
Quando eu consegui sair do hospital já estava amanhecendo, eu estava faminto por sorte havia uma lanchonete 24 horas aberta, entrei carregando minha bolsa com a minha fantasia e minha garrafa térmica tomei um café da manha que foi o suficiente pra acalmar o meu estomago, fiquei imaginando o que eu faria se um bandido entrasse e anunciasse um assalto, foi quando um homem entrou afoito. A adrenalina percorreu meu corpo esperando pelo confronto.
- Incêndio – Ele Gritou desesperado.
Todos que estavam na lanchonete saíram para olhar, eu inclusive caminhei ate o aglomerado de pessoas eles estavam olhando para os andares em chamas, uma mulher que carregava um saco de pão se desesperou ao ver o prédio em chamas e começou a gritar que a filha dela estava lá em cima no décimo andar, os outros a impediram de entrar aproveitei que a eles estavam distraídos com os gritos da mulher voei ate um prédio vizinho e coloquei minha fantasia e voei ate o prédio em chamas.
Entrei quebrando a janela que me causou alguns cortes, o apartamento estava em chamas avistei a garota desmaiada no chão, foi quando minha capa começou a pegar fogo a tirei rapidamente tentei apagar pisando no fogo mais não deu muito certo, corri ate a garota e comecei a fazer respiração boca a boca inclinei a cabeça dela pra trás pra que o ar entrasse nos pulmões, aprendi isso assistindo Lost, ela despertou tossindo, me preparei para sair voando com ela quando o botijão de gás explodiu coloquei meu corpo sobre o dela e fechei os olhos sabendo que era o meu fim, mas me dei conta que nada havia acontecido abri um dos olhos pra me certificar de que ainda estava vivo, foi quando eu o vi parado bem na minha frente, um jovem alto com cabelo na altura dos ombros ele estava com o braço estendido, logo percebi que ele tinha parado a explosão, olhei para trás e vi aquela onde de fogo parada a poucos centímetros de mim.
Tiago: - Quem é você? – Eu perguntei
André: - Meu nome é André – Ele disse.
Tiago: - Você tem o poder de parar as coisas? – Eu perguntei abismado.
André: - Eu controlo o fogo somente – Ele disse.
Tiago: - Por que você esta aqui? – Eu perguntei.
André: - Alem de esta salvando sua vida, estava passando quando escutei a mulher lá embaixo gritando desesperada – Ele disse.
Tiago: - Então existem outros – Eu disse feliz.
André: - Não faz idéia de quantos - Ele disse.
Tiago: - Isso é incrível, por que eles não aparecem – Eu perguntei.
André: - É mais seguro pra eles, e alguns tem poderes muito inúteis.
Tiago: - Poderes não são inúteis são dádivas – Eu disse.
André: - Conheci uma jovem que seu único dom era ver como as pessoas vão morrer, não creio que isso seja um dom e sim uma maldição – Ele disse com uma voz triste.
Tiago: - Ela te disse como você vai morrer? – Eu perguntei curioso.
André: - Isso não é da sua conta – Ele disse de forma seca – Agora não perca mais tempo e sai já daqui, e faça um favor a si mesmo, pare de andar por ai demonstrando seus poderes – Ele concluiu.
Tiago: - Por que? – Eu perguntei.
André: - Só faça o que estou dizendo – Ele disse irritado.
Tomei a garota em meus braços e sai voando pela mesma janela que eu entrei cerca de 10 segundos depois aconteceu à explosão estilhaçado os vidros ainda intactos das janelas, fui descendo em meio à multidão que abriram espaço para que eu pousasse, pessoas estavam gravando com seus celulares, a expressão no rosto deles era de incredulidade, a mãe da menina correu para abraça-la, me senti muito bem apesar da dor que os cortes estavam me causando, um garoto perguntou qual é o seu nome.
Tiago: - Eu sou Black Sparrow - Eu disse e me preparei para voar quando uma mulher perguntou o que significava Black Sparrow.
Tiago: - Quer dizer pardal negro – Eu respondi e sai voando antes que eles fizessem mais perguntas fui ate o prédio onde eu havia colocado a fantasia e coloquei minha roupa de volta, e voei ate outro hospital onde uma enfermeira fez a assepsia dos ferimentos ele notou os ferimentos anteriores.
Enfermeira: - Deve ter tido uma noite difícil –Ela disse tentando obter informações.
Tiago: - Você nem faz idéia – Eu disse cada vez que ela limpava os ferimento sentia uma grande dor, quando ela terminou, eu estava me sentindo um trapo por causa dos ferimentos, mas me sentindo o Maximo por causa dos meus feitos, peguei um ônibus ate a minha casa estava cansado demais para voar, ao entrar em casa vi minha mãe dormindo no sofá ao lado de uma garrafa vazia, ela nunca mais foi a mesma depois que o meu pai morreu, subi para o meu quarto sem fazer barulho, me joguei na cama e dormi quase que imediatamente.
Acordei algumas horas depois quando meu celular tocou, meus olhos queriam se manter fechado, mas com o toque insistente eu desisti e atendi ao telefone era o Gabriel.
Gabriel: - Parabéns Herói – Ele disse pude perceber que ele estava sorrindo.
Tiago: - Eu estou quebrado, e não é exagero cara – Eu disse.
Gabriel: - Você salvou uma garotinha como se sente – Ele perguntou.
Tiago: - Sobre isso eu me sinto ótimo, mas as dores estão me matando – Eu respondi.
Gabriel: - Você se queimou? – Ele perguntou.
Tiago: - Eu salvei três pessoas, enquanto eu salvava uma delas eu fui surrado – Eu admiti.
Gabriel: - você deve esta exausto – Ele falou.
Tiago: - Estou mesmo, queria ter seu poder de se regenerar – Eu disse.
Gabriel: - Você está famoso cara, esta em todos os telejornais e no youtube – Ele disse – Vou deixar você descansar, afinal você tem que combater o crime.
Tiago: - Hoje eu não vou combater nada, só vou dormir – Eu disse.
Ele se despediu e desligou o telefone, me sentei na cama e senti uma forte pontada de dor nas minhas costelas, me levantei com certa dificuldade e fui ate o banheiro do quarto da minha mãe abri o armário e lá tinha uma infinidade de remédios de antidepressivos a remédio para emagrecer peguei dois comprimidos de um remédio para dor e tomei, voltei para meu quarto me deitei cuidadosamente e voltei a dormi.
Quando me levantei já era noite, pensei em fazer uma nova capa, mas resolvi ir ate a casa do Gabriel, sabia que ele ia ficar assustado com os meus ferimentos, sai pela minha janela e voei lentamente ate a casa dele a vizinhança parecia tão tranqüila, a janela do quarto dele estava aberta eu entrei sem bater ele se assustou e caiu da cadeira do computador.
Gabriel: - Cara você devia bater – Ele disse assustado, eu não entendo como um homem indestrutível pode ter medo de alguma coisa.
Tiago: - Me desculpa – Eu disse.
Ele notou meus ferimentos e se aproximou, pra ver mais de perto.
Gabriel: - Cara – Foi tudo que ele disse antes das palavras lhe faltar.
Tiago: - Não é tão ruim assim – Eu disse tentando acalma-lo.
Gabriel: - Como não olha pra você – ele disse alterado.
Tiago: - Calma ai Gabriel, eu to bem só um pouco machucado – Eu disse.
Gabriel: - Não você ta muito machucado – Ele cuspiu as palavras.
Tiago: - Eu sempre soube que ferimentos iam acontecer, estou disposto a suporta-los. – Eu Disse.
Gabriel: - Isso vai acabar te matando cara – Ele disse – Você não pode continuar com isso.
Tiago: - Eu preciso – Eu disse.
Gabriel: - Você não precisa não, você ta fazendo isso por que quer – Ele disse – Por que acha que é o certo – Ele concluiu.
Tiago: - Exato, é o certo – Eu falei.
Gabriel: - O certo vai acabar te matando – Ele disse de uma forma que me deixou assustado.
Tiago: - Você não entende - Eu Disse – As pessoas precisam de mim.
Gabriel: - As pessoas sempre se viraram sem você – Ele argumentou.
Tiago: - Você realmente não entende – Eu disse antes que ele me cortasse.
Gabriel: - Parece que é você que não está entendendo o quanto isso é perigoso – Ele gritou.
Tiago: - Olha pra mim Gabriel – Eu disse – Eu sei exatamente como isso é perigoso, mas agora sempre que uma pessoa estiver em perigo, seja criança, mulher, homem ou ate mesmo um travesti eles vão olhar para o céu esperando que eu venha ajuda-los – Eu conclui.
Gabriel: - Você não pode esta em todos os lugares ao mesmo tempo, você não é Deus –Ele disse.
Tiago: - Mais eu posso tentar esta no Maximo de lugares onde precisarem de mim – Eu disse.
Ele desistiu de argumentar, veio ate mim e me deu um abraço, conheço o Gabriel desde que éramos crianças e essa foi a primeira vez que ele agia dessa forma ele sempre foi tão distante, tão frio.
Gabriel: - As pessoas vão acabar achando que agente é Gay – Ele disse tentando fazer piada.
Tiago: - Se já não estiverem – Eu disse.
Ele me largou, pude ver que ele estava se sentindo envergonhado por ter demonstrado pela primeira seus sentimentos.
Gabriel: - Cuidado Black Sparrow – Ele disse.
Tiago: - A gente se vê cara – Eu respondi.
Sai voando do quarto dele e voltei para minha casa, tomei mais dois comprimidos para dor e fui descansar, amanha iria a aula e a noite combateria o crime, me dei conta que esqueci de dizer ao Gabriel sobre o André acho que ele ficaria feliz em saber que nós não somos os únicos, amanha na escola eu conto a ele, esses remédios pra dor dão um sono terrível, antes de dormir assisti um pouco de televisão onde estavam falando sobre mim, depois fui para o computador assistir meus vídeos no Youtube era incrível mais um deles já estava chegando a um milhão de visualizações, nos comentários algumas pessoas estavam achando que tudo não passava de armação, outras estavam empolgadas, tinha comentários em chinês, russo, alemão e outras línguas esquisitas e indecifráveis pelo menos pra mim era ótimo saber que tantas pessoas estavam felizes, mais um comentário me chamou a atenção e mostrou pra mim mesmo que eu estava certo foi de uma garota estava escrito: AGORA JÁ SABEMOS A QUEM CHAMAR QUANDO ESTIVERMOS EM PERIGO.
Aquilo me fez dormir feliz, quando acordei e olhei para o meu celular para ver as horas percebi que já eram onze horas da manha, como eu podia ter dormindo tanto acho que esses remédios estão me deixando meio chapado, achei melhor sair com algum tipo de arma, peguei uma barra de ferro que estava na garagem junto com um monte de sucata que já deveria ter ido pro lixo a muito tempo, comecei a manusear a barra no jardim simulando golpes ela era pesada tinha que tomar cuidado pra não acertar ninguém na cabeça com ela, pois ia acabar matando, voltei a garagem pra pegar umas tintas e pintar a barra como eu não achei preto eu pintei de azul ficou bem legal.
Já era noite quando eu vesti minha fantasia e sai voando pela janela do meu quarto, se alguém olhasse o Maximo que conseguiriam ver era um vulto preto passando a mais de 100 km por hora pensei em ir ate a casa do Gabriel mais apesar da nossa conversa de ontem tenho certeza que ele ainda tentaria me convencer a desistir o que devo admitir era algo tentador.
Pousei em cima de um prédio numa área onde segundo estatísticas acontecem muitos assaltos, fiquei lá por cerca de duas horas e nada nem um assalto, apenas pessoas que passavam tranqüilas saindo do trabalho e indo para suas casas, apesar da monotonia eu não estava decepciona igual eu fiquei no primeiro dia, de certa forma eu estava ate aliviado, mas meu alivio não durou muito, um carro em alta velocidade passou desviando perigosamente dos carros, inclusive subindo na calçada, voei imediatamente o ultrapassei e tirei um casal que estava na calçada, depois voei atrás do carro ao alcança-lo cheguei do lado do motorista e gritei para que ele parasse, ele sacou uma arma e disparou, eu conseguiu desviar por pouco estava sobrevoando o carro o acompanhando para não perder os bandidos de vista meu coração estava acelerado, minhas pernas um pouco tremulas, o bandido que estava no banco do carona, colocou parte do seu corpo para o lado de fora do carro e começou a atirar em mim voei um pouco para o lado mais ele continuou atirando.
Foi quando eu senti um impacto de repente tudo ficou escuro e a ultima coisa que eu me lembro foi a queda, eu estava a uns 50 metros do chão vai ser uma queda e tanto como dizem quando maior a altura maior é a queda.
sábado, 13 de agosto de 2011
Sangue De Maria: Parte 2
INT.Casa De Jaqueline- Quarto- Noite
Jaqueline esta na Internet, pesquisando sobre a lenda da Loira do Banheiro.
Jaqueline
O que estou fazendo? Isso é tão ridículo.
Ela acha um site que fala da lenda.
Jaqueline(V.O.)
Reza a lenda que uma garota que matava aula e ficava no banheiro, um dia escorregou no chão molhado e bateu de cabeça.
Jaqueline desliga o computador.
Jaqueline
Isso é tudo besteira, besteira!
Jaqueline sai do quarto.
INT.Casa De Jaqueline- Banheiro- Noite
Jaqueline entra no banheiro, ao passar em frente ao espelho ela vê o reflexo de uma garota loira, com o cabelo caído no rosto, Jaqueline olha de novo, mas a garota sumiu, ela sai correndo do banheiro.
INT.Casa De Jaqueline- Corredor- Noite
Ao sair do banheiro Jaqueline esbarra em sua mãe.
Jordana
O que houve Jaqueline?
Jaqueline
Nada mãe!
Jaqueline entra no seu quarto.
INT.Casa De Jaqueline- Quarto De Jordana- Noite
Mario esta deitado, Jordana entra.
Mario
O que foi amor.
Jordana
A Jaqueline esta agindo de forma estranha.
Mario
Eu disse que não era uma boa idéia ela voltar a estudar agora.
Jordana
Ela me pareceu tão bem...Achei que não teria problema.
Mario
Talvez fosse bom levarmos ela a outro psicólogo.
Jordana
Ela não vai querer ir.
Mario
Vamos tentar explicar que é para o bem dela.
Jordana
Tenho medo que ela esteja enlouquecendo.
Mario
Nossa filha não é louca...Só que ela passou por um trauma muito grande, talvez precise de mais tempo.
Jordana
Espero que você esteja certo.
CORTA PARA:
EXT.Colégio- Pátio- Dia
Jaqueline esta sentada ao lado de Bianca.
Bianca
Você esta com uma aparência péssima.
Jaqueline
Não consegui pregar os olhos essa noite.
Bianca
Porque?
Jaqueline
Os barulhos...Dos carros, dos vizinhos, do miado de um gato, do latido dos cachorros...Te de um pingo de água.
Bianca
Você tem um sono leve heim?
Jaqueline
A garota que morreu no banheiro...Qual é o sobrenome dela?
Bianca
Não sei...Só sei que o nome dela é Maria.
Jaqueline balança a cabeça de forma negativa.
Jaqueline
Isso não ajuda muito.
Bianca
Você deve achar o sobrenome dela nos arquivos.
Jaqueline
E onde ficam os arquivos?
Bianca
Na sala do diretor.
Jaqueline
Então vou entrar lá, e pegar os arquivos.
Bianca
Não acho que você vá conseguir fazer isso.
Jaqueline
Vou pensar em algo...Alias em qual ano ela morreu?
Bianca
2002!
Jaqueline
Obrigada!
CORTA PARA:
INT.Colégio- Sala De Aula- Dia
A professora esta dando aula de matemática, esta falando sobre cálculos de 2° grau, Jaqueline esta sentada ao lado de Bianca.
Jaqueline
Bianca!
Bianca
Oi!
Jaqueline
Me desculpa!
Bianca
O quê?
Jaqueline acerta um soco em Bianca, que cai da cadeira, a professora vê.
Professora#1
Jaqueline! Por que você fez isso?
Jaqueline
Por que eu quis!
Os outros alunos estão olhando surpresos.
Professora#1
Bianca você esta bem?
Bianca
Estou!
Jaqueline
Se quiser eu te bato de novo.
Professora#1
Você Jaqueline me acompanhe ate a sala do diretor.
Jaqueline
Vamos!
INT.Colégio- Sala do diretor- Dia
Jaqueline e a professora estão na sala do diretor.
Professora#1
Tenho que voltar para a sala de aula, nem pense em sair daqui.
Jaqueline
Isso nem passou pela minha cabeça.
Professora#1
Melhor mesmo...O diretor já deve esta vindo.
Professora#1: Sai De Cena
Jaqueline olha para a porta e se levanta, ela vai ate o armário mas só tem as fichas atuais, ela olha para o computador e o liga, ela entra na pasta do ano de 2002, e procura por alunas chamadas Maria, ela vai passando pelas as alunas mais nenhuma é loira, Jaqueline olha constantemente na direção da porta.
Jaqueline
Cadê você?
Jaqueline acha a ficha de uma garota loira com um pingente no pescoço, ela lê na ficha que Maria esteve varias vezes na sala do diretor num curto espaço de tempo, por matar aulas no banheiro e fumar nos corredores.
Paulo(O.S.)
Ela esta na minha sala?
Secretaria(O.S.)
Sim senhor!
Jaqueline
Droga!
Jaqueline escreve o endereço da garota e o nome da mãe dela, desliga o computador e senta do outro lado da mesa.
Paulo: Entra Em Cena
Paulo senta diante de Jaqueline.
Paulo
Olá!
Jaqueline
Olá!
Paulo
Então Jaqueline, o que houve?
Jaqueline
Não te contaram?
Paulo
Me contaram que você agrediu uma colega de turma sem nenhum motivo.
Jaqueline
Então você sabe o que houve.
Paulo
Teve algum motivo especial para você agredi-la?
Jaqueline
Claro! Ela estava me enchendo o saco, isso é motivo suficiente para você?
Paulo
Não, não é!
Jaqueline
Imaginei que não seria.
Paulo
Você só esta aqui há quatro dias e já arrumou encrenca.
Jaqueline
Pense pelo lado bom...foram três dias sem confusão.
Paulo
Esse seu jeito debochado me lembra muito uma menina que estudava aqui.
Jaqueline
Não sou debochada.
Paulo
Fiquei sabendo do incidente que ocorreu no ultimo colégio que você estudava.
A expressão no rosto de Jaqueline muda completamente.
Paulo(Cont`D)
Levando em conta isso, não contarei para seus pais esse pequeno incidente de hoje.
Jaqueline
Obrigada.
Eles ficam se olhando, ela nota um que ele usa um cordão bastante fino no pescoço.
Jaqueline
Geralmente quem usa esse tipo de cordão é mulher.
Paulo
Não entendi!
Jaqueline
Esse cordão que você tem no pescoço geralmente só mulheres usa um tão fino.
Paulo coloca a mão no cordão sem tirá-lo de dentro da camisa.
Paulo(Sorrindo)
E os gays!
Jaqueline levanta.
Jaqueline
Acho que você não se encaixa em nenhum dos dois tipos.
Eles permanecem se olhando.
Paulo
Pode voltar para sua sala.
Jaqueline
Obrigada!
Jaqueline: Sai De Cena
Paulo se levanta e olha para o pátio da escola.
A Escuridão E O Amanhecer Capitulo 5
CAPITULO 5 : SONHOS - GABRIEL
Depois que o Tiago saiu voando eu fui para minha cama, minha mente estava mil por hora, os pensamentos não paravam de passar tanto que eu não conseguia fechar os olhos e pegar no sono, ate o mínimo ruído fazia meu corpo reagir, o que foi bem estranho, pois eu podia jurar que ouvi o cricar de um grilo no jardim, ventava um pouco e o vento frio entrava pela janela entreaberta, mas eu não sentia frio talvez seja por causa do poder de se regenerar, tive vontade de me levantar e ir atrás do Tiago pra ter certeza que ele não se metesse em nenhuma encrenca com essa coisa de super-herói, mas eu acabei adormecendo o estranho era que eu não estava com sono.
Mais uma vez eu sonhei com ela, parecia que estávamos em outra época, outro século, pelas nossas roupas eu diria que estávamos no século 19, era incrível como mesmo em sonho sua beleza tão normal me fascinava, ela estava sentada num jardim de rosas, eu me sentei ao lado dela, o cheiro das varias espécies de rosas se misturavam criando um odor inebriante, a boca dela se mexia mais eu não conseguia compreender o que ela dizia, foi quando surgiu um garoto ele devia ter a mesma idade do que eu, mas era mais alto e mais forte ela se levantou e o abraçou, depois ele a beijou olhou para mim com um sorriso no canto da boca como se vangloriando eu parti para cima dele e lhe atingi com um poderoso soco que o fez voar longe e corri ate onde ele havia caído, e ele se levantou sem nenhum arranhão, tanto ele quanto eu nós preparamos para deferir um soco quando ela gritou.
Alice: - Não faça isso eu o Amo – Ela gritou desesperada.
Nós dois paramos, mas acho que nenhum de nós sabia exatamente com quem ela estava falando, olhei por um instante nos olhos dele, olhos tão negros como a noite o seu rosto me pareceu tão familiar, eu tinha certeza de que já o havia visto, ela correu em nossa direção foi quando eu acordei os primeiros raios de sol entrava pela janela, me sentei na cama que rangeu um pouco peguei meu celular mais não havia nenhuma ligação perdida nem mensagem do Tiago, pensei em ligar para ele, mas achei que ainda era muito cedo um vigilante noturno ainda deve esta dormindo eu pensei num tom meio irônico eu admito, mas logo depois veio aquele aperto no coração, eu precisava ter certeza que ele estava bem, eu precisava ouvir a voz dele, nossa como isso soou gay.
Disquei o numero do telefone do celular dele, e esperei a ligação ser completada foram oito tocos pensei em desligar, mas ele atendeu.
Tiago: - Alô – Ele disse com a voz de quem acabou de acordar, senti um alivio enorme no peito.
Gabriel: - Só queria saber se você estava bem – Eu disse.
Tiago: - Estou ótimo – Ele respondeu me pareceu que ele estava tentando se manter acordado.
Gabriel: - Vai pro colégio hoje? – Eu perguntei
Tiago: - Não sei – Ele respondeu parecendo um pouco irritado.
Gabriel: - Você ta perdendo muita aula – Eu disse tentando manter o assunto.
Tiago: - Todo mundo sabe que as aulas só começam mesmo depois do carnaval – Ele disse meio irritado.
Gabriel: - Desculpa cara, só queria saber se você estava bem – eu disse me preparando para desligar o telefone.
Tiago: - Estou bem – Ele disse e desligou o telefone.
Fiquei com celular em minha mão pensando que agora eu estava sozinho, sem meu melhor amigo sem meu único amigo, deveria ter feito mais amigos com o decorrer da minha vida, talvez não estivesse me sentindo tão sozinho agora, e nem adianta pensar em suicídio outra vez já que agora isso é impossível.
Encontrei com minha mãe no caminho para a cozinha, ela notou imediatamente que havia algo errado.
Carla: - O que houve – Ela perguntou.
Gabriel: - Nada – Eu disse me afastando.
Carla: - Você acha mesmo que pode mentir pra mim Gabriel – Ela disse de forma seria e continuou – Eu te conheço muito bem garoto – Ela concluiu.
Gabriel: - Já disse mãe... - Ela não me deixou terminar
Carla: - Você brigou com o Tiago – Ela perguntou.
É incrível como uma mãe de verdade sempre percebe quando a alguma coisa errada com seu filho, e geralmente elas acertam o motivo.
Gabriel: -Brigamos – Eu disse
Carla: - eu sabia, quando eu tinha a sua idade sempre que eu brigava com meu namorado eu ficava assim – Ela disse.
Gabriel: - O que você ta falando o Tiago não é meu namorado – Eu disse irritado.
Carla: - Eu sei eu me expressei mal...
Gabriel: - Muito mal – Eu a interrompi.
Carla: - Tudo bem me desculpa, o que eu quero dizer é que geralmente a briga era por motivos tão bobos que quando agente voltava eu me sentia uma idiota – Ela disse.
Gabriel: - Não fui eu que briguei foi ele – Eu expliquei.
Carla: - Por que: - Ela perguntou.
Ela ficou me olhando esperando uma resposta. Imaginei como ela reagiria se eu dissesse o real motivo da nossa briga.
Gabriel: - Não foi nada de mais, vou tentar falar com ele hoje – Eu disse esperando que ela acreditasse afinal eu não acreditei em uma palavra do que eu disse.
Carla: - Conversem é a melhor maneira de resolver as coisas – Ela disse, eu assenti com a cabeça.
Gabriel: - Estou indo não quero me atrasar – Eu disse.
Eu tinha quinze minutos para chegar no colégio peguei o ônibus e fui em pé a curta viagem, ao chegar na escola me sentei num banco esperando o sinal tocar, repensei minha vida e vi o quanto ela foi sem graça tirando o fato de ter salvado aquela mulher e suas filhas eu não fiz nada do que eu possa me orgulhar, é uma sensação horrível saber que você não fez nada, meu olhar ficou perdido parecia que não havia ninguém a minha volta, foi quando ele se aproximou.
Samuel se sentou ao meu lado, ele parecia olhar para o portão de entrada como se esperasse por algo, ele bateu sua bengala no chão o som que fez incomodou meus tímpanos de uma forma fora do normal.
Gabriel: - Você esta esperando alguma coisa? – Eu perguntei.
Samuel: - Não – Ele disse – mais você parece esta - Ele concluiu com um sorriso gentil.
Gabriel: - Não estou – Eu disse.
Samuel: - Não preciso dos meus olhos pra sentir que algo esta te afligindo – Ele disse com um tom sábio.
Gabriel: - Como você pode ter tanta certeza – Eu perguntei.
Samuel: - Eu posso ouvir seu coração bater, e ele esta descompassado – Ele disse.
Gabriel: - Seus outros sentidos ficaram mais aguçados – Eu perguntei.
Samuel: - Mais ou menos – Ele disse abaixando a cabeça e bateu outra vez a ponta de sua bengala no chão, foi como se uma onda de sons se formasse em minha cabeça, eu nem precisei olhar para trás para saber que o Matias estava um pouco mais atrás encostado numa arvore que fazia sombra sobre ele.
Samuel: - O que foi – Ele perguntou curioso.
Gabriel: - Nada – Eu respondi tentando entender o que havia acontecido.
Samuel: - a julgar pela forma que seu coração esta batendo, eu diria que algo lhe assustou – Ele disse.
Gabriel: - Está enganado – Eu disse.
Ele se preparou para bater a ponta de sua bengala no chão mais uma vez no chão, mas eu impedi que ele batesse.
Gabriel: - Por favor, não – Eu pedi, ele sorriu e assentiu com a cabeça.
Ele se levantou para ir embora, mas parou por um instante e respirou fundo como se procurasse algum cheiro.
Samuel: - Acho que temos gente nova – Ele disse sorrindo.
Eu olhei em direção ao portão e lá estava ela tão linda como nos meus sonhos, pelo menos aos meus olhos ela é linda, ela ficou parada enquanto todos olhavam aquela estranha num mundo novo, ela finalmente olhou para mim eu a fitei com uma cara de louco apaixonado, acho que a assustei, pois ela virou o rosto.
Samuel: - Acho que você achou o que o estava afligindo Ele disse com aquele sorriso sábio.
Gabriel: - Não sei do que você esta falando Samuel – Eu disse num tom irritado.
Samuel: - Eu sei exatamente como bate um coração apaixonado, também sei todas as loucuras que um homem apaixonado pode fazer – Ele disse de forma enigmática.
O tempo que eu levei prestando a atenção no que ele dizia, eu perdi ela de vista, Samuel bateu sua bengala outra vez no chão aquela onda veio de novo a minha mente, mas dessa vez foi mais confuso acho que por causa de tantas pessoas falando ao mesmo tempo.
Samuel: - Agente se vê Gabriel, pelo menos você me vê – Ele disse.
Gabriel: - Claro – Eu respondi.
O Sinal tocou anunciando que era hora de todos se dirigirem para suas salas, caminhei pelo pátio buscando por ela, mas ela não estava ali fui um dos primeiros a entrar na sala de aula, e lá estava ela sentada de cabeça baixa seus cabelos caiam sobre seu rosto, não consegui desviar meus olhos dela, por que eu a acho tão perfeita, será que é isso que chamam de amor a primeira vista, fiquei tão distraído que acabei troçando numa das carteiras, todos que estavam na sala olharam para mim, mas ela olhou só por um instante, tive vontade de me sentar ao lado dela, mas também tive medo devo ser a pessoa mais poderosa do planeta e estou com medo de me sentar ao lado de uma garota, quando finalmente consegui desviar meu olhar dela pude perceber que Isabel estava me olhando.
Quando o professor entrou, ele a convidou para ir a frente da sala se apresentar, ela estava visivelmente encabulada, qual é seu nome o professor perguntou a ela.
Alice: - Meu nome é Alice Velásquez, acabei de me mudar para essa cidade é isso – Ela disse com sua voz de anjo.
Matias: - Seja bem vinda – Matias disse com sua habitual simpatia, droga como eu queria ser igual ter essa capacidade de falar com as pessoas.
Alice: - Obrigada! - Alice disse voltando para seu lugar.
Na hora da saída ALice foi uma das primeiras a sair da sala, quando eu cheguei no portão ela estava indo embora com a sua mãe.
Matias: - Ela é bonitinha não acha – Ele perguntou.
Gabriel: - Depende do gosto – Eu respondi tentando me manter neutro.
Matias: - Eu vi você olhar para ela, Aquele é o olhar de um homem que esta olhando para a mulher mais linda do mundo, acredite eu sei como é – Ele disse claramente se referindo ao amor que ele sente pela Isabel.
Gabriel: - Vou pra casa eu disse me afastando.
Matias: - Amanha ela estará aqui, não se preocupe – Ele disse sorrindo.
Caminhei pela rua próxima a escola o ir e vir dos carros causava um som ensurdecedor tanto que eu não consegui escutar que a poucos metros atrás de mim Isabel estava chamando o meu nome, só me dei conta quando ela tocou em mim, girei meu corpo pra olhar pra ela e notei sua expressão de surpresa, ela olhava para sua mão a mesma que havia me tocado.
Gabriel: - O que foi? – Eu perguntei intrigado.
Isabel: - Não é nada – Ela respondeu com um leve sorriso.
Gabriel: - Ah... Ta – Eu respondi meio envergonhado, não que eu tivesse interesse nela, mas a beleza dela era algo indiscutível.
Isabel: - Você gostaria de ir tomar alguma coisa. – Ela perguntou.
Gabriel: - Eu não sei – Eu disse.
Isabel: - É muito simples, é só dizer sim ou não – Ela disse com uma expressão indecifrável.
Eu pensei um pouco, ao mesmo tempo em que eu queria dizer sim, eu ficava pensando no Matias eu sabia que ele gostava dela e por mais que ele não possa ser considerado meu amigo, ele é uma boa pessoa e desde quando o Tiago se afastou ele tem sido o mais próximo de um amigo.
Gabriel: - Tudo bem – Eu disse finalmente.
Isabel: - Vamos – ela Disse com um sorriso no rosto.
Caminhamos ate uma lanchonete perto da escola, ela parecia feliz enquanto comíamos, mas não tenho certeza se era pela minha presença.
Isabel: - Tem acontecido tanta coisa na minha vida ultimamente – Ela disse.
Gabriel: - Na minha também – Eu disse.
Isabel: - Acho que não se compara com os últimos meses da minha vida. – Ela disse.
Pensei por um momento sobre a afirmação dela, se eu contasse que eu sou indestrutível e tenho super força e que o Tiago pode voar, pensei em como ela reagiria, percebi que ela estava me encarando e colocou sua mão direita sobre a minha, ela parecia procurar alguma coisa, ela parecia sentir uma mistura de decepção e alivio, como se estivesse livre de uma maldição.
Isabel: - Vai passar o carnaval aqui –Ela perguntou.
Gabriel: - Aqui na lanchonete – Eu perguntei e me senti um idiota.
Isabel: - Não seu bobo, aqui na cidade – Ela disse com um sorriso no rosto.
Gabriel: - Provavelmente – Eu respondi.
Isabel: - Eu também – Ela disse e me olhou como se esperasse algumas palavras vindas de mim.
Gabriel: - Notei que você não tem andando com seus antigos amigos – Eu disse.
Ela abaixou a cabeça antes de pegar uma batata frita e comer, notei que por algum motivo aquele assunto a deixava incomodada, pensei em retirar a pergunta mais antes disso ela tornou a olhar para mim e sorriu timidamente.
Isabel: - Eu pensei que eles gostassem de mim – Ela disse.
Gabriel: - E não gostam? – Eu perguntei.
Isabel: - Não – Ela fez uma pausa e olhou para os lados e continuou – Eles eram falsos, tinham invejam, falavam mal de mim quando eu não estava por perto – Ela disse com grande tristeza.
Gabriel: - Alguém te falou alguma coisa – Eu perguntei.
Isabel: - Não foi preciso, eu vi, cada palavra, cada sorriso de deboche, você não faz idéia de como isso dói, de como dói se sentir traída. – Ela disse com lagrimas nos olhos.
Gabriel: - Eu lamento – Eu disse.
Isabel: - Você lamenta? Você não faz idéia de como eu estou me sentindo, se o problema fosse só eles –Ela disse abaixando a cabeça.
Gabriel: - Se serve de consolo, tem alguém que você pode sempre confiar – Eu disse.
Isabel: - Quem, você – Ela perguntou.
Gabriel: - Não, o Matias – Eu respondi.
Ela sorriu e respirou fundo como se buscasse as palavras certas, pude notar pelo olhar dela que ela já sabia sobre o que eu me referia.
Isabel: - Eu sei que ele gosta de mim – Ela disse.
Gabriel: - Toda a escola sabe – Eu disse.
Isabel: - Ele é uma pessoa maravilhosa, talvez a melhor pessoa que estude naquela escola, mas eu não gosto dele da mesma forma que ele gosta de mim – Ela disse.
Gabriel: - Eu entendo – Eu disse.
Isabel: - Mesmo por que, eu gosto de outra pessoa – Ela disse me olhando diretamente nos olhos, o que me deixou encabulado, segundo o Tiago a Isabel me lançava os mesmos olhares que o Matias lançava para ela, eu nunca levei ele a serio, mas no fundo eu sabia que ele podia está certo, agora eu tenho certeza.
Ela notou o quanto eu fiquei encabulado, e tentou contornar a sotuação.
Isabel: - Me desculpe, eu não devia ficar te dizendo essas coisas te deixando encabulado – Ela disse.
Gabriel: - Imagine, eu não fiquei tão encabulado assim – Eu menti.
Isabel: - Eu queria que agente fosse amigo você não me parece ser falso – Ela disse.
Gabriel: - Claro, você não é a garota fútil que eu imaginei – Eu disse.
Isabel: - Você me achava Fútil? – Ela perguntou surpresa.
Gabriel: - Me desculpe eu não quis ofender – Eu tentei me explicar, mas eu desisti ao ver seu olhar triste.
Isabel: - acho que todos devem me achar fútil – Ela disse.
Eu sabia que devia fazer alguma coisa, ela estava pra baixo e eu a coloquei ainda mais pra baixo, quase que instintivamente eu coloquei minha mão sobre a dela o que fez que ela levantasse a cabeça e olhasse pra mim.
Gabriel: - Eu me expressei mal, por favor, me desculpe – Eu disse.
Isabel: - Tudo bem, não é com você que eu estou chateada, e comigo mesma, me desculpa – Ela disse se levantando.
Ela caminhou para a porta eu me levantei e fui atrás dela, algumas pessoas estavam atentas ao que parecia ser uma briga de casal, assim que ela cruzou a porta eu a alcancei e a segurei pela mão, ela olhou pra mim nos encaramos por alguns segundos ela projetou seu rosto em direção ao meu, fiquei sem saber o que fazer, então ela me beijou eu não retribui o beijo, mas ela ficou me beijando por alguns segundos.
Isabel: - Me desculpa – Ela disse se afastando.
Pensei em ir atrás dela, ela não parecia estar bem, mas ao meu ver ir atrás dela poderia piorar as coisas, no momento eu não posso dar a ela o amor que ela quer, não poderia ser o namorado dela estando tão interessado em outra garota, seria errado.
Eram quase dez horas estava assistindo a videoclipe no youtube, quando eu ouvi um tok, tok na janela, me levantei e abri a janela senti o vento frio percorrer o meu corpo, Tiago estava fantasiado de BLACK SPARROW ele entrou e trazia uma garrafa térmica.
Gabriel: - Pra que a garrafa – Eu perguntei.
Tiago: - Essa cidade não é tão perigosa quanto eu pensei – Ele disse se sentando numa cadeira que rangeu como se fosse quebrar e Ele concluiu – Acho que você precisa comprar uma cadeira nova essa aqui parece que ta velha.
Gabriel: - Como foi seu primeiro dia de vigilante noturno? – Eu perguntei de forma irônica.
Tiago: - Não aconteceu nada – Ele disse meio decepcionado.
Gabriel: - Vivem falando que essa cidade é violenta – Eu disse.
Tiago: - Exatamente, eu fiquei sintonizado na radio da policia e nada – Ele disse gesticulando irritado.
Gabriel: - Vai ver hoje você tem mais sorte, talvez tenha algum assalto ou algo do tipo – Eu disse sorrindo.
Ele coçou a cabeça enquanto olhava para o chão, eu sabia que ele queria me dizer alguma coisa, eu conheço ele tempo suficiente pra conhecer todos os seus trejeitos.
Gabriel: - Qual é o problema cara – Eu perguntei
Tiago: - Eu queria te pedir desculpa, pela forma que eu te tratei ultimamente – Ele fez uma pausa eu ia falar mais ele continuou – Eu não tenho o direito de te forçar a fazer nada que você não queira, você é meu melhor amigo, Você é meu irmão – Ele Concluiu.
Agente se abraçou ouvi pela respiração dele que ele estava tentando não chorar, e imaginei como eu explicaria pra minha mãe essa cena eu no meu quarto abraçando um garoto vestido igual a um super herói, dei alguns tapinhas nas costas dele e me afastei.
Tiago: - Desculpa Cara eu sou meio emotivo – Ele disse.
Gabriel: - Eu sei, não é qualquer um que chora vendo senhor dos anéis – Eu disse.
Tiago: - Você prometeu nunca mais falar sobre isso – Ele disse irritado.
Gabriel: - Desculpa, essa foi a ultima vez – Eu disse tentando acalma-lo.
Tiago: - Vou indo – Ele disse enquanto caminhava para a janela.
Gabriel: - Tenha cuidado – Eu disse preocupado.
Tiago: - Não se preocupe meu irmão, eu Sou Black Sparrow – Ele disse antes de sair voando pela janela.
Fiquei ali em pé preocupado com ele, por alguma razão aquele frio na barriga voltou a me preocupar e uma sensação nova invadiu o meu ser, a sensação de que aquela poderia ser a ultima vez que eu o veria, o medo da perda tomava conta de mim, mas tudo que eu podia fazer no momento era rezar pra que ele não se machucasse e esperar que isso fosse o suficiente.
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